“Quem combate os monstros deve tomar cuidado para não se tornar
também um deles. Se você olhar para a face do abismo, o abismo olhará para você”.
Essa frase de Nietzsche é o melhor resumo da nova série da Netflix, Mindhunter.
Mindhunter foi criado por Joe Penhall com produção e direção de
David Fincher, o famoso diretor de Seven e Clube da Luta.
Baseada em fatos reais, a série mostra como foi montada a divisão
do FBI que entrevistava serial killers para fazer o perfil psicológico hoje
usado pela polícia. E tudo começa meio que por acaso: um dia,
quando estavam fazendo palestras para os policiais, um dos membros da divisão
comportamental resolve visitar Ed Kemper na prisão. Big Ed é um dos mais
famosos psicopatas de todos os tempos, tendo sido responsável pela morte e
decapitação de jovens universitárias e até da própria mãe.
O que era uma atividade clandestina logo se
torna uma divisão do FBI quando fica claro que o perfil criado a partir da
entrevista com o Big Ed pode ajuda a prender outros criminosos.
Mas Mindhunter não é sobre infalíveis agentes do FBI prendendo
psicopatas. Há muito pouca ação. A ênfase na maioria das vezes está nas tensas
entrevistas com os assassinos e na forma nem sempre ética usada para conseguir
as informações. E, principalmente, na maneira como isso mexe com o psicológico
dos dois agentes responsáveis pelas entrevistas, afetando suas vidas
profissionais, familiares e até sexuais.
Mindhunter é um dos seriados mais inteligentes dos últimos
tempos.
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