segunda-feira, maio 19, 2014

Byociberdrama é indicado ao HQ Mix

O álbum em  quadrinhos "BioCyberDrama Saga", com roteiro de Edgar Franco e arte de Mozart Couto, lançado pela Editora da UFG em 2013, foi indicado a uma das categorias mais importantes do "Troféu HQMIX", considerado o "Oscar" dos quadrinhos brasileiros. A publicação concorre na categoria "Edição Especial Nacional", e sua indicação é uma prova da qualidade ímpar da obra, já que o ano de 2013 foi um dos anos mais prolíficos da história dos quadrinhos brasileiros com mais de 600 lançamentos na área, e somos uma "formiguinha", pois o álbum teve a tiragem de apenas 500 exemplares e concorre na mesma categoria com gigantes do mercado, com tiragens de dezenas de milhares de exemplares e distribuição em todo o território nacional. Para nós a indicação já é um prêmio a ser comemorado!

A obra recebeu resenhas positivas em múltiplos veículos de comunicação, desde revistas de circulação nacional como Mundo dos Super-heróis, Mundo Nerd, passando por jornais como Correio Popular (Goiás), Jornal Opção (Goiás), Diário de Petrópolis (RJ), Blog Pipoca e Nanquim, Blog Reverso, Podcast Cidade HQ, Blog Consciências e Sociedades, Fanzine Quadritos, Blog Contos do Absurdo; e teve lançamentos especiais na Gibiteria em São Paulo, na programação oficial do FIQ 2014 - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte e no Centro Cultural UFG. O trabalho, apresentado na forma de um álbum luxuoso com 252 páginas e sobrecapa especial, inclui a saga completa em quadrinhos, além de uma descrição detalhada do universo ficcional da “Aurora Pós-humana”, criado por Edgar Franco.

A responsável por esse lançamento ousado no mercado brasileiro de quadrinhos foi a Editora UFG – Universidade Federal de Goiás. Uma iniciativa inédita para uma editora acadêmica brasileira, acreditando nas HQs como forma de arte e conhecimento e investindo em uma produção à altura da obra. O álbum integra a coleção “Artexpressão”, dedicada a livros de arte.

sábado, maio 17, 2014

Clínica chinesa promete transformar pessoas em pets

Uma clínica chinesa pretende revolucionar o campo da estética propondo transformar pessoas em híbridos de humanos e animais. Uma de suas primeiras pacientes será uma brasileira
 
Li Shizhen carrega em seu nome a marca do mais importante médico da história chinesa. “Na época do primeiro Li Shizhen tudo que ele podia usar em métodos simples. Hoje temos todo um leque de possibildades abertas pela engenharia genética. Hoje podemos moldar o corpo da pessoa para se adequar ao seu sentimento espiritual”, explica ele, enquanto caminha pela clínica arborizada, situada na cidade de Pequim.  
Li Shizhen começou a se interessar pela engenharia genética e pelas mudanças corporais quando se deparou, em seu consultório, com um caso de uma paciente acometida de somatoparafrenia, uma doença que faz a pessoa acreditar que parte de seu corpo é um ente estranho. “A mulher não aceitava seu braço direito. Dizia que não era dela”, lembra “Ela me pediu para retirá-lo. Foi um conflito ético”.
O caso fez com que o médico pesquisasse outras doenças, como Síndrome da Má Identificação Delirante, em que a pessoa acredita que está no corpo errado: “Ela nem mesmo reconhece seu corpo no espelho”, explica. “Há muitos outros casos. Os mais famosos são pessoas que nascem como homem, mas sentem que sua personalidade é feminina, ou o contrário. Mudanças de gênero já são comuns na medicina, mas queremos ir um passo além”.
Uma das inspirações foi a artista francesa Orlan, que já fez dezenas de operações plásticas, modificando seu corpo de acordo com obras famosas da pintura. O artista australiano Sterlac também serviu de inspiração, com seu conceito de que o corpo humano está obsoleto. Sterlac chegou, inclusive a implantar uma orelha em seu braço. “Hoje, com o avanço da medicina, podemos modificar o corpo e adequá-lo à necessidade psicológica da pessoa”, explica Shizhen.
A ideia dos pets surgiu da sugestão de que alguns dos pacientes se identificavam com animais. “Há pessoas que se sentem cachorros, gatos e querem viver essa experiência híbrida de serem, ao mesmo tempo, humanos e animais de estimação”.
Acusado de estar brincado de deus, o médico rebate: “Nós começamos a brincar de Deus quando fizemos as primeiras próteses. O que estamos fazendo agora em termos de medicina estética é apenas uma consequência das primeiras próteses de silicone”.
Uma das primeiras pacientes a passarem pela transformação será a catarinense Patrícia Swzen. Desde pequena ela se sente que está no corpo errado. “Eu sempre me identifiquei com animais, em especial com cachorrinhas. Sempre quis viver como um animal de estimação”. Patrícia é casada há cinco anos com um empresário local que não quis se identificar. Apesar de ter estranhado no início o desenho da esposa de se transformar em um híbrido de humano com canídeo, ele diz que passou a aprecia a ideia: “Tenho certeza de que ela vai ficar linda e vou continuar amando-a. Se isso a faz feliz, tem todo o meu apoio”.
Patrícia está tendo a consultoria de psicólogos e fazendo exames pré-operatórios. A cirurgia está marcada para o início do mês de julho deste ano.

quinta-feira, maio 15, 2014

Entre 4 Linhas une os quadrinhos e o futebol

O futebol, mais do que paixão nacional, é sinônimo de arte e de cultura em nosso país e toca milhares de pessoas todos os anos. A cada nova temporada, paixões nascem, impulsionadas por esse esporte que está presente nos corações e mentes da maioria dos brasileiros.
Aproveitando o clima da Copa do Mundo no Brasil, vários quadrinhistas se reuniram para falar sobre futebol, com diferentes estilos narrativos, em aventuras fictícias, histórias reais, mangá, infanto-juvenil, charges e tiras.
Os traumas, as angústias, felicidades, decepções e vitórias deste esporte foram retratados pos este time: Antonio Eder (Curitiba), André Caliman (Curitiba), André Ducci (Curitiba), Ibraim Roberson (Curitiba), Tiago Recchia (Curitiba), Walkir Fernandes (Curitiba), Paixão (Curitiba), Ivan Soria (Curitiba), Lobo Limão (Curitiba), Tako X (Curitiba), Carlos Ruas (Niterói), Fabio Coala (São Paulo), Daniel Esteves (São Paulo), Franco de Rosa (São Paulo), Salvador Sanz (Buenos Aires), Joe Bennett (Bélem do Pará) e Gian Danton (Macapá). Leia mais

quarta-feira, maio 14, 2014

O outro e a pós-humanidade

B-stylers: japoneses que querem ser negros
Uma das metáforas mais interessantes da literatura é O outro. Praticamente inaugurada na literatura por Edgar Alan Poe com o conto Willian Wilson, o tema do outro se estendeu por toda a literatura de fantasia contemporânea (até eu me arrisquei com o tema no meu romance Galeão).
Willian Wilson era perseguido por um duplo, uma pessoa igual a ele, com o mesmo nome, a mesma data de nascimento, mas totalmente oposto. É uma história de terror. Na época moderna e cartesiana, o Outro impunha medo, talvez o medo de partes inconscientes da personalidade.
No início do século XX, psicólogos como Freud e Jung demonstraram que há muito mais por trás da personalidade de cada um do que aquilo que está no exterior e desde então, a psicologia, a antropologia e a sociologia têm identificado cada vez "outros". Uma pessoa nunca é única ou tem apenas uma personalidade. Somos uma somatória de vários "eus".
Hoje, o "outro" não bota mais medo. Ao contrário: as pessoas cada vez mais aceitam esses outros e muitas vezes se identificam com um outro que não é o que está expresso visualmente. Pessoas que fazem cirurgia para mudança de sexo são um exemplo disso.
Agora, vejo uma matéria sobre japoneses que gostariam de ser negros e se vestem, se maquiam etc para parecerem com negros (leia a matéria completa aqui). Não demorará muito para que tenhamos cirurgias plásticas com esse objetivo. Hoje, o corpo humano é cada vez mais moldável e serão cada vez mais comuns mudanças corporais relacionadas às motivações psicológicas de "outros" que emergem. Como diz o artista Starlac, "o corpo humano está obsoleto".
Como sempre, a arte apontou o futuro. Para os curiosos, indico as obras de Sterlac, Orlan e Edgar Franco.

terça-feira, maio 13, 2014

A marca da maldade

A Marca da maldade é um clássico noir temporão. E pensar que Orson Welles foi convidado para dirigir por engano (o astro Charlton Heston achou que ele fosse o diretor e os produtores deixaram para agradar o ator). Apesar do filme ter sido cortado pelos produtos, percebe-se a marcada de Welles em cada fotograma. O roteiro de Welles, baseado na obra de Whit Masterson também é genial. Uma história que parece simples vai se tornando mais e mais complexa, até terminar com um final totalmente irônico. Curtam a cena inicial, esse incrível plano sequência.

terça-feira, maio 06, 2014

A divulgação científica nos quadrinhos

Em dezembro de 1997 defendi, no programa de pós-graduação da Universidade Metodista de São Paulo, a dissertação de Mestrado A divulgação científica nos quadrinhos: análise do caso Watchmen, um trabalho inovador não só por mostrar que Watchmen foi baseado na teoria do caos (algo que eu já havia feito em meu TCC, defendido em 1993), como em analisar a relação entre a ciência e os quadrinhos, algo que serviu de base de muitos trabalhos, em especial sobre o uso de quadrinhos nas aulas de ciência. 
Essa dissertação foi disponibilizada durante muitos anos no site da Virtual Books, que acabou saindo do ar. Assim, resolvi disponibilizá-la através de um blog.  Para conhecê-lo, clique aqui.

quinta-feira, maio 01, 2014

A balela do balão: realidade e ficção

Edgar Allan Poe lançou as bases de quase toda a literatura de gênero que faria sucesso no século XX: sua obra foi ponto de partida para a fantasia, o terror, a ficção científica e o policial modernos (além de ter criado a base da cibernética). Mas Poe antecipou também a pós-modernidade, sua hiper-realidade e simulacros. No jornal The Sun ele publicou, em 1844, uma matéria jornalística sobre um aventureiro que estaria cruzando o Atlântico em um balão, provocando furor e filas para comprar jornais. Pós-moderno, ele colocou até personagens reais na trama. A história foi depois revelada e o texto virou conto, passando a se chamar "The ballon-hoax". Ficção e realidade se misturavam, antecipando o mundo que vivemos hoje. Poe antecipou tantas coisas que às vezes me pergunto: não estaríamos vivendo uma realidade criada por ele?