O Homem-aranha se diferenciava por ser magrelo e feio. |
As splash pages eram emocionantes. |
O Homem-aranha se diferenciava por ser magrelo e feio. |
As splash pages eram emocionantes. |
Até o ano de 1983 o time da Índia só havia ganhado uma única partida no campeonato mundial de críquete. Mas, naquele ano, indo contra todas as expectativas, a Índia não só ganhou partidas como se tornou campeã mundial com um time de desconhecidos.
A partir de sete ilustrações de Edgar Franco, sete contos de ficção científica de Edgar Smaniotto, Fábio Fernandes, Fabio Shiva, Gazy Andraus, Gian Danton, Nelson de Oliveira e Octavio Aragão. Os contos têm no máximo 2021 palavras, como referência ao ano de 2021, que para Edgar representa o tempo de um admirável ou abominável mundo novo, em que o velho "normal" segue incólume, em aceleração absoluta tornando-se HIPERNORMAL.
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Anos depois a história foi
republicada pela editora Globo e, por alguma razão, deixei passar nas bancas,
mas consegui em um sebo.
Há dois aspectos que chamam
a atenção ainda hoje.
A desenhista da história demonstra um incrível domínio da narrativa. |
Um deles é a qualidade dos
textos de autoria de Yara Maura Silva e Marcio Roberto Araujo de Sousa, muitos
dos quais rimados, a exemplo desse, dito primeiro pela Magali (que aqui vira
Ama Gali) e depois pela Julieta Monicapuleto: “Eu sei que proibido, mas não
resisto, não! Eu sei que é perigoso, mas o fruto proibido é que é muito mais
gostoso”.
Deu para perceber também que
os trocadilhos nos nomes dos personagens são outra atração a parte. À certa
altura, Julieta demosnstra preocupação com o seu Romeu Cê. “Quem é o Romeu
Cê?”, indaga a Ama Gali. “É o Romeu Cebolinha depois de perder sua última
bolinha (de gude)”.
Até mesmo portais se transformavam em molduras para os quadros. |
Mas o que realmente chama a
atenção na história é o desenho de Emy Yamauchi Acosta. Nada dos desenhos
chapados que acostumos a ver na turma da Mônica. A desenhista varia ângulos,
planos, além de dar movimento e expressividade para os personagens.
A história não usa requadros
convencionais. Ou eles simplesmente não existem, ou apresentam formatos
inusitados, como nuvens ou corações. Em outros casos, o requadro é formado por
uma moldura composta de lanços ou de um portal. Esse esmero na composição torna
cada página uma verdadeira obra de arte.
O desenho variava planos e ângulos. |
Pelo que sei, saiu também
uma edição em capa dura dessa história.
O roteiro aproveita duas paixões de Uderzo: humor e aviões. |
Buck Rogers, criação do escritor Philiph Nowlan, foi publicado originalmente na revista pulp Amazing Stories, em agosto de 1928. O conto, chamdo de Armagedon 2419 AD contava a história de Rogers, um piloto preso em uma mina que desabara. Em virtude de gases radioativos ele permanece em estado de animação suspensa, vindo a acordar 500 anos depois. Quando acorda, ele se vê em um país totalmente diferente, com o pais invadido por estrangeiros e seus habitantes obrigados a se esconderem em florestas.
A história fez tanto sucesso que logo foi adaptada para os quadrinhos, meio no qual se tornaria célebre no traço de Dick Calkins.
Na versão em quadrinhos o nome foi mudado para Buck Rogers para aproveitar o sucesso de Buck Jones, famoso cowboy do cinema. A tira foi publicada pela primeira vez em 1929 e fez enorme sucesso, abrindo caminho para muitos outros personagens de aventura e ficção-científica, como Flash Gordon.
Em 1979 o produtor Glen A. Larson resolveu transformar o personagem numa série televisiva para aproveitar o sucesso dos filmes Guerras nas Estrelas. Larson já tinha lançado um ano antes Battlestar Galactica e percebeu que poderia aproveitar adereços e cenários nessa nova atração.
Para promover Buck Rogers, Larson pensou numa estratégia que já tinha sido usada em Battlestar Galactica: o piloto foi lançado diretamente nos cinemas. Foi um sucesso, arrecadando 21 milhões de dólares de bilheteria.
A série misturava aventura espacial com macacões apertados, efeitos especiais, lutas mal-coreografadas e um robô fofinho, Twiki, que dizia “biribiribiri” antes de cada frase.
A abertura do seriado mostrava o lançamento de um foguete espacial com a narração: “1987. Finalmente o lançamento da nave espacial americana ao espaço mais distante. Um erro de cálculos fez com que a nave pilotada pelo capitão William Buck Rogers fosse tirada de sua trajetória, ficando em uma órbita na qual ele permaneceu, congelado, voltando a acordar 500 anos depois.". A sequência continuava com o personagem desacordado girando num cenário caleidoscópico.
O ator que interpretava o personagem, Gil Gerard, fazia o tipo garanhão e estava sempre cercado de belas mulheres. Apesar de se sentir um homem fora de seu tempo, Rogers se dá muito bem em situações em que as pessoas do século 25 falham miseravelmente. Em um dos episódios, por exemplo, há uma conspiração para assassinar uma autoridade, e mesmo com todo o serviço secreto envolvido, o homem só não é morto graças à intervenção do protagonista.
Uma curiosidade é que o ator Buster Crabbe, que fizera o papel do personagem no seriado da Universal na década de 1940 participou de um dos episódios como Comissário Gordon, uma referência a outro personagem interpretado por Crabbe: Flash Gordon.
Void Indigo surgiu como uma proposta do escritor Steve Gerber de renovar o Gavião Negro. Como a DC não topou a proposta, ele modificou o projeto e procurou editoras indepentes. Após várias recusas, ele procurou a Marvel, que estava lançando a série Épic, nas quais os direitos dos personagens ficavam para criadores. Surpreendentemente a Casa das Ideias aceitou publicar o material na série Graphic Marvel. A proposta era que essa edição especial fosse uma espécie de piloto para uma série em seis capítulos. Infelizmente, a reação da crítica à violência da história foi tão negativa que o editor Archie Goodwin desistiu de levar a série adiante. Essa reação negativa é muito estranha, pois na mesma época estavam sendo lançados trabalhos muito adultos, com violência explícita, a exemplo do Cavaleiro das Trevas.
Feiticeiros fazem sacrifício para manter seu poder, mas não conseguem... |
Curiosamente, a Abril resolveu publicar a história piloto no
número 10 da sua série Graphic Novel. Confesso que na época deixando passar,
principalmente por conta da capa, que não parecia muito chamativa e contava
muito pouco sobre o tipo de história que poderia se encontrar no miolo. A
contracapa, aliás, é mais interessante. Quando, anos depois, comprei e li,
fiquei surpreso tanto com a qualidade do texto e da trama quando com o desenho
de Val Mayerik, que consegue trazer elementos da espada e magia ao mesmo tempo
misturando esses elementos com um traço sujo e muitas vezes deformado, que se
encaixa perfeitamente na proposta.
A história se passa no período que separava a submersão de Atlântida
e a fundação de Jericó. Feiticeiros sobreviventes de Atlântida conquistam um
império, impondo um reinado de terror. Mas tribos bárbaras, comandadas por
Athagaar avançam sobre o império. Isso ocorre exatamente quandos os feiticeiros
estão velhos e com poderes enfraquecidos. A forma de tentar retomar o poder e a
juventude é através de sacrifícios precedidos de torturas. A história deixa
claro que quanto mais sofrem as vítimas, maior o poder do encantamento. Mas
mesmo matando milhares de jovens, o sofrimento deles não é suficiente para
renovar os bruxos. “Mesmo ante a face da morte, esses jovens perderam a razão
de lutar. Sua apatia enfraquece a vontade de viver. E quando a vida deixa de
ter valor, a tortura nada significa”, explica um deles.
... O que os leva a sequestrar e torturar o chefe dos bárbaros. |
A solução encontra é sequestrar o bárbaro Athagaarr e sua amante e
submetê-los ao sacrifício.
Essa é a parte em que o texto de Gerber chega ao seu auge e,
apesar da qualidade, provavelmente é a razão pela qual a série foi alvo de
tantas críticas. Um exemplo: “Seu sofrimento dura dias. Incansavelmente, e com
precisão cirúrgica, os lordes negros submetem seu corpo a uma initerrupta série
de punições. Ele é queimado com ferro em brasa, açoitado com chicotes farpados,
cortado, furado, espancado e retalhado. O estimulante frio do norte, a espada
de seu pai, os triunfos da adolescência. Sua iniciação na arte de guerrear...
ele se refugia em todas as lembranças, até que cada delas se mistura com as
outras e com o presente... tornando-se, sem exceção, dolorosas. A vitória é
dolorosa. A tortura é dolorosa. O abraço de Ren é doloroso”.
A cena da totura é visceral e provavelmente a razão pela qual a publicação recebeu críticas negativas. |
Embora o desenho não seja explícito, ele funciona muito bem para
demonstrar toda a angústia do personagem.
A trama da série começa depois da morte do protagonista. A
narrativa pula séculos e o vemos no futuro, como um ser alienígena que cai na
terra, descobre seus passado e começa uma jornada de vingança. O último quadro,
inclusive, é um gancho para isso.
É uma pena que a série não tenha dado certo.
A cidade à beira da eternidade é o mais premiado e aclamado episódio da série clássica de Jornada nas Estrelas. Entretanto, a versão que foi para as telas era muito diferente da versão original, do escritor Harlan Ellison. Ellison, aliás, ficou tão indignado com as alterações que repudiou o episódio e só aceitou que seu nome aparecesse nos créditos porque isso lhe abria caminho para escrever filmes e séries.