sexta-feira, junho 30, 2017

Como funcionava um campo de concentração?


Em campos de extermínio, como os de Treblinka, os prisioneiros iam direto para as câmeras de gás e duravam pouco mais de duas horas. Em campos de concentração, como de Auschwitz, o processo podia durar mais tempo.
Antes da mais nada os prisioneiros eram selecionados. Primeiro eram escolhidos homens jovens e fortes. Depois mulheres sadias e sem filhos. Quem não se encaixava nesse perfil, provavelmente morria no primeiro dia. Velhos, doentes, feridos e crianças eram encaminhados diretamente para as câmeras de gás. Quem reagia ou não obedecia imediatamente as ordens levava um tiro. O cineasta Polanski conta a história de uma mulher que foi fuzilada só por que fez uma pergunta.
Os que não iam para as câmeras de gás enfretavam uma dura jornada de trabalho. Durante mais de 12 horas trabalhavam na manutenção do campo, na recuperação de estradas ou em fábricas. Cada prisioneiro recebia três refeições por dia, composta de pão, batata, café e sopa de batata engrossada com aveia, mas a quantidade de comida recebida estava muito abaixo do necessário para a sobrevivência de um adulto
Os prisioneiros dormiam em galpões sem banheiros. Durante a noite, ficavam amontoados em camas sem colchões, às vezes cinco por cama.
Todo dia, eram contados de manhã e à noite, tendo de ficar ao relento, mesmo sob a neve.

As câmeras de gás ficavam no subsolo. Eram hermeticamente fechadas e só tinham uma abertura, por onde os soldados da SS, protegidos por máscaras, jogavam o veneno. 

Roteiro de quadrinhos: menos é mais


Um sábio já dizia que escrever é cortar palavras. Em nenhum outro gênero textual isso é tão verdadeiro quanto nos roteiros para quadrinhos.
Quadrinhos é a arte da síntese. Escrever muito com pouquíssimas palavras. Tanto que muitos escritores que se aventuraram a produzir quadrinhos deram com os burros n´água.
Um dos poucos que fizeram obras-primas foi Paulo Leminiski. No começo dos anos 1980, ele escreveu algumas histórias para a editora Grafipar, de Curitiba e, mesmo poucas, entraram para a história dos quadrinhos nacionais. A razão é que Leminski vinha da publicidade, em que a síntese é essencial, e foi muito influenciado pela poesia hai-kai, também muito sintética, além de intimamente relacionada à imagem. Em outras palavras, quando foi para os quadrinhos, o poeta sabia que quadrinhos não são literatura.
Um exercício interessante é observar a evolução do texto de Stan Lee ao longo de histórias como as do Quarteto Fantástico. Nas primeiras HQs o texto parecia transbordar dos balões. Depois foram diminuindo, diminuindo e, ao mesmo tempo, tornaram-se mais poéticos, mas sensíveis. Ou seja: ao mesmo tempo em que diminuíam de tamanho, iam ficando mais elaborados.
Quando comecei a escrever quadrinhos, eu logo descobri algumas dicas básicas: evita-se, por exemplo, orações subordinadas e frases que digam o que o leitor está vendo. Por que dizer “Flash, que corria velozmente, salvou a moça!”?  Além de contar algo que o leitor já está vendo, o “que corria velozmente” só serve para entulhar o balão de texto. Além disso, nos quadrinhos, uma única palavra pode dizer muito.

A história Orquídea Negra, de Neil Gaiman mostra bem isso. Em uma sequência genial, o texto diz apenas: “Então o sonho me leva para longe... e/uma/vez/mais/eu/desco/ca/in/do”. Difícil não se sensibilizar com a beleza poética dessa sequência, em que o texto se une perfeitamente aos quadrinhos. Aliás, essa sequência lembra muito a poesia concreta, um movimento literário brasileiro que influenciou muito, adivinhem? Paulo Leminski.  

O uivo da górgona - parte 80

80
A massa humana ia sendo massacrada pelo mendigo e começou a recuar. Este, estimulado por esse sucesso inicial, começou a descer as escadas. Foi seu erro. Ao descer, aproximou-se o bastante para que um dos zumbis lhe puxasse o calcanhar. Tiozinho foi puxado e caiu para trás. Jonas percebeu e tentou avançar na tentativa de acertar os integrantes da horda. Mas o próprio corpo do mendigo criava uma dificuldade. Indiferentes aos golpes que vinham de Jonas e do próprio Tiozinho, a horda mantinha resoluta na tarefa de puxar o mendigo para baixo. Logo o seu corpo foi engolfado pela multidão, desaparecendo no meio dos corpos. Jonas desferia golpes a torto e a direito e chegou a matar dois, antes que a horda se recolhesse para baixo, levando consigo o mendigo.
Incapaz de falar, o pobre apenas emitia grunhidos de desespero. Lá do alto começaram a cair coisas e um vaso de plantas acertou um zumbi na cabeça, matando-o imediatamente. Mas Zu e Dani tinha medo de jogarem coisas maiores e acabarem acertando o Tiozinho, embora soubesse que ele acabaria morrendo de qualquer forma.
Enquanto isso, a horda se acumulava ao redor do tiozinho, estraçalhando-o com dentes e unhas. Pedaços de roupas eram arrancados junto com tufos de cabelos e pedaços de pele.
Ao mesmo tempo, a pressão da horda fazia com que Jonas recuasse. Atrás dele, Edgar também foi obrigado a subir.

Lá embaixo, o mendigo ia sendo transformado numa massa amorfa de carne, sangue e espasmos. Ao perceberem o banquete que os esperava, os zumbis da escada desceram na direção do corpo agora inerte. Jonas pensou em segui-los, mas era loucura ser pego em campo aberto. Na escada tinham chance contra a loucura homicida por causa do espaço apertado, mas ali, em campo aberto, era suicídio. Além disso, o mendigo já estava morto.  

Revista acadêmica traz entrevista com Gian Danton


O número 12 da revista Imaginário!, a mais importante publicação acadêmica brasileira sobre quadrinhos, traz uma entrevista comigo realizada por Marcelo Engster a respeito de meu processo criativo. 
A edição traz como matéria de capa o estudo de Douglas Pigozzi sobre um dos clássicos dos quadrinhos latino-americanos – El Eternauta – a partir da abordagem semiótica de Peirce. Já Ednelson Júnior e Roberto Lima analisam a metaficção em filmes de horror nos anos 2000. O universo dos super-heróis é tratado em dois artigos, um de Marcelo Bolshaw e Dickon Tavares, sobre Trinity, o triângulo arquetípico da DC; e outro de Paulo de Oliveira, sobre os arquétipos mitológicos nos quadrinhos da Liga da Justiça. As publicações independentes também são abordadas no estudo de Omar Sánches, em atualização da concepção sobre zine. 
A revista pode ser baixada neste link

Speed Racer

Speed Racer é um anime dos anos 60, criado por Tatsuo Yoshida sobre corridas de automóveis. Speed Racer (nome dado pela dublagem brasileira, o nome original é Go Mifune), um jovem e audaz piloto de corrida de dezoito anos, dirige o carro Mach 5 criado por seu pai (Pops) e vive diversas aventuras dentro e fora das pistas.
 Um produto típico dos anos 60, usa um topete de Elvis Presley e suas maiores aventuras lembram os filmes de 007.
O desenho é muito conhecido pela sua canção tema e pela ótima trilha sonora. Como seus mais célebres competidores, temos a "Equipe Acrobática" e o "Carro Mamute". As corridas eram em locais inusitados, como selvas, desertos e até dentro de um vulcão.

O Mach 5, carro de corrida de Speed, tinha um arsenal de equipamentos que ajudavam Speed a se safar das enrascadas em cada uma de suas aventuras. Um dos equipamentos permitia que o carro praticamente pulasse sobre os obstáculos. 

quinta-feira, junho 29, 2017

Por que as testemunhas de Jeová foram perseguidos pelos nazistas?



Estima-se que cerca de 2.500 testemunhas de Jeová tenham perecido em campos de concentração.
A razão disso era política. Os testemunhas de Jeová pregavam a neutraldiade política e militar. Assim, eles não apoiavam o nazismo e se negaram a pegar em armas quando se iniciou a guerra. Segundo alguns autores, eles teriam denunciado também a perseguição aos judeus.
Em 12 de dezembro de 1936, em uma hora as Testemunhas de Jeová distribíram secretamente, em toda a Alemanha, 200.000 exemplares da Resolução de Lucerna, um protesto contra as atrocidades nazistas.
A resposta do regime não tardou.
A religião foi proibida e milhares de Testemunha foram lançadas em campos de concentração.
Nos campos, eles eram indentificados por triângulos roxos. Ao contrário de outros prisioneiros, como os ciganos, homossexuais e judeus, as Testemunhas de Jeová podiam sair dos campos de concentração, desde que renunciassem à sua fé assinando um documento. No entanto, pouco o fizeram.

O Museu do Holocausto, em Washington (DC), existe uma seção reservada às Testemunhas de Jeová, com centenas de relatos de sobreviventes contando as crueldades sofridas.

Como escrever quadrinhos


No livro Como escrever quadrinhos, Gian Danton explica, a partir de sua própria experiência, os princípios básicos do roteiro para quadrinhos incluindo as especificidades do texto quadrinístico. Livro finalista do prêmio HQ Mix.
Valor: 25 reais.
Pedidos: profivancarlo@gmail.com.

A última caçada de Kraven


No final da década de 1980 o Homem-aranha vivia uma fase complicada. Os editores haviam decidido casar o personagem, o que se revelara uma boa estratégia de marketing, pois trouxera mais leitores para o título, mas parecia ser um problema editorial: o matrimônio se revelara um complicador narrativo e parecia que não seria fácil escrever boas histórias com um herói casado. Foi quando J M De Matteis criou uma das melhores histórias do personagem, usando exatamente o casamento como mote narrativo.
A história surgira em 1984 quando De Matteis apresentou à Marvel uma proposta de minissérie do personagem Magnum em que ele era enterrado vivo por seu irmã, o Ceifador, e abre caminho até a superfície para só então descobrir que estivera debaixo da terra por meses. O editor-executivo da Marvel, Tom de Falco, recusou a ideia imediatamente.
Mas o roteirista sabia que ali havia uma boa história e ofereceu a história como uma trama do Batman, para a DC Comics, mas foi novamente recusado.
Quando em 1986 lhe ofereceram o título do Homem-aranha, ele resolveu que aquela seria sua chance de ressuscitar a ideia de um herói que é enterrado vivo. Na verdade, ele percebeu que aquele era o personagem ideal para a trama: “Seu amor pela esposa, pela vida que estão construindo juntos, foi o combustível emocional que moveu a trama. A presença de Mary Jane alcançou as profundezas do coração e da alma de Peter, forçando-o a sair daquele caixão”, declarou o roteirista.
A ideia inicial era criar um novo vilão, mas quando De Matteis leu que Kraven era russo, percebeu que era o personagem certo para a trama. Usando como inspiração Dostoievisky, o roteirista deu uma profundidade ao caçador nunca imaginada. Nas histórias anteriores ele era apenas um caçador que se dedicava a caçar o Homem-aranha. Na história de De Matteis ele era um aristocrata russo, obcecado pela ideia de honra e oscilando entre a selvageria e a civilização. Poucas vezes um vilão havia sido mostrado de forma tão tridimensional. A sequência inicial, em que o personagem é mostrado em suas três facetas (a fera, o nobre, o caçador) deu o tom da série e mostrou que as historias do aracnídeo haviam chegado a outro patamar.  
Para desenhar a história foi chamado Mike Zeck, uma escolha perfeita para a história com seu traço elegante e poderoso.

A última caçada de Kraven era para ser apenas mais uma das histórias da revista mensal do Homem-aranha, mas se tornou um dos maiores clássicos do personagem, sendo republicada diversas vezes como minissérie ou álbum de luxo. 

quarta-feira, junho 28, 2017

Criminosos nazistas trabalharam na Nasa?


Sim. Após a II Guerra, muitos cientistas alemães foram mandadados para os EUA. Lá, todos os arquivos sobre o passado deles era apagado e eles se tornavam apenas bons profissionais alemães ou austríacos.
Exemplo disso foi Herbert Wagner. Wagner era membro da Tropa de Assalto de Hitler, grupo especializado em encontrar e matar judeus, e foi criador do primeiro míssel teleguiado.
Kurt Blome participou do Conselho de Pesquisa do Reich e aprovou a maioria dos experimentos cruéis feitos nos campos de concentração. No Tribunal de Nuremberg, por falta de provas, foi absolvido das acusações de eutanásia, extermínio de tuberculoso e mortes com experimentos diversos.
Ambos foram para os EUA e trabalharam para o exército daquele país, com ótimos salários e reconhecimento dos seus pares.
Outro que se deu bem nos Estados Unidos foi Wernher von Braun, ex-comandante de um campo de trabalho escravo para fabricação de mísseis duranta a II Guerra.
Braun trabalhou na NASA, onde criou o foguete Saturno, que levaria os norte-americanos à Lua. Seu aniversário de 50 anos foi pago pela NASA  e foi regado a muita comida, bebida e música. Entre os convidados dessa festa estavam Dieter Grau e Guenther Haukohl, na época investigados pela unidade de caça aos criminosos nazistas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Von Braun não só nunca foi punido por seus crimes como ainda ganhou uma homenagem especial. Uma cratera na Lua, com 60 quilômetros de diâmetro, foi batizada em sua homenagem.  

Irmão Do Jorel ▲ Caneta De 250 Cores - Completo Temporada 2015 Dese...

O uivo da górgona - parte 79

79
Depois de observarem durante algum tempo a multidão de zumbis em caos, o grupo de homens se separou. Alan e Tiozinho ficaram junto à escada, enquanto Jonas e Edgar saíram em busca de outro tipo de armas, já que as facas que haviam usado anteriormente haviam se revelado um fiasco. Os dois entraram em uma loja de esportes, onde Jonas achou canos de alteres que, embora pesados, pareciam perfeitos para missão. Estava procurando arcos e flechas (Edgar os vira em uma visita ao shopping e acreditava que estivessem no depósito) quando ouviram o grito de Alan e saíram correndo.
Quando se aproximaram da escada, ouviram o barulho lá embaixo. Alan recebeu-os, lívido:
- Um deles está tirando os obstáculos!
De fato, um rapaz se debatia ensandecido, mas, em um gesto de inteligência, retirava as cadeiras e outros objetos colocados ali, subindo degrau a degrau, lenta mas inevitavelmente.
O rapaz enlouquecido vinha subindo, agitando as mãos e pernas e retirando os obstáculos. Atrás dele, um grupo se acumulava, aproveitando a escada desimpedida para subir.
Jonas, Edgar e Alan pareciam petrificados pelo espanto. Até aquele momento nenhum dos zumbis havia revelado habilidades motoras. Aparentemente não sabiam abrir fechaduras ou qualquer atividade mais complexa. Eram apenas fúria descontrolada, mas aquele rapaz, para além de sua fúria, parecia, de alguma forma, inteligente.
Faltavam poucos metros para o topo da escada quando o mendigo pulou os poucos obstáculos que sobraram e investiu contra o zumbi. Seu bastão de madeira tosca acertou-lhe a cabeça em cheio, quebrando alguns dentes.
O rapaz cuspiu os dentes e avançou, seus olhos repletos de raiva irracional, na direção do mendigo. Este respondeu com outro golpe, dessa vez mortal.
O zumbi caiu para trás, tombando sobre outros, que subiam a escada. Irracionais, passaram alguns momentos sem saber o que fazer, tempo o bastante para que o mendigo investisse contra eles com poderosos golpes de bastão. Quando finalmente despertaram do torpor inicial, jogaram o morto das escadas e avançaram, apenas para serem igualmente golpeados. Lá em cima, no segundo andar, ouviu-se palmas. Era Dani, que aplaudia e gritava:
- Vai, tiozinho, vai!
O mendigo evidentemente não ouvia, mas agia como se estivesse ouvindo. Seu bastão girava de um lado a outro e, no espaço apertado da escada rolante, provocava grande estrago. A madeira ia acertando indiscriminadamente olhos, dentes, narizes, até racharem crânios. Os mortos eram jogados para fora da escada e substituídos por outros, que não tinham chance de se aproximar.

A essa altura, até mesmo os homens davam urras. Eles haviam se aproximado do mendigo, mas o espaço era pequeno demais e os golpes de Tiozinho não permitiam que houvesse alguém ao seu lado. Assim, só observavam, torcendo. 

Os três patetas


Os três patetas foi um um grupo cômico norte-americano que estevem atividade entre 1922 a 1970. O grupo era marcado por sua comédia pastelão e estrelou 190 curta-metragens.
A primeira formação do grupo era composta por Moe, Larry e Shemp. Quando Shemp saiu do grupo para formar carreira solo, foi substituído por seu irmão mais novo, Curly.
Com o surgimento da televisão, os curta foram exibidos na tela pequena, dando origem a uma nova geração de fãs.
O grupo estreou também diversos longa metragens entre 1959 e 1970.
As piadas eram sempre uma mistura de humor pastelão com piadas non-sense. Em uma cena, por exemplo, o personagem pede no restaurante duas torradas queimadas e um ovo podre. A razão disso: tem uma úlcera e quer alimentá-la mal.
Uma curiosidade é que a série ganhou o nome de Os três estarolas em Portugal. 

Dan Dare: processo de produção do roteiro

Dan Dare e seus amigos, na versão clássica.

Dan Dare é um dos mais clássicos personagens de quadrinhos da Inglaterra, e certamente um dos mais importantes no gênero ficção cientifica, rivalizando apenas com Jude Dreed. O personagem é da década de 1950 e chegou a ser lançado no Brasil pela Ebal na década de 1970, na revista 2000 AD. 

Dan Dare na versão da década de 1970.

Ano passado fui contatado por um agente local para escrever as aventuras do personagem para uma revista britânica, a Strip Magazine. O esquema era o comum das publicações em série britânicas: histórias em continuidade de seis páginas que formavam um ciclo depois lançado como álbum de luxo. 

Revista nos moldes da 2000 AD na qual seria publicada a nova versão do personagem.

Eu escreveria a segunda saga do personagem (a primeira seria escrita pelo editor). 
Propus um plot sobre um planeta com uma inteligência vegetal que foi aceito com sugestões do editor para adequar à trama ao plot maior.  
Fiz o plot estendido e o roteiro de duas partes da saga. Foi uma experiência interessante por trabalhar com o método inglês, com roteiros detalhados, que incluíam inclusive angulação e planos. Para facilitar para o tradutor, a partir do segundo capítulo, eu comecei a colocar os termos técnicos em inglês, garantindo que eles ficassem corretos na tradução. 
Esse material ficou inédito por mais de um ano até que esta semana tive a confirmação do agente de que a revista de fato não terá continuidade (mais um calote, agora de uma editora inglesa - espero até ano que vem levar calote da Marvel). 
Assim, publico aqui partes do material produzido, como forma inclusive de mostrar como é o processo de produção de roteiro de uma editora estrangeira. 

PLOT 



Dan Dare e sua equipe chegam a um planeta desconhecido. A Prof Peabody afirma que há uma forma de vida complexa, grande e possivelmente inteligente no planeta. Dan sai para investigar. Quando volta, a nave desapareceu. Na verdade, o planeta inteiro é um grande ser.Dan come uma fruta e entra em contato com o planeta. Descobre que o planeta está sob ameaça e por isso reagiu. O planeta devolve a nave e Dan promete ajudar.

 PLOT DECUPADO DO PRIMEIRO CAPÍTULO (com acréscimos do editor) 


DAN DARE: THE EDEN AFFAIR

Original story Gian Danton

Revised by J. Freeman

Last Revised: 10th April 2014

Chapter 1




Este capítulo terá menos ação já que ele irá introduzir os personagens. Dan Dare e seu time chegam na Valiant(Design por John Ridgway), uma grande nave de exploração, em um planeta desconhecido fora do nosso sistema solar.



(A história se passa durante uma missão maior para descobrir mais sobre a Guerra Galáctica e os aliens que enviaram os Therons e outros para o nosso sistema solar, ver a Bíblia de História)



Professora Peabody confirma que existe evidências de vida alienígena no planeta, mas os sinais que ela detectou não indicam quantos nem a quanto tem eles estão ali.



Aterrissando, o time descobre que o planeta é coberto por uma flora exuberante. Dan, Digby e alguns outros membros da tripulação fazem a descida ao planeta usando a Anastasia e outro veículo de aterrisagem afim de investigar melhor e encontrar os alienígenas e a vida inteligente. Dan e Co começam a exploração utilizando um veículo de exploração armado.



Enquanto isso, a professora fica no veículo de aterrisagem escaneando o planeta para encontrar qualquer forma de vida inteligente e os alienígenas. Sir Hubert fica com ela, junto com o resto da tripulação.



Dan Não encontra nenhuma forma de vida animal (mas eles encontram alguns insetos comendo partes de algumas plantas – Essas criaturas que estão ameaçando o planeta. Ver abaixo) e começam a duvidar se realmente poderia haver alguma forma de inteligência naquele planeta, muito menos algum alienígena que tivesse algo a ver com a Guerra Galáctica



Então, sobre uma colina, nós temos uma cena de “wow” – uma cena de devastação pura, uma área destruída e arrasada... no centro dela está uma nave de Alien misteriosa – na nave usada pelos alienígenas misteriosos que estão por trás da guerra galáctica de onde os Therons fugiram.



O time se aproxima cautelosamente, esperando por um ataque - seu medos não são em vão já que armas surgem por tras da bela camada bio-tecnológia da nave. As armas miram na equipe e abrem fogo.

O ROTEIRO DA PRIMEIRA PARTE 
(duas primeiras páginas da primeira história)

DAN DARE: THE EDEN AFFAIR

Roteirista: Gian Danton

Revised by J. Freeman

Primeiro tratamento



Capítulo 1

Página 1

Quadro 1 – Temos um quadro grande um plano geral da nave Valiant no espaço, acima do planeta que iremos chamar de Eden. Minha sugestão é que título e créditos entrem neste quadro.

Dan Dare (off): Você tem certeza, professora?

Quadro 2 – Agora temos uma cena interna da Valiant. Dan, Professora, Digby, Hubert e talvez algum outro personagem estão discutindo ao redo de uma mesa. A professora mexe em uma espécie de tablete avançado. (John, não sei se a Valiant terá sala de reuniões, como em Jornada nas Estrelas. Caso não tenha, essa cena pode se passar na ponte de comando).

Professora Peabody:  Sem dúvida, Dan. Há vida no planeta abaixo. E vida inteligente.

Hubert: São os inimigos?

Quadro 3 – Close da professora. Embora a Bíblia não a mostre de óculos, acredito que ela possa usar óculos para ler, como forma de reforçar seu aspecto intelectual. Então, como ela está mexendo no tablete, estaria usando os óculos (provavelmente um óculos tecnológico, na linha do Google Glass).

Professora: Difícil dizer, Dan. Alguns acreditam que os Treen inimigos não sobreviveram à fuga.

Digby: Mekon ainda deve estar vivo. Como diz minha tia Anastácia, vaso ruim nunca quebra...

Quadro 4 – Um plano geral. Dan está em pé, para mostrar sua determinação, e apoia as mãos na mesa.

Dan: Em todo caso, temos que investigar. Hubert, prepare a Anastácia e um grupo de descida.

Quadro 5 – Close de Dan.

Dan: Professora, a senhora vem conosco!



 Página 2

Quadro 1 – Agora temos a Anastácia. Dan, Digby Pierre August, Prof. Peabody e Spry fazem parte dessa equipe de reconhecimento. Pierre august pilota a nave. Neste quadro, vemos a cena de dentro. Prof. Peabody está sentada ao lado de Dan e conversa com ele. (John: achei que Dan não deixaria a nave Valiant sem um oficial, e acredito que Hubert seria a pessoa que ele mais confiaria, assim Hubert ficou na nave, ok?).

Professora: Tem certeza de que foi uma boa ideia trazer Spry conosco? Ele é apenas um cadete.

Quadro 2 – Close de Dan.

Dan: Ele é um garoto inteligente e nunca aprenderá se não entrar em ação. Tenho a intuição de que em algum momento ele pode ser importante para nossa missão.

Quadro 3 – Close da professora. 

Professora: Você segue sua intuição, eu sigo meus cálculos.

Quadro 4 – Close de Dan. (John: aqui estamos dando um gancho para a solução final, que acontecerá quando a professora Peabody seguir sua intuição)

Dan: No momento em que seguir sua intuição, talvez descubra que ela pode lhe dar respostas que a razão não dá.

Quadro 5 – Plano médio, mostrando Pierre em primeiro plano.

Pierre: Senhor, estamos nos aproximando do solo.

Quadro 6 – Dan e os outros colocando os cintos.

Dan: Preparar para aterrisagem. Coloquem os cintos.

Quadro 7 – A nave aterrissando. Não mostre muito do cenário para não perder o impacto da próxima página. 

 ROTEIRO DA PARTE 2 (Já com alguns termos técnicos em inglês)
DAN DARE: THE EDEN AFFAIR

Chapter 2

Writer: Gian Danton

Revised by

Version 001

EDIT –





Página 1

Quadro 1 – Temos aqui a continuação da sequência do capítulo 1, com Digby e Dan subindo o morro na direção da nave e sendo atacados. Como dito anteriormente, o desenho deve dar a entender que se trata de uma pessoa dentro da nave, mas se trata apenas do sistema de defesa, uma vez que os tripulantes foram mortos pelos insetos. Neste quadro, em Long Shot, vemos Dan e Digby em primeiro plano, em ângulo inferior, com a nave em destaque, grandiosa, atrás deles. Digby está à esquerda e o tiro acerta próximo a ele. Eles se abaixam para fugir do fogo cerrado. Quadro grande, ocupando mais de um terço da página.

DIGBY: OH, CÉUS, EU SABIA QUE HAVIA ALGO ERRADO.



Quadro 2 – Medium Close Up de Dan, preocupado. Dan olha para Digby, que aparece em segundo plano.  

DAN: NÃO PODEMOS FICAR AQUI. ESTAMOS VULNERÁVEIS DEMAIS.

DIGBY: VAMOS VOLTAR?



Quadro 3 – Plano médio - Medium Long Shot. Dan começa a se levantar. Digby, ao seu lado, parece ideciso. Os dois são vistos de frente.  

DAN: ME DÊ COBERTURA! 

DIGBY: COMO ASSIM?



Quadro 4 – Long shot. Vemos os personagens de costas. Dan se levantou e começou a correr na direção da nave, atirando. Digby está levemente de perfil e vemos sua expressão de assombro.

DIGBY: OH, NÃO!



Página 2

Quadro 1 – Plano geral. Dan está correndo na direção da nave, atirando, em primeiro plano. Em segundo plano, Digby atira também. Alguns tiros explodem ao redor dele, mas ele parece resoluto, como se nada pudesse acertá-lo. Seu passo é largo. Imagino essa como uma daquelas célebres cenas de ação de All Williamson.



Quadro 2 – Plano fechado de Dan atirando, como se estivesse atirando na direção do leitor.



Quadro 3 – Plano detalhe. Algo explodindo no local da nave de onde antes estavam vindo os tiros. 



Quadro 4 – Close de Digby, espantando.

Digby: Eu não acredito que ele fez isso!



Quadro 5 – Plano médio de Dan com as mãos acenando para Digby. Ele está bem perto da nave.

Dan: Venha! Parece que está tudo ok aqui.



Quadro 6 – Os dois se aproximando da porta de carga, próximos o bastante para identificar que não há ninguém ali. Eles se aproximam cautelosos, de arma em punho.

Dan: Cuidado. Ainda pode haver outros alienígenas aí dentro.



Quadro 7 – Dan e Digby entram pela porta. Eles apontam a arma para a arma que antes atirava neles (e que agora está toda chamuscada) e se assustam ao descobrir que não há ninguém ali.