quinta-feira, abril 20, 2017

Quem era o mais famoso espião nazista?

O mais famoso espião nazista era conhecido pelo codinome  de Cícero, alcunha do turco Elyesa Bazna, criado doméstico do embaixador inglês na Turquia Sir Hughe Knachbull-Hugessen.
Quando o embaixador dormia, muitas vezes embriagado, ele entrava em seu quarto e mexia em sua pasta, fotografando documentos sigilosos dos ingleses sobre a guerra.
Seu verdadeiro patrão era o vienense Moyzisch, adido comercial junto à Embaixada alemã, dirigida por Von Papen, mas na verdade Coronel da Gestapo ou da SS.
Cícero aproximou-se do coronel nazista graças ao seu fraco por mulheres. Baixo e feio, ele precisava de dinheiro para sustentar suas amantes. Assim, ele repassava de dia para Moyzisch muitos dos segredos de guerra fotografados durante a noite em troca de 300 mil libras esterlinas.
Sua perdição foi seu gosto por mulheres. Um dia, ao encontrar-ser com o coronel nazista, viu ao seu lado a secretária, um bela moça, Cornélia Kapp. Não resistiu e passou longo tempo conversando com ela. Para impresioná-la contou que era o famoso espião nazista. Não sabia que a jovem era uma espiã a serviço do secreto norte-americano.
Depois de uma discussão com Moyzisch, a jovem Cornélia fugiu, indo se refugir entre os norte-americanos e revelando o segredo sobre a identidade de Cícero. Alertado, Elyesa pediu demissão e fugiu, levando consigo as 300 mil libras esterlinas.
Começou a vender carros usados e depois tornou-se empreiteiro, construindo na Turquia um luxuoso hotel, no estilo Hilton.
Mas se Cícero foi o mais famoso espião nazista, foi também o mais enganado. Acontece que Moyzisch o havia pago com libras falsas.
Esse dinheiro fazia parte de um plano nazista para derrubar a moeda inglesa, injetando moedas falsas em países neutros, como a Turquia. Depois desistiram da idéia e usaram esse dinheiro para pagar o espião.
Os ingleses rastrearam o dinheiro de pagador em pagador e finalmente chegaram a Cícero, que ficou sem um tostão e ainda teve de aturar a desilusão de ver sua amante grega ir embora.
Essa foi apenas a primeira vez que Cícero foi enganado por Moyzisch. Pouco tempo depois, o coronel escreveu e publicou um livro intitulado Operação Cícero, de enorme sucesso. Elyesa Bazna não levou um tostão. Depois o livro foi transformado em filme e o espião procurou o diretor, que o expulsou achando que se tratava de um louco.

Em 1968 Cícero apresentou-se em um programa de televisão dizendo-se paupérrimo e reclamando do governo alemão 250 milhões de marcos por serviços prestados durante a guerra. Não recebeu um tostão. 

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