sábado, setembro 10, 2011

Manifestantes saem pelo centro de Macapá pedindo punição aos indiciados pela Operação Mãos Limpas


A manifestação do Movimento Passando a Limpo o Amapá reuniu centenas de amapaenses no centro comercial de Macapá, para relembrar um ano da Operação Mãos Limpas, desencadeada para desmantelar uma quadrilha que agia dentro do Governo do Estado, que ficou conhecido como “governo da harmonia”.

Com cartazes, faixas, bexigas brancas, nariz de palhaço e apitos as pessoas pediram pela punição dos indiciados da Operação Mãos Limpas, o dinheiro extorquido dos cofres públicos de volta e o fim da corrupção no Amapá. 
A organização da manifestação instalou telões na praça Veiga Vabral, local da concentração dos manifestantes, exibindo reportagens nacionais que mostravam a prisão dos envolvidos e o esquema de corrupção montado no Estado. 

De acordo com o promotor público Moises Rivaldo Pereira, um dos participantes da manifestação, é importante que a população não esqueça e cobre o que foi tirado e quem for culpado deve pagar pelo que fez. “Temos que estar alerta, não podemos deixar que a corrupção vença, estamos indignados e temos que nos manter vigilantes”, ressaltou. 

Para dona de casa Nazaré Silva a manifestação foi importante para mostrar que o amapaense não esqueceu o que aconteceu e que busca por justiça. “Ficamos sempre com aquela dúvida de que não vai dar em nada, que ninguém será punido e que nunca teremos nosso dinheiro de volta. É triste pensar assim, queria muito que essa operação punisse os culpados, para podermos dizer para nossos filhos que eles têm que ser honestos para se dar bem na vida”, ressaltou. 

A manifestação foi promovida por movimentos sociais, partidos políticos e cidadãos engajados que fazem parte do Movimento Passando a Limpo o Amapá, conta com presidentes de bairros, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), União Nacional dos Estudantes (UNE), Juventude Socialista Brasileira (JFB), Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEAP e Centro Acadêmico de Enfermagem da Unifap. 

Personalidades políticas participaram do protesto, como o vereador de Macapá, Washington, senador João Alberto Capiberibe e deputada federal Janete Capiberibe.
Operação Mãos limpas
Na época, foram presos o governador do estado e candidato à reeleição Pedro Paulo Dias, o ex-governador e candidato ao Senado Waldez Góes, a ex-primeira dama e candidata a deputada estadual Marília Góes, o presidente do Tribunal de Contas do Estado José Júlio Miranda, secretários de estado, servidores públicos e empresários. A Operação Mãos Limpas tornou-se visível no dia 10 de setembro de 2010, quando ocorreu a maioria das prisões. Foram mobilizados 600 policiais federais para cumprirem os 18 mandados de prisão temporária, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e apreensão.
Segundo os organizadores do Movimento Passando a Limpo o Amapá, a ação da quadrilha provocou um rombo de R$ 1 bilhão e 700 milhões nos cofres estaduais. O montante equivale à dívida do Governo do Amapá. Até as parcelas de empréstimos consignados eram descontadas dos servidores mas não foram pagas aos agentes financeiros: R$ 74 milhões desapareceram. A previdência dos servidores estaduais também foi lesada. A dívida com a AMPREV chega a R$ 422 milhões. Ao INSS, o Governo do Amapá deve R$ 177 milhões.
A dívida do Executivo, da Assembleia Legislativa e do Judiciário fora renegociada, mas o acordo não foi cumprido pelo “governo da harmonia”. O calote do governo Waldez impede nova negociação pelo atual governo e torna o estado do Amapá inadimplente e por isso impedido de acessar R$ 180 milhões do BNDES que seriam usados para melhorar o serviço público de saúde. Agora, o INSS só aceita a quitação da dívida à vista e o Amapá será obrigado a pagar juros de recursos externos para pagar a conta. Fonte: Pérola Pedrosa



Ps: Vale lembrar que a sensação de impunidade era tão grande que esses senhores que foram presos faziam as coisas à vista de todos. Exemplo disso, foi quando eles desviaram o dinheiro que era descontado dos servidores estaduais e que deveria ser repassado ao Segura Saúde Sul América. Dezenas de milhares de servidores e familiares ficaram sem atendimento de saúde durante um mês por causa desse desvio.

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