segunda-feira, maio 12, 2008

História dos quadrinhos

A volta dos super-heróis

Na década de 1950, as revistas de super-heróis entraram em crise. As vendas foram caindo cada vez mais e a maioria das editoras migrou para outros gêneros, como o terror, o romântico e o faroeste. Apenas os personagens mais populares, como o Super-homem e o Batman, ainda continuavam vendendo bem.
Então, em 1956, a editora National (atual DC Comics) teve a idéia de relançar alguns heróis da era de ouro dos super-heróis. O primeiro personagem escolhido foi o velocista Flash. Para editar a revista foi escolhido Júlio Schwartz, que editara a revista original, na década de 1940. Acontece que Schwartz não gostava do personagem, muito menos do uniforme, e pediu para o escritor Robert Kanigher e os desenhistas Carmine Infantino e Joe Kubert para reformularem totalmente o personagem, inclusive com um uniforme que destoasse completamente daquele usado na era de ouro (que era baseado no deus Hermes). Assim, o novo personagem era alter-ego de Barry Allen, um cientista da polícia que ganhava poderes ao ser banhado por produtos químicos. Ex-agente literário de escritores de ficção-científica, Schwartz resolveu dar um ar científico ao personagem acrescentando notas de rodapé explicando, por exemplo, que Flash conseguia atravessar objetos sólidos vibrando velozmente as moléculas de seu corpo. Deu certo. A nova abordagem agradou bastante os leitores, fazendo com que a revista do personagem inaugurasse a chamada Era de Prata dos super-heróis. Afinal, os tempos eram outros. Com a corrida espacial e a possibilidade de uma guerra nuclear, explicações científicas pareciam algo muito mais real do que magia.
O próximo personagem a ser revitalizado foi o Lanterna Verde. Enquanto o Lanterna da era de ouro parecia mais com Aladin e a lâmpada mágica, o novo era um patrulheiro espacial. Assim, o piloto de testes Hall Jordan recebe um anel de uma alienígena moribundo que fazia parte da tropa dos Lanternas Verdes. Com isso, ele se torna o novo patrulheiro, responsável pela área do universo em que está a Terra.
Em abril de 1958 estreou a primeira equipe de super-heróis da Era de Prata. A Legião dos super-heróis surgiu numa aventura do Superboy, mas logo foi conquistando fãs, que começaram a clamar por novas aventuras. A criação dos personagens com estranhos poderes e origens (Rapaz Cósmico, Garota de Saturno, Rapaz Triplo e Violenta Encolhedora, entre outros) foi obra do roteirista Otto Binder, ex-roteirista do Capitão Marvel. Entretanto, a revista se tornou um sucesso após a entrada no título de um escritor novo, que mandava suas histórias por correio, chamado Jim Shooter. Um dia a editora convidou-o para conhecer a redação e todos levaram um susto: o novo talento era, na verdade, um garoto de 13 anos!
O sucesso desse revival dos heróis fez com que os editores da National decidissem reviver a Sociedade da Justiça. Mas Julius Schwartz achava que o nome Sociedade era formal demais, trocando-o por Liga, uma palavra conhecida dos jovens por causa das ligas de beisebol. O novo grupo reunia os principais heróis da editora e fez grande sucesso. Era a lógica do mais pelo mesmo: mais heróis pelo mesmo número de páginas. A Liga da Justiça estreou na revista The Brave and the Bold em março de 1960.
Além da reformulação dos personagens, outra grande sacada de Schwartz foi estreitar a comunicação com os leitores, ao criar a seção de cartas na qual apareciam os endereços dos fãs. Com isso, eles eram estimulados a trocar correspondência entre si e o resultado foi duplo: os gibis deixaram de ser leitura descartável para se tornarem itens colecionáveis e começaram a surgir vários fanzines, revistas feitas por fãs, que divulgavam os personagens e revelavam novos talentos. Alguns dos grandes escritores de quadrinhos, como Roy Thomas, surgiram nos fanzines.
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2 comentários:

Anónimo disse...

certa vez li um artigo sobre esses fanzines dos anos 50 serem o A.D.N. do que se conhece nos Estados Unidos por "INDUSTRIA dos quadrinhos".
Todos os vicios do mercado e de seus fanboys estvam desabrochando nos fanzines, especialmente no de ROY THOMAS:
- A nescessidade de convencer que o mundo "exterior"( os não leitores de quadrinhos- que não lêem os fanzines de quadrinhos também) que os quadrinhos "não são só pra crianças"
- O eterno saudozismo por "fases boas" e não essa "porcaria que publicam hoje" ( e imagine, nos anos 50 os fãs eram saudozos dos quadrinhos dos anos 40, que apesar de seu merito desbravador, não eram nem um pouco sofisticados e na maior parte do tempo amadoristicamente primitivos sem falar de criminalmente oportunistas *cof* plagio*cof*, e é claro, estamos falando de Herois e não da EC ou humor).
- Pedidos de fãs para ressucitarem personagens "importantes" que ninguem se lembra mais
- crueis e mau humoradas criticas a historias equilibrada por desavergonhadas promoção de historias a "melhores historias já feitas" sem grandes explicações;
-Debates unilaterais mas "cientificos" de como o personagem X ia, sem sombra de dúvida, encher o personagem z de porrada;
-Tabelas de preços para colecionadores e especuladores escalpelarem seus iguais;
- Imprensa submissa que confunde quadrinhos com super-herois e convenientemente esquece outros generos.
E muitos outros.

Meu nome não é Jonnhy

Jeremias Berdinazzi disse...

Eu, vendo o Flash ali na foto, lembrei da série dele que eu via qndo pequeno, bateu uma saudade! :)
Vou dar uma relida nas minhas HQs e relembrar a época passada. ;)