segunda-feira, abril 24, 2017

O uivo da górgona - parte 43


43
O grupo encontrou sabonete, xampu e outros itens de higiene nos banheiros. Quando terminaram, desceram para a sala de estar.
Roberto e Zulmira haviam cuidado do almoço, que já estava pronto quando o grupo desceu.
Zulmira antipatizara totalmente com Roberto e até mesmo o arroz fizera questão de preparar separadamente. Essa separação se refletia na mesa: de um lado, um grande prato de carne assada, sala de batatas, arroz e farofa; do outro, arroz e uma mistura de batata com batata doce e salada.
O grupo simplesmente ignorou a parte vegetariana e atacou a carne. Apenas a pequena Sofia, talvez por solidariedade, se serviu da comida feita por Zu.
- Vocês têm ideia de quanto esses animais sofreram que vocês comessem essa carne? – indagou Zulmira. Já ouviram falar de pocilga de sequestro? Os porcos são colocados num mesmo ambiente. Eles vêm os outros sendo mortos e tentam fugir.
- Eu já ouvi falar disso. Hoje em dia se aplica um choque neles para que não sofram. – disse Roberto.
- O choque é insuficiente, porque um choque maior queimaria a carne e isso diminuiu os lucros. A maioria recobra a consciência quando estão sendo sangrados. É como se alguém entrasse nesta sala e começasse a nos matar um a um...
Alan bufou:
- Você está ficando louca? Ninguém vai nos matar um a um. O perigo está lá fora.
- Alguns de vocês viram zumbis comendo pessoas. Qual a diferença de nós comendo animais?
- Zulmira, você está passando dos limites. – decidiu Edgar. Estamos comendo.  Não é uma boa hora para falar desse tipo de coisa...
- Além disso, esses animais já estavam mortos quando começou a coisa toda. – completou Alan. O melhor que podemos fazer é comer essa carne deliciosa...

Zu silenciou e dedicou-se ao seu prato de comida... 

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