domingo, agosto 31, 2008


Já está em cartaz no cinema do shoping Macapá o filme Bezerra de Menezes, o diário de um espírito. Ainda não assisti, mas confesso que estou curioso. Bezerra de Menezes foi um dos maiores médius brasileiros e é o nome do centro espírita que frequento. Clique aqui para ir ao site do filme

Desembargadora cita HQ 'Watchmen' em decisão contra milícias no Rio


A desembargadora federal Maria Helena Cisne, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, usou a frase mais conhecida da HQ "Watchmen", de Alan Moore, como epígrafe do texto da decisão que culminou na prisão de 15 pessoas acusadas de envolvimento em crimes eleitorais no Rio. A frase "Who watches the Watchmen" (algo como "quem vigia os vigilantes") foi citada em inglês na abertura do documento, datado de 27/8/2008 e divulgado a jornalistas nesta sexta-feira (28). Na epígrafe do parecer, a desembargadora citou ainda um trecho do livro "O poderoso chefão", de Mario Puzo, e a poesia "Carta aos 'puros'", de Vinicius de Moraes. Leia mais
Comentário: Como se vê, só pessoas com baixíssimo nível cultural ainda acham que quadrinho é subliteratura. Aliás, pelo jeito a desembargadora tem uma grande bagagem cultural, pelas citações da sentença. Hoje em dia é isso que faz a diferença...

sexta-feira, agosto 29, 2008

Sim, existe cultura no Amapá



Este blog é lido nos mais diversos países. Sou colaborar de sites importantes, como o Digestivo Cultural, tenho livros publicados por editoras como a Escala e livros virtuais que já foram lidos por mais de um milhão de pessoas. Fora, claro, o meu trabalho com quadrinhos, que é bastante conhecido. Meu livro Como escrever HQ serviu de manual para muitos dos novos roteiristas brasileiros e portugueses. Então, sou alguém relativamente conhecido no meio cultural. Mas quando as pessoas descobrem que moro em Macapá, levam um susto. A maioria acha que moro em São Paulo, como se não pudesse existir cultura no Amapá.
O autor de um livro que resenhei, por exemplo, me escreveu um e-mail agradecendo e convidando para tomar um café: ¨Pode ser aqui em São Paulo mesmo¨. Tive que explicar que esse cafezinho ia ficar muito caro por causa da passagem de avião.
Muitos casos semelhantes já aconteceram, como aquele da comunidade do Orkut de fãs de Perry Rhodan em que eles diziam que talvez existisse leitor da série até em Macapá. Quando eu me revelei, eles ficaram surpresos ao descobrir que o autor do fanfic O Portal das Probabilidades, lido por muitos deles, tinha sido escrito por alguém que mora em Macapá... um deles até me escreveu um recado, pedindo desculpas pela referência pejorativa à Macapá.
Outro exemplo: certa vez fui comprar em uma livraria virtual e, na hora de preencher o endereço, não havia a opção de estado Amapá, muito menos cidade Macapá...
Sim, o Amapá existe e tem vida inteligente (se bem que bons políticos é um item que anda em falta por aqui...)

Já que Minas Gerais tem uma casa de cabeça para baixo (veja o post anterior), a Bahia tem uma casa palito.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Casa ao contrário


Diretamente do blog Corto cabelo e pinto.

007 conta por que Spielberg nunca dirigiu um longa da série

Redação Cineclick) - Roger Moore viveu por 12 anos e em sete filmes o famoso agente secreto James Bond nas telonas. E agora o ator contou em seu livro, My Word is my Bond, por que Steven Spielberg (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal) nunca dirigiu um filme da série.Moore conta que “Spielberg era um grande fã de 007 e disse que adoraria dirigir um dos filmes. Ele vinha recentemente de dois sucessos, Tubarão (1975) e Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977), e era o cara do momento. Fiquei empolgado com a possibilidade e fui procurar Albert R. Broccoli (produtor dos filmes) para contar pra ele". Leia mais

"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará" Allan Kardec



Há algum tempo venho pesquisando filmes com a estrutura de elipse, em que as coisas acontecem e depois voltam a acontecer da mesma forma, como se um dia estivesse se repetindo. Até onde eu sei, essa estrutura de roteiro foi criada por um roteirista brasileiro, atuando em Hollywood na década de 1950. No filme escrito por ele, um grupo de pessoas, numa casa assombrada, é assassinado, mas depois o dia começa de novo e depois começa de novo e começa de novo, fazendo com que eles tentem achar uma saída desse círculo vicioso de morte. O filme alemão Corra, Lola, corra também tem uma estrutura semelhante: Lola precisa conseguir 50 mil dólares para salvar o namorado que deve dinheiro para um traficante. Como não consegue, ela pede uma nova chance e o filme recomeça do início. Aí, pesquisando na net, descobri uma comédia que trabalha com essa estrutura: Feitiço do tempo (1993), de Harold Ramis, com Bill Murray no papel principal. O site Saindo da Matrix tem um ótimo texto analisando esse filme do ponto de vista do espiritismo. Para ler, clique aqui.

quarta-feira, agosto 27, 2008

A professora Lilian Dalledone, amiga e antiga comentadora deste blog, lançou seu blog, o Não me conte seus segredos. Está no início, mas já tem vários e interessantes textos poéticos. Sem dúvida, uma pessoa apaixonada pelas palavras...

Eu sou o leitor de Macapá


Um dos integrantes da comunidade Perry Rhodan no Orkut fez uma enquete perguntando onde moram os leitores da série. A título de brincadeira, ele perguntou se tinha algum leitor em Macapá. Quando descobriu que eu moro justamente em Macapá, pediu para eu colocar um depoimento, que reproduzo abaixo. Para conhecer a comunidade da série, clique aqui. Para ler um texto meu sobre a série, clique aqui e para ler um fanfic meu com os personagens da série, clique aqui.


Eu sou o leitor de Macapá! Comecei a ler em meados da década de 1980. Tinha um amigo que era fã e lia muito. Ele me emprestou alguns exemplares e depois consegui outros em sebos. Não tinha dinheiro para comprar em bancas. Na época era fácil achar em sebos, especialmente os da primeira série, em formatinho e com borda branca. Mesmo quando a série parou de ser publicada, continuei comprando e lendo. Houve uma época em que deu um saudosismo e fiz uma raspas em sebos das cidades em que ia. Acabei compondo uma biblioteca e tanto. Mas algo que fez com que eu fosse me desinteressando foi a irregularidade da série. Alguns números são muito bons, outros são médios e muitos são ruins. Meu autor predileto é Willian Voltz. O Mistério do Planeta dos pântanos (n. 242) foi uma verdadeira revolução para mim. Ele conseguiu construir uma trama muito bem elaborada e com uma narrativa quase poética. O nome da personagem Helga Voltz, da série Exploradores do Desconhecido, é uma homenagem ao meu autor predileto de PR. A trama de operação salto quântico também é uma espécie de releitura de O mistério do planeta dos pântanos. Infelizmente, com o tempo, descobri que até o Voltz escrevia números sofríveis, muitas vezes volumes que serviam apenas para costurar uma brecha na trama maior... Outro volume que me marcou muito foi Lemy e o lobo-batráquio (n.156). Até hoje a cito em meus manuais de roteiro de quadrinhos como exemplo de uma estrutura interessante, em que a mesma história é contada de formas diferentes..

terça-feira, agosto 26, 2008

História dos quadrinhos

Carlos Zéfiro

Na década de 70 Brasil era uma ditadura. O conservadoris­mo tomava conta do pais e até mesmo a Playboy era proibida de circular nas bancas (depois, quando foi liberada, não podia mostrar nus). Nessa época a única forma de se ter acesso ao tema sexo era através de revistinhas clandestinas, surgindas na década de 1950. Essas publicações eram chamadas de “catecismos” por ­que eram feitas no tamanho certo para serem colocadas dentro destes, já que a maioria dos garotos as comprava quando saía da missa.
Os catecismos eram assinados por Carlos Zéfiro. Não era um nome verdadeiro e ninguém sabia quem desenhava as histórias responsáveis pela educação se­xual de toda uma geração. Tam­bém, pudera.
Desde sua produção até a distribuição, os catecismos ti­nham todos os elementos de fil­mes de espionagem. Eles eram vendidos nas bancas dentro de outras revistas e com muito cui­dado, porque podia dar cana. Certa vez um general de Brasí­lia se indignou com as revisti­nhas e mandou investigar. Chegou até Hélio Brandão, o respon­sável pela edição das revistas. Hélio jamais revelou que Carlos Zéfiro era o pacato funcionário do serviço de imigração do Mi­nistério do Trabalho, Alcides Caminha.
Zéfiro reinou como o rei da sacanagem nas décadas de 1960 e 1970, em plena ditadura militar. Embora seu desenho fosse primitivo e ele copiasse descaradamente das mais diversas fontes, seus roteiros eram uma verdadeira investigação antropológica e sociológica sobre a sexualidade do brasileiro. Tanto que suas histórias acabaram chamando atenção de cientistas famosos, como o antropólogo Roberto da Matta, que chegou a escrever textos analisando seus quadrinhos e já se declarou fã do quadrinista.
Renegado durante décadas, Zéfiro só ganhou notoriedade muito recentemente ao ser homenageado na capa do disco Barulhinho Bom, de Marisa Monte.

segunda-feira, agosto 25, 2008

domingo, agosto 24, 2008

Ações de guerrilha

Este final de semana estava ministrando a disciplina Planejamento e gestão de estratégias para criação publicitária no curso de pós-graduação em Mídia e Comunicação do CEAP. Como atividade final da disciplina, pedi que os alunos criassem e implementassem ações de marketing de guerrilha. Os resultados foram muito interessante e chamaram a atenção da população. Abaixo, as ações:

Rosa Lilás - para divulgar as cestas da empresa Rosa Lilás, a equipe Elo montou um café da manhã no cruzamento entre a Felciano Coelho e Leopoldo Machado. Enquanto o casal tomava café, uma aluna segurava um cartaz e outros distribuíam panfletos.

SESC - Para promover a domingueira do SESC a equipe Conexão levou para a o cruzamento das avenidas Candido Mendes e Padre Júlio uma verdadeira brincadeira. Além da faixa, segurada por dois modelos, o grupo apresentava atividades de diversão, como bola e pula-corda.


CANTINHO UNIVERSITÁRIO - O Cantinho universitário, um bar em frente ao CEAP, é conhecido pelos universitários pelo carinhoso apelido de CU. O grupo Buzz aproveitou isso e fez uma brincadeira mandando o pessoal ir tomar no... Além da faixa, na saída da faculdade, o grupo fez abordagens no andar térreo da instituição.


BAR NORTE DAS ÁGUAS - o bar Norte das águas, na orla do Araxá, é conhecido pela ótima comida, pelo banheiro perfumado e pela excelente comida, com ênfase em MPB e Jazz. Como uma das atrações estão sendo apresentações de Jazz, a equipe Letter contratou um saxofonista para tocar enquanto distribuíam panfletos na orla do Araxá e num evento de Jazz.


Vale o registro - Não dá para deixar de falar que o grupo que fez a divulgação da Rosa Lilás tinha um plano A, que infelizmente não foi colocado em prática. Para divulgar o filme A múmia, em cartaz no cinema do Shoping Macapá, os integrantes do grupo iam colocar pessoas vestidas de múmia andando pelo shoping. Além disso, vários lojistas toparam colocar em suas vitrines manequins vestidos de múmia. Infelizmente a ação, mesmo com a aprovação dos lojistas e do gerente do cinema, não foi aprovada pelo dono do shoping. Uma pena.

Compre o DVD A Múmia no Submarino.


sexta-feira, agosto 22, 2008


O Submarino está fazendo uma promoção com frente grátis para livros na compras acima de 49 reais. Assim, preparei para você uma lista de bons livros de fantasia para aproveitar essa promoção:

Viagem ao centro da terra, de Júlio Verne.
Crônicas de Narnia completo, de C. S. Lewis.
A Bússola de ouro, de Philip Pullman.

Menos é mais: grupos anti-consumismo ganham espaço com a internet


por Andrea Vialli


(Acima, uma das campanhas da canadense Adbusters)


Para eles, menos é mais. Para além do 'consumo verde' , cresce a força de grupos sociais que estão simplesmente reduzindo o ritmo das compras. Na esteira de movimentos ambientalistas, anti-globalização e pró-direitos dos animais, entre outros, os grupos anti-consumismo ganham força a partir do fortalecimento das ONGs e da profusão das redes sociais na internet.
Um exemplo interessante é o grupo canadense Adbusters (literalmente caçadores de anúncios), fundado em 1989. O grupo, que hoje mantém um website e edita uma revista com tiragem de 120 mil exemplares, ficou conhecido por parodiar anúncios publicitários com uma mensagem anti-consumismo. Em 1992, idealizou o Buy Nothing Day (Dia sem Compras), onde as pessoas são convidadas a passar ao menos um dia sem comprar nada - a idéia é promover uma reflexão sobre o peso que o consumo tem no estilo de vida contemporâneo. Leia mais


A campanha 4 anos, do TSE, tem dado um show de criatividade. A primeira fase, com os comerciais ¨Carro¨e ¨Cometa¨ mostrava pessoas perdendo grandes oportunidades. Era uma analogia bem-humorada para mostrar que, quando se perde a oportunidade de votar em bons candidatos, toda a cidade perde. Na segunda fase, eles mostram pessoas com problemas há quatro anos, para mostrar que quatro anos duram muito tempo. Há o anúncio da moça que anda em círculos quando está com pressa, do homem que convive com uma abelha dentro da cabeça, do homem que chora quando ouve a musiquinha do celular... mas a minha predileta é a do rapaz que começa a sapatear quando está nervoso. Lembra a campanha viral dos chocolates Twist. Para quem se espantou com esse arroubo de criatividade, uma explicação: os comerciais foram criados pela W Brasil, agência de Washington Olliveto. A campanha tem criação de Marcelo Conde e Eiji Kozaka e direção de criação de Rui Branquinho.

Compre o livro Buzz: a era do Marketing Viral no Submarino.

quinta-feira, agosto 21, 2008


O meu livro com 200 perguntas sobre nazismo voltou às bancas de Macapá (e provavelmente do resto do Brasil). É uma nova chance para que não comprou antes.



Já está on-line o site dos Exploradores do Desconhecido, série em quadrinhos de ficção-científica com roteiro meu e arte de Jean Okada. Para conhecer, clique aqui.

As duas luas

Tem circulado na internet uma mensagem segundo a qual no dia 27 de agosto aparecerão no céu duas luas, sendo uma delas o planeta Marte, com tamanho fora do normal. A mensagem é uma balela. Uma pesquisa básica no Google mostra a verdade:


Fenômeno de duas luas está previsto para 2018

Fenômeno de duas luas no dia 27 deste mês, como tem circulado pela internet, deverá ocorrer apenas em 2018. Segundo o Núcleo Interactivo de Astronomia (NUCLIO), mesmo nos momentos de maior aproximação Marte nunca deixa de ser somente um ponto brilhante no céu, estando muito longe de igualar a dimensão da lua aos olhos de observadores. Segundo os especialistas, este tipo de mensagem começou a circular em 2003 quando ocorreu uma oposição de Marte (a altura em que Marte e a Terra mais se aproximam) particularmente próxima, uns meros 56 milhões de quilômetros.Essa oposição ocorreu no dia 27 de agosto de 2003 e foi amplamente noticiada por todo o mundo. Desde então, a história volta a circular por esta altura do ano, mencionando o dia 27 de agosto, apesar de as oposições não ocorrerem nas mesmas datas.Segundo o NUCLIO, neste ano irá registrar-se uma aproximação máxima, mas no dia 24 de dezembro, e terá 88 milhões de quilômetros, o que fica muito longe dos 56 registrados em 2003. Espe-cialistas garantem que algo similar ao que sucedeu em 2003 só acontecerá em 31 de julho de 2018, altura em que Marte vai estar a 57,59 milhões de quilômetros de distância da Terra.

Fonte: http://www.jornaldeuberaba.com.br/?MENU=CadernoA&SUBMENU=Cidade&CODIGO=24503

quarta-feira, agosto 20, 2008

Correspondentes da TV Globo são seqüestrados pelo Hezbollah

Os correspondentes da TV Globo, repórter Marcos Losekann e cinegrafista Paulo Pimentel, foram seqüestrados durante cinco horas no Líbano e interrogados por integrantes do grupo terrorista Hezbollah. Eles realizavam reportagem sobre uma lanchonete em Beirute, que vende sanduíches com nomes de armas, pratos inspirados em atos terroristas e refeições embaladas com papel camuflado. Tudo é preparado por um cozinheiro vestido como um soldado. Para completar, o ambiente é decorado com reproduções de armas e munições e redes de camuflagem. Pode parecer coisa de mau gosto, mas a ''Buns and Guns'', que em português significa pães e armas, é a lanchonete mais agitada de Beirute. Leia mais

O escritor Alexandre Lobão estará autografando o livro "O Nome da Águia", na Bienal do Livro de SP, no stand da Novo Século, avenida 5, entre as ruas F e G, no dia 23 de agosto, às 18 horas.

O romance tem uma trama de ação e mistério baseada em muitas pesquisas históricas, com leitura ágil e instigante. É um livro com o ritmo típico dos livros de Dan Brown, mas escrito por um brasileiro. A história tem um certo "quê" de fantástico que lembra quadrinhos, além de ser escrita por um roteirista de quadrinhos nacional.

E veja o trailer em alta resolução, além de fotos, curiosidades e capítulos para download no hotsite do livro: http://www.onomedaaguia.com/ .

Compre O Nome da águia no Submarino.
O desenhista Érico San Juan está de site novo. Confira aqui.

O blog Desenho Tosco é especializado numa área da publicidade que virou mania: os mascotes. Só que o blog só publica as piores pérolas do gênero, como esse exemplo aí de cima. Vale uma conferida.

O blog Toka di Rato me entrevistou sobre meu trabalho com quadrinhos. Confira clicando aqui.
A rádio Forte FM 99,9 tem sido um diferencial para quem está cansado da dobradinha brega-funk nas rádios amapaenses. Tocando preferencialmente MPB, é uma rádio voltada para quem tem um pouco mais de senso estético. Entretanto, os locutores parece que ainda não entaram no clima da rádio e falam com um ritmo de quem está apresentando um programa de brega ou de funk. Até as vinhetas são feitas com essa idéia, com locutores gritando e músicas de fundo que não têm qualquer relação com a linha da rádio. Parece que passaram tanto tempo apresentando o mesmo tipo de programa que não conseguem se adaptar. Numa rádio de MPB, a locução precisa ser mais tranquila, sem gritos ou exageros.

terça-feira, agosto 19, 2008


Aprender a Aprender

A chamada escola nova foi provavelmente a primeira iniciativa pedagógica que procurou superar as limitações da pedagogia tradicional.
Enquanto a educação, na escola tradicional, era centrada no professor e no conteúdo, a escola nova vai focar seu interesse no aluno, que será visto como sujeito de sua aprendizagem. Essa nova abordagem foi resumida na expressão “Aprender a aprender”. Ou seja, a escola não deve repassar necessariamente conteúdos, mas deve despertar nos alunos a capacidade deles mesmos serem capazes de aprenderem. Representantes dessa corrente são a italiana Maria Montessori e o norte-americano John Dewey.
Ao contrário da pedagogia tradicional, que via a criança como um adulto pouco desenvolvido, a pedagogia nova vê a criança como um ser completo que passa por fases, sendo que o aprendizado deve se adequar a essas fases. Não é à toa que uma das primeiras providências de Maria Montessori foi mandar construir móveis próprios para as crianças. Faze-las utilizarem móveis de adultos era um desrespeito a elas.
Esse paradigma privilegia a atividade prática, que deve ser realizada em grupo e não individualmente, pois a integração ao grupo é visto como essencial para o desenvolvimento social. Assim, ao aluno é apresentado um problema que deve ser resolvido. Ao professor cabe prover o aluno das informações e instruções que lhe permitam descobrir soluções. Ao contrário da pedagogia tradicional, o professor não demonstra a situação para o aluno. Ele apenas o orienta para que ele chegue às suas próprias soluções.
A vivência democrática é a base dessa postura. Os alunos devem ser capazes de atuarem em uma democracia e para isso é necessário não a disciplina, mas a auto-disciplina. Aluno disciplinado é aquele que é solidário, participante, respeitador das regras do grupo. Segundo Dewey, “o aprendizado se dá quando compartilhamos experiências e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de idéias”.
Esse paradigma é essencialmente empirista, pois acredita que o conhecimento surge da experiências vivenciadas. O método Montessori, por exemplo, privilegia os sentidos, dando às crianças materiais que lhes permitam experiências com o uso dos sentidos: o tato, a visão, a audição, o olfato. Até mesmo aprender a ler e escrever é decorrência da experiência dos sentidos (como as letras em relevo para que as crianças pudessem acompanhar as formas com os dedos).
Além do enfoque no aluno, os professores da nova escola têm a crença de que as crianças querem aprender, ao contrário da pedagogia tradicional, segundo a qual a criança não tinha interesse nenhum pelo conhecimento e, se não estivesse sob uma disciplina rígida, de castigos e punições, não aprenderia nada.
A relação professor-aluno também diferia muito da escola tradicional. Na escola tradicional, os professores raramente sorriam, pareciam não gostar dos alunos e os castigavam pelos mínimos motivos. A relação era fria e distante, pois qualquer envolvimento emocional poderia comprometer o resultado do trabalho pedagógico. Na nova escola, ao contrário, o professor tem uma relação afetiva com seus alunos e o aprendizado só pode se realizar num ambiente de companheirismo e democracia.
Infelizmente são poucas as escolas que se propõe a ensinar o aluno a aprender a aprender. Muitas escolas apenas utilizaram a escola nova como desculpa para diminuir a importância dos professores. Na maioria das instituições de ensino, o que vale ainda é a pedagogia tradicional.
Compre livros sobre educação no Submarino.

domingo, agosto 17, 2008


História dos quadrinhos 44
Eugênio Colonnese

Eugênio Colonnese, um dos mais importantes desenhistas de quadrinhos do Brasil, morreu recentemente. Italiano radicado no país há mais de quatro décadas, ele faleceu na madrugada do dia 8 de agosto.
Colonnese começou sua carreira na Argentina, em 1949. Passou vários anos naquele país, trabalhando em revistas de sucesso, mas em 1964 veio para o Brasil, onde ajudou a fundar o estúdio D´Arte em parceria com o argentino Rodolfo Zalla. Juntos, produziram histórias em quadrinhos dos mais diversos gêneros, indo dos quadrinhos de guerra aos de super-heróis. Mas foi o terror que tornou Colonnesse uma celebridade, especialmente por causa da criação de Mirza, provavelmente a primeira heroína vampira dos quadrinhos.
Também criou o Morto do Pântano, um personagem de nome muito parecido com o Monstro do Pântano, que faria sucesso anos depois na DC Comics.
Na década de 1970, ele abandonou os quadrinhos para se dedicar à ilustração de livros didáticos para editoras como Ática e FTD. Acabou se tornando um paradigma do gênero, trazendo a linguagem dos quadrinhos para os livros escolares. Seu traço elegante era facilmente reconhecível pelos fãs, muitos dos quais ainda guardam esses livros apenas por causa das ilustrações.
Na década de 1980, quando o amigo Zalla transformou a D´arte em editora e começou a publicar as revistas Calafrio e Mestres do Terror, Colonnese voltou aos quadrinhos, fazendo antológicas histórias de terror.
Também ficaram célebres as histórias em quadrinhos institucionais que ele fez para o Instituto Universal Brasileiro, nos anos 1980.
Em todos os trabalhos, Colonnese sempre se revelou um exímio artista, com um traço detalhista, anatomicamente perfeito, e uma habilidade fora do comum para desenhar mulheres.
Nos anos 1990 ele continuou na ativa, produzindo obras como A Arte exuberante de desenhar mulheres (Opera Graphica), Curso Completo de Desenho (Escala), ilustrou duas aventuras de Mister No, para a editora italiana Bonelli e criou novas personagens, como Bruuna. Um de seus últimos trabalhos foi o álbum War – histórias de guerra (Opera Graphica), com roteiro de Gian Danton.
Poucos meses antes de morrer, Colonnese finalizou a graphic novel A Vida de Chico Xavier, sobre o mais importante médium brasileiro.

sexta-feira, agosto 15, 2008

“Simãozinho Sonhador” vence o concurso DOCTV IV


A quarta edição do DOCTV no Amapá vai contar a história de um poeta popular que vendeu mais de 15 mil exemplares do seu livro O ABC da Mulher, oferecido de porta em porta pela cidade de Macapá. Através de Simãozinho Sonhador é possível ver, ao mesmo tempo, a alma de milhares de pessoas que vieram para o Norte construir a vida com suor e arte.
Simãozinho será o personagem narrador de sua própria história, numa narrativa direta, cheia dos detalhes fantásticos, "impregnadas das cores e sons próprios de sua arte, seguindo o roteiro de vida que o fez tripa de teatro de bonecos, palhaço e trapezista de circo, de como escapou da morte que quase o leva do meio do picadeiro, num acidente do qual seu parceiro de número não escapou. De como ele trocou o circo por um trabalho mais maneiro: peão de touro bravo até compor seu livro mais famoso: o ABC da Mulher, e de como ele conseguiu vender 15 mil exemplares", diz um trecho do projeto, de Manoel Ribeiro do Vale Junior.
O documentário terá 52 minutos de duração, com orçamento total de R$ 110 mil reais através de assinatura de contrato de co-produção com o Governo do Estado do Amapá por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Amapá e a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais. “Simãozinho Sonhador” será exibido em cadeia nacional através da programação da Rede Pública de Televisão, e em programações regionais da SECULT/AP no período de maio de 2009 a janeiro de 2010.
Dos 110 mil reais a serem investidos na produção do filme, 80 mil reais serão repassados através do convênio firmado entre a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais e a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e o restante, 30 mil reais, serão aportados pelo Governo do Estado do Amapá através da SECULT.
Nesta edição do Programa DOCTV foram selecionados ainda os seguintes projetos: As Benzedeiras do Amapá: Profissão, Missão e Fé de autoria de Rosenilda Sandra Fernandes da Rocha; 7 Janelas de autoria de Clive Gavin Andrews; Maracá e Cunani “Civilizações Guerreiras” de autoria de Ana Vidigal e Escola da Prisão de autoria Eliane Leal Vasquez.


Fonte: Coordenação Estadual do DOC TV



" Fé inabalável é aquela que encara a Razão face a face em todas as épocas da Humanidade"Allan Kardec

História dos quadrinhos

O undigrudi

A paisagem no início da década de 70 era desoladora. As bancas de revistas que chegaram a ter dezenas revistas de terror nacional para oferecer, a seus leitores estavam sendo dominadas por revistas estrangeiras, especialmente da Marvel. O Brasil era uma ditadura que, em nome do patriotismo, censurava as edi­ções nacionais e abria cami­nho para um domínio estran­geiro na área de quadrinhos que vai muito bem, obrigado.
“Brasil. Ame-o, ou deixe-o”, o lema da ditadura, parece ter sido feito especial­mente para os quadrinhistas nacionais. Para quem queria ficar ou não tinha o dinheiro da passagem, a solução foi ape­lar para uma solução americana: o movimento under­ground, apelidado no Brasil de undigrudi. Esse movimen­to tinha sido inaugurado nos quadrinhos por Robert Crumb (Gato Fritz) que pro­duzia e publicava suas revis­tas, fugindo, assim, do esquema das grandes editoras. No Brasil surgiram revistas co­mo Grilo e Balão, que publi­cavam material altamente influenciado por Robert Crumb e tinham pequena tiragem.
O retorno financeiro era pequeno e essas revis­tas serviam muito mais para mostrar que o Brasil ainda ti­nha quadrinhos e talentos promissores, como Laerte, Luiz Gê, Angeli e Paulo Caru­zo. Esse último desenhou. uma história que representa­va muito bem a luta desses heróis. Começava com um homem (o próprio Paulo) desenhando um “X” na calçada e subindo num prédio. A me­dida em que p elevador avan­çava na direção do topo, co­meçava a acumular gente ao redor do “X’, Quando o rapaz chegava ao telhado do prédio, já havia uma multidão lá em-baixo, esperando. De repente ele se joga, e grita “Viva o qua­drínho nacional!” e cai, fora do “X”. Desapontados, os populares vão embora, comen­tando entre si: “Esse pessoal’ do quadrinho nacional não dá mesmo uma dentro...”
Também na onda do un­derground (ou undigrudi, como queiram) Oscar Hern publica, em janeiro de 1970, o fanzine Historieta, inaugu­rando a onda zine no pais. Fanzines são os filhos mais pobres do movimento under­ground. Produzidos geral­mente em xerox ou mimeó­grafo, essas revistas já reve­laram grandes talentos, como Mozart Couto, Jonas Schiaffi­no e Deodato Filho, muitos dos quais hoje trabalham para os EUA ou para a Europa. Praticamente não há quadrinhistas nacionais que nunca tenham publicado alguma coisa em fanzines. Existem fanzines dos mais variados tipos e qualidades, mas a maior parte são impregnados de um espí­rito de liberdade e experi­mentação que influencia até hoje a linguagem nacional de quadrinhos.

Todos os amapaenses são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros?


No livro A Revolução dos Bichos, George Orwell faz uma alegoria das revoluções que acabam se transformando em regimes totalitários (em especial o caso da União Soviética). No livro, os animais de uma fazenda se revoltam com a opressão e exploração imposta pelos humanos. A revolução acontece sob o lema: ¨Todos os animais são iguais¨. Entretanto, com o tempo, os porcos começam a tomar o poder e, para justificar seus privilégios, colocam um adendo ao lema: ¨Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros¨.
Agora, com a lei seca, a igualdade está sendo colocada à prova. No Paraná, um coronel da polícia foi pêgo dirigindo alcolizado e, mesmo usando de seu cargo, não escapou da multa. Será que no Amapá isso aconteceria? Já ouvi falar o caso de uma ¨otoridade¨que entrou numa avião, escolheu o assento que quis e, quando a pessoa que tinha comprado a passagem para aquele assento chegou, teve que procurar outro lugar para sentar. Será que no Amapá todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros?

quinta-feira, agosto 14, 2008


Assisti Onde os fracos não têm vez, o filme mais recente dos irmãos Coen, ganhador do oscar como melhor filme. É uma intrigante jogo de gato e rato: durante uma negociação de drogas, as duas partes se desentendem e acabam se matando. O resultado disso é uma grande quantidade de droga e dois milhões de dólares. Um morador da região encontra a cena do crime e resolve ficar com o dinheiro. Só que um psicopata resolve ficar com o dinheiro e começa a persegui-lo. É um típico filme dos irmãos Coen nesse sentido de um enredo que começa pequeno e vai se tornando mais trágico a cada momento, só que, ao contrário de filmes como Fargo, isso não é feito com objetivos humorísticos. Aqui temos um filme de suspense e um drama humano. O grande problema acaba acontecendo no final, que tem cara de anti-climax. O filme nos prepara o tempo todo para o embate final entre o caçador e o psicopata e, quando isso finalmente acontece, não é mostrado. De repente percebemos que o personagem principal não é o caçador interpretado por Josh Brolin, mas o xerife, interpretado por Tommy Lee Jones e este não prende ninguém, não faz nada de realmente importante e passa o filme inteiro lamentando por as coisas não serem como antes. Nesse sentido, é broxante. Mas o que se poderia esperar de diretores que já fizeram filmes como Matadores de Velhinha? Certamente não um triller convencional.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Sexo virtual em Age of Conan termina em confusão


Erico Borgo

Uma história curiosa aconteceu dentro do universo de Age of Conan: Hyborian Adventures.
O MMORPG (jogo online para multidões) da Funcom, como todos os demais games do gênero, tem uma legião de Game Masters, profissionais que controlam o que está acontecendo dentro da aventura a todo instante. Brigas, problemas técnicos, sugestões... os "GMs" estão ali pra manter o nível do entretenimento.
Um deles, porém, iniciou um diálogo um tanto ousado com uma jogadora. A conversa começou tranquila, com o bárbaro fortão que pediu a presença do Game Master revelando ser na verdade uma garota - "Uso esse personagem para que não fiquem me perturbando a todo instante", disse. Em minutos o funcionário da Funcom sugeriu um cantinho mais tranquilo, às margens de um belo lago, onde a máscula dupla tirou suas roupas (imagem ao lado). Leia mais

terça-feira, agosto 12, 2008

Coisas frágeis


A única coisa ruim em Coisas Frágeis, o novo livro de Neil Gaiman, é a rapidez com que ele acaba. Eu o havia levado a uma viagem a um sítio na Ilha do Marajó, um local a dezenas de quilômetros da livraria mais próxima. Devorei o livro em dois dias e fiquei sem ter o que ler.
O britânico Neil Gaiman ficou famoso por seus roteiros de quadrinhos, especialmente para o personagem Sandman, e ajudou a elevar os comics a um novo patamar artístico e literário. Foi sua geração que fez com que os roteiristas fossem finalmente respeitados no mercado americano. Depois do sucesso dos quadrinhos, Gaiman enveredou pela literatura fantástica com Stardust e Lugar Nenhum, entre outras obras. Lugar Nenhum, por exemplo, é um ótimo exemplo de como escrever uma história fantástica apreciável até mesmo por quem não é fã do gênero. Stardust fez tanto sucesso que acabou sendo transposto para o cinema. Mas, apesar de ser muito competente em romances, é nos contos que Gaiman se sente mais à vontade. Mesmo em Sandman, os melhores momentos sempre foram as histórias curtas, como em ¨Calliope¨, ¨Sonhos de uma noite de verão¨ e ¨Um sonho de mil gatos¨ .
Em Coisas Frágeis, portanto, Gaiman está em seu elemento. O livro é composto de nove contos, escritos com objetivos diversos. Em comum à maioria deles o tom de homenagem. A obra é dedicada a Ray Bradbury, Harlan Ellison e Robert Scheckley.
Ray Bradbury notabilizou-se por trazer a poesia para a ficção-científica. ¨A vez de outubro¨, segundo conto da coletânea, tem influência óbvia desse autor norte-americano. O texto inicial parece ter sido tirado de um dos textos de Bradbury: ¨Era a vez de outubro, por isso fazia frio naquela noite, e as folhas estavam vermelhas e alaranjadas e caíam das árvores que circundavam a clareira¨. Na história, os meses do ano se reúnem ao redor de uma fogueira, comendo lingüiças assadas e bebendo sidra. A estrutura pessoas reunidas para contar histórias é um verdadeiro fetiche para Gaiman, que já a usou diversas vezes em Sandman.
¨A vez de outubro¨ foi escrito num encontro com Harlan Ellison em uma convenção. Os dois se trancaram num quarto de hotel, Gaiman com seu Laptop e Ellison com sua máquina de escrever, para produzir algo juntos. Como Ellison precisa terminar uma introdução, Gaiman iniciou esse conto. Ao mostrá-lo ao amigo, este respondeu: ¨Não, parece uma história de Neil Gaiman¨ e o texto, incompleto, foi arquivado. Anos depois, Peter Straub convidou Gaiman a participar da coletânea Conjunctions e ele se lembrou dessa história curta sobre um garoto morto e outro vivo. ¨Levei algum tempo para entender como realmente seria a história e, quando terminei, dediquei-a a Ray Bradbury, que a teria escrito muito melhor do que eu¨, escreveu o autor, na introdução do livro. Modéstia em excesso. O conto parece uma deliciosa mistura de Gaiman com Bradbury e é um dos pontos altos do livro.
¨Um Estudo em esmeralda¨ surgiu de um pedido de Michael Reaves, que estava editando uma coletânea intitulada Shadows over Baker Street. O organizador queria um texto que juntasse Sherlock Holmes com Lovecraft. Gaiman viu-se em apuros. Afinal, Lovecraft lidava com o irracional, a loucura, enquanto Conan Doyle apreciava a racionalidade em suas histórias. Apesar da incongruência de estilos, Gaiman fez um bom trabalho, tanto que acabou ganhando o prêmio Hugo, um dos mais prestigiados da Ficção-científica. Foi a partir desse conto que o autor se tornou membro do Baker Street Irregulars, um grupo de entusiastas de Sherlock Holmes fundado em 1934 por Christopher Morley e que já teve em seus quadros gente famosa, como Franklin D. Roosevelt e Isaac Assimov.
Gaiman se saiu bem imitando Conan Doyle. Em ¨Um estudo em esmeralda¨ aparecem todos os elementos que fizeram o sucesso de Sherlock Holmes, acrescidos de uma atmosfera steam punk e de pequenos textos que parodiam anúncios do século XIX ao mesmo tempo em que homanageiam obras famosas, como em: ¨O Doutor Henry Jekyll orgulhosamente anuncia o laçamento dos mundialmente renomados ¨pós de Jekyll¨para consumo popular. Não mais um privilégio de poucos. Liberte o seu eu interior!¨.
¨Lembranças e tesouros¨ destoa do restante da coletânea. No meio de tantos textos poéticos, a narrativa noir desse conto é quase como um soco no estômago. Ainda assim, é um bom conto. Escrito originalmente como história em quadrinhos para a coletânea ¨It´s dark in London¨, de Oscar Zarate, mas acabou virando um conto. Apesar da narrativa a la Dashiell Hammett, o conto remete a Jorge Luís Borges, uma outra grande influência de Gaiman. A história do povo cujos homens são o extremo da beleza poderia muito bem ter saído de um dos livros do autor argentino.
Um dos pontos altos de Coisas Frágeis é ¨Golias¨, um conto escrito para o site de Matrix, explorando o universo da série. Gaiman leu o roteiro do primeiro filme, antes que ele fosse lançado no cinema e escreveu essa narrativa. Nela, a terra está sendo atacada por uma forma de vida alienígena e a única forma de salvar o planeta é despertando um dos humanos escravizados pela Matrix. Gaiman brinca com a idéia de tempo psicológico, fazendo uma história que, surpreendentemente, tem final feliz. Ou de uma felicidade virtual. ¨Golias¨ tem o mesmo nível do primeiro filme e é superior aos outros dois da trilogia.
¨O pássaro do sol¨ tem jeito de deliciosa sobremesa. É um conto sobre um grupo de pessoas, o Clube Epicuriano, que dedica sua vida a experimentar pratos inusitados. Foi escrito como presente de aniversário para a filha de Gaiman, quando ela fazia 18 anos. Ele pretendia imitar o estilo de R. A. Lafferty. ¨Suas histórias eram incríveis, estranhas e inimitáveis – logo na primeira frase, você já sabia que estava lendo um conto de Lafferty¨. O resultado foi um conto saboroso e diferente. Seria perfeito para fechar o livro.
Infelizmente, essa honra coube ao texto mais fraco da coletânea. ¨O Monarca do vale¨ foi escrito no espírito de Beowulf, filme que Gaiman roteirizou em conjunto com Roger Avary. O resultado, apesar da boa influência é um conto arrastado e previsível que nem de longe mantém a mesma poesia dos outros da coletânea. Ainda assim, é um bom texto, o que garante a leitura até o final.
Coisas frágeis mostra bem porque Neil Gaiman está se tornando um autor cada vez mais conhecido, mesmo por aqueles que não leram seus quadrinhos na década de 1990. A Conrad fez um bom trabalho de edição. Só não leve apenas ele para ler nas férias. Vai acabar nos primeiros dias.

Preço e marketing


No marketing, o preço é visto como elemento essencial, não só pela possibilidade de gerar lucro, mas principalmente por causa da percepção que o preço pode passar para o consumidor. Afinal, esse item influencia diretamente na percepção que o consumidor tem a respeito da qualidade do produto. No supermercado, diante de dois produtos iguais, o cliente tenderá a achar que o mais caro é de melhor qualidade.
Assim, em marketing, o preço nunca é visto isoladamente e vai muito além da fórmula custos de produção mais lucro. O lucro, aliás, pode ser até dez vezes maior que o custo de produção e ainda assim o produto pode vender horrores. A percepção de que baixar preços aumenta as vendas também é equivocada. As sandálias Havaianas e o chocolate Garoto aumentaram suas vendas depois de aumentar seus preços.
Um elemento importante nessa relação é o chamado elo de valor. Ele significa que quanto mais satisfeito o consumidor estiver com um produto, mais ele estará disposto a pagar por ele. Mesmo que essa satisfação seja puramente subjetiva, ou social, como status, ou auto-realização.
Em vista disso, as estratégias de preço sempre relacionam-no com a qualidade do produto. Eis as estratégias mais usadas:

Premium (alta qualidade, alto preço) – é usada pelos produtos notoriamente bons, que dominam o mercado. O sabão em pó Omo e o leite em pó Ninho são exemplos dessa estratégia.
Penetração (alta qualidade, preço médio) – é usada geralmente por produtos que estão entrando num mercado onde já há um forte concorrente estabelecido. O sabão em pó Ariel, ao entrar no mercado brasileiro, o fez com um preço inferior ao do Omo, como tentativa de convencer o consumidor a experimentar o produto.
Superbarganha (alta qualidade, preço baixo) - é uma estratégia arriscada. O consumidor pode entender que o preço está baixo por causa da qualidade ruim. Normalmente essa estratégia é adotada apenas ocasionalmente, como a famosa loja Tiffany´s, que vende produtos muito caros, mas, uma vez ao ano, faz uma promoção de ponta de estoque que leva pessoas a ficarem na fila durante a noite inteira. Esse dia de preço baixo reforça o aspecto de preço alto dos dias normais.
Preço alto (qualidade média, preço alto) – essa estratégia é usada por empresas que queiram valorizar seus produtos. Como o preço interfere na percepção de qualidade, um preço alto dá a impressão de que o produto tem alta qualidade.
Qualidade média (qualidade média, preço médio) – é a estratégia comum. O preço corresponde à qualidade do produto.
Barganha (qualidade média, preço baixo) – essa estratégia é usada por aquelas empresas que querem abocanhar o mercado de pessoas com baixa renda, que se preocupam com preço, mas afasta as pessoas que estão preocupada com qualidade.
Bater-correr (baixa qualidade, preço alto) – é uma estratégia de enganação. Chama-se bater-correr porque só pode ser usada uma vez. Um exemplo disso são os vendedores ambulantes, que passam na casa da pessoa, vendem um produto de qualidade inferior por preço alto e depois nunca mais se aproximam daquele local.
Qualidade inferior (baixa qualidade, preço médio) – usado por empresas voltadas para o público de baixa renda, mas que tentam simular uma qualidade maior através do preço.
Preço baixo (baixa qualidade, preço baixo) – é a estratégia adotada pelos famosos varejões. O preço baixo chama atenção dos segmentos de baixíssima renda, que não podem pagar por produtos de boa qualidade.

Cidade irlandesa bate recorde de reunião de Smurfs


Por Marcus Ramone (12/08/08)

Os critérios eram rígidos: todos os participantes deveriam estar totalmente pintados de azul e vestindo camisa da mesma cor e gorro e calça comprida brancos.Mas, no final, tudo deu certo e a cidade de Castleblayney entrou para o Livro dos Recordes ao reunir, em um único local e ao mesmo tempo, 1253 pessoas fantasiadas de Smurfs. Leia mais

segunda-feira, agosto 11, 2008

Apostilas!


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Dica de blog

Muito bom o blog do professor Klinger, o Cuidar com Justiça. Interessante o artigo dele sobre a prostituição no município de Oiapoque.
A Mulher Estupenda é uma das super-heroinas mais famosas do quadrinho nacional. Ela foi criada pelo cearense JJ Marreiro como uma homenagem à era de ouro dos quadrinhos, um período em que as histórias eram mais ingênuas, mas muito criativas. Quando fui em Fortaleza e conheci o JJ, adorei seu traço retrô e tive a idéia de fazer um roteiro para a personagem. Na verdade, avancei um pouquinho no tempo e, ao invés de fazer uma homenagem à era de ouro, acabei homenageando a era de prata dos quadrinhos, um período em que os gibis estava sob o olhar severo da censura da direita norte-americana e tinham que maneirar na violência, por exemplo. Sem ter como mostrar seus heróis enfrentando vilões no tapa, os roteiristas precisavam bolar maneiras diferentes de desenvolver a história. Nessa HQ-Homenagem, a Mulher Estupenda precisa salvar a Terra respondendo questões num show de perguntas e respostas. Para ler a história, clique aqui.

domingo, agosto 10, 2008

Mundo dos quadrinhos perde Eugênio Colonnese


Melina DiasDo Diário do Grande ABC
O universo das histórias em quadrinhos está mais pobre desde ontem, com a morte do mestre Eugênio Colonnese, 78 anos, italiano radicado em Santo André desde 1967.
Collonese não resistiu a complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral e morreu ontem, às 5h, no hospital Itacolomy, em São Bernardo. Ele estava internado há semanas. Um quadro de trombose evoluiu para gangrena e resultou em amputação da perna direita. Leia mais


Comentário: Colonnese era um dos grandes mestres do quadrinho nacional. Seu traço era simples, mas preciso, além de dinâmico. Tinha um charme tão grande que cansei de reconhecer seu desenho em livros didáticos. Felizmente tive a honra de escrever para ele, no álbum War, histórias de guerra, lançado pela Opera Graphica.

Apostilas!


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Ontem antecipamos o jantar de dia dos pais e fomos no Byblos, restaurante de comida libanesa (na R. Manoel Eudóxio Pereira, 1142, em frente ao anexo do Fórum). Além da ótima comida, uma aula de história. Byblos (que significa papiro) é o nome grego da cidade fenícia Jbeil, considerada a mais antiga do mundo. O local foi povoado primeiramente no período neolítico, 5.000 a.c. O povo que vivia ali criou um alfabeto de 22 letras que, acredita-se, deu origem ao nosso alfabeto. Local disputado, tem ruinas de edifícios feitos por cruzados, romanos e por Alexandre, o grande. Na foto, a ruína de um templo romano (repare na proporção, comparando o prédio com as pessoas no chão).

sexta-feira, agosto 08, 2008

Apostilas!


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Música de hoje

The Beatles - When I'm Sixty-Four
( Quando Eu Estiver Com Sessenta e Quatro )

Quando eu ficar mais velho, perdendo meus cabelos
Muitos anos adiante
Você ainda irá me mandar presentes no dia dos namorados
Saudações no aniversário, garrafa de vinho?
Se eu estiver fora até quinze pras três
Irá trancar a porta?
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro?

Você estará mais velha também
E se você disser a palavra
Eu poderia ficar com você
Eu posso ser útil, consertando um fusível
Quando suas luzes apagarem

Você poderia me tricotar um suéter perto da lareira
Nas manhãs de domingo iremos dar uma volta
Fazendo o jardim, cavando a erva daninha
Quem poderia pedir por mais?
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro?

Todo verão poderiamos alugar uma cabana
Na Ilha de Wight, se não for caro demais querida
Iríamos pechinchar e economizar
Bisnetos no joelho
Vera, Chuck & Dave

Mande-me um cartão postal, me manda um telegrafama
Informando o ponto de vista
Indique precisamente o que quer dizer
Estás sinceramente, se desperdiçando
Me dê uma resposta, preencha um formulário
Minha para todo o sempre
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro?

Organização de repórteres invade Pequim com rádio pirata

da France Presse
A organização RSF (Repórteres Sem Fronteiras) pirateou na manhã desta sexta-feira uma freqüência de rádio FM em Pequim para fazer campanha pela liberdade de expressão na China, horas antes do início oficial dos Jogos Olímpicos.
Às 8h08 local, uma voz falando em francês e dublada em inglês enviou uma mensagem dirigida às autoridades chinesas: "Pouco importam as medidas tomadas, vocês nunca poderão abolir a liberdade de expressão".
As freqüências de rádio são controladas com rigor na China, mas segundo a RSF, a FM pirata de Pequim foi ao ar "graças a pequenos transmissores e antenas móveis". Leia mais

quinta-feira, agosto 07, 2008


Assisti A Primeira Noite de um homem, filme de Mike Nichols (de 1967) com Dustin Hoffman no papel de um jovem recém-graduado que é seduzido pela esposa do sócio do pai e posteriormente se apaixona pela filha dela. Nichols conseguiu transformar uma comédia romântica num clássico do cinema com uma direção que beira o genial em maravilhosos planos-sequências. Além disso, ele usa muito bem o recurso do zoom, um recurso meio brega, mas que no filme ganha destaque ao ajudar a contar a história. Por exemplo, em uma das cenas, para mostrar que o personagem de Dustin Hoffman se sente sozinho e vítima de um destino que não consegue controlar, a câmera faz um zoom, dele para um gorila solitário numa cela. Também a cena em que ele conta para a moça que tem um caso com a mãe tem um uso primoroso de zoom. Ele não precisa dizer. Na medida em que a câmera faz o zoom na Sr. Robinson, é como se a mente da garota estivesse se ajustando à verdade. A cena em que a senhora Robinson calça as meias também virou clássica. Destaque também para o roteiro de Calder Willingham e Buck Henry, baseado em livro de Charles Webb e para a música de Paul Simon.
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quarta-feira, agosto 06, 2008

Humor negro


Música de hoje


Metrô Linha 743
Raul Seixas


Ele ia andando pela rua meio apressado
Ele sabia que tava sendo vigiado
Cheguei para ele e disse:
Ei amigo, você pode me ceder um cigarro?
Ele disse: Eu dou, mas vá fumar lá do outro lado
Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado!
Disse: O prato mais caro do melhor banquete é
O que se come cabeça de gente que pensa
E os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam
Porque quem pensa, pensa melhor parado.
Desculpe minha pressa, fingindo atrasado
Trabalho em cartório mas sou escritor,
Perdi minha pena nem sei qual foi o mês
Metrô linha 743
O homem apressado me deixou e saiu voando
Aí eu me encostei num poste e fiquei fumando
Três outros chegaram com pistolas na mão,
Um gritou:
Mão na cabeça malandro, se não quiser levar chumbo quente nos cornos
Eu disse: Claro, pois não, mas o que é que eu fiz?
Se é documento eu tenho aqui...
Outro disse: Não interessa, pouco importa, fique aí
Eu quero é saber o que você estava pensando
Eu avalio o preço me baseando no nível mental
Que você anda por aí usando
E aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando
Minha cabeça caída, solta no chão
Eu vi meu corpo sem ela pela primeira e última vez
Metrô linha 743

Jogaram minha cabeça oca no lixo da cozinha
E eu era agora um cérebro, um cérebro vivo à vinagrete
Meu cérebro logo pensou: que seja, mas nunca fui tiete
Fui posto à mesa com mais dois
E eram três pratos raros, e foi o maitre que pôs
Senti horror ao ser comido com desejo por um senhor alinhado
Meu último pedaço, antes de ser engolido ainda pensou grilado:
Quem será este desgraçado dono desta zorra toda?
Já tá tudo armado, o jogo dos caçadores canibais
Mas o negócio aqui tá muito bandeira
Dá bandeira demais meu Deus
Cuidado brother, cuidado sábio senhor
É um conselho sério pra vocês
Eu morri e nem sei mesmo qual foi aquele mês
Ah! Metrô linha 743

Viva Macapá!


A Federação das Indústrias do Rio criou um índice para medir o desenvolvimento das cidades brasileiras. Entre as capitais, Curitiba lidera... e Macapá fica em último lugar. Não sei se existe a categoria cidade mais esburacada, mas se houver, Macapá já é campeã! É de dar orgulho, não é?