quarta-feira, outubro 31, 2007

Capitão Nascimento facts

.:: Deus disse que iria fazer o mundo em 6 séculos. Cap. Nascimento disse: “O senhor é um fanfarrão, senhor 01. O senhor tem seis dias, sr. 01!”
.:: Cap. Nascimento joga roleta russa com uma arma inteiramente carregada, e ganha.
.:: Cap. Nascimento dorme com um travesseiro debaixo da arma.
.:: Cap. Nascimento pediu um Big-mac no Bob´s e foi atendido.
.:: “Principais causas de morte no Brasil: 1. Ataque do coração 2. Cap. Nascimento 3. Câncer”, a opção 1 é a maior porque a maioria dos bandidos morrem do coração quando vêem o capitão.
.:: O Capeta queria entrar no BOPE, mas o Cap. Nascimento fez ele desistir apenas dizendo: “666, Você é o novo xerife!”
.:: Cap. Nascimento é a razão de Bin Laden ainda estar se escondendo.
.:: Cap. Nascimento depois que saiu do BOPE foi trabalhar em uma creche infantil. “Mas foi armado, “cumpadi”, e de farda preta.“
.:: Cap. Nascimento não sai de lugar nenhum devendo ninguém, sempre põe na conta do Papa!!
.:: Quando Bruce Banner fica puto ele vira o Hulk, quando o Hulk fica puto ele vira o Cap. Nascimento.
.:: A roupa do Super-homem era preta até o Cap. Nascimento dizer: “Tira essa roupa preta porque você é moleque!”
.:: Cap. Nascimento trabalhou como negociador da polícia. Seu trabalho era ligar para os seqüestradores e dizer: “Pede pra sair!”

Fonte: blog Via Brasil (adaptado)

terça-feira, outubro 30, 2007


Já está disponível, no site da Virtual Books, o capítulo 16 da série Mundo Dragão. Texto meu, desenhos do ótimo Jean Okada.

Assistimos ônibus 174, o documentário de José Padilha (Tropa de Elite) sobre o sequestro do ônibus que abalou São Paulo. Impressionante. Para quem acredita no espiritismo é difícil não pensar em obsessão. Normalmente, em casos como esse, existe uma curva de violência. Isso significa que a tendência do sequestrador é se tornar cada vez menos violento, em decorrência da fome, sede, cansaço... mas no caso do Sandro, o que se via é que, a cada minuto que passava, ele se tornava mais violento. Ou melhor, ele acalmava e logo depois ficava violento de novo. É difícil dizer que o Bope tenha errado. A tendência, nesses casos é negociar, tentando a liberação de reféns e deixando o tempo passar, pois, quanto mais o tempo passa, mais a situação acalma. Mas algo deu errado no caso do Ônibus 174. Fica clara no filme a falha ao não invadir o ônibus quando se pensava que Sandro estava matando as reféns. Uma curiosidade: o verdadeiro Capitão Matias (de Tropa de Elite) aparece no documentário. Ele era um dos negociadores.

segunda-feira, outubro 29, 2007




HISTÓRIA DOS QUADRINHOS 9
Flash Gordon

Buck Rogers, Dick Tracy e Tarzan causaram uma verdadeira revolução nas histórias em quadrinhos. O clima de aventura, o desenho realista e os cenários gran­diosos conquistaram os leitores.
Já não havia mais lugar para as tiras cômicas e um dos maiores syndicates da época, o King Features Syndicate entrou em desespero: Fazia-se urgente encontrar alguém que trabalhasse tão bem com a aventura quanto a con­corrência.
Para isso foi instituído um concurso interno. Quem acabou ganhando foi um ex-oficce-boy da empre­sa. Seu nome era Alex Raymond e seu personagem era Flash Gordon, um dos maiores sucessos da época.
A história estreou num domingo, 7 de janeiro de 1934. Os leitores americanos abriram seus jornais e tive­ram um grande impacto. Lá es­tava um herói novo, diferente de todos os outros que o haviam an­tecedido. Era a primeira história de Flash Gordon, de Alex Ray­mond. De lambuja, vinha como complemento o personagem Jim das Selvas - também com dese­nhos de Raymond.
Flash Gordon veio para re­volucionar o conceito de aventu­ra. Nela predominava a imaginação: moças bonitas, homens-leão, povos submarinos, princesas estelares, vilões insa­nos e um herói ariano (exemplo perfeito de conduta e boas inten­ções) conviviam numa mesma pagina.
Flash Gordon não para­va. Mal conseguia se livrar de monstros pré-históricos e caia nas mãos de um imperador tirâ­nico. Era como se estivesse pas­sando por um eterno teste de provas.
A historieta - que tinha ro­teiros anônimos de Don Moore - tornou-se um sucesso absoluto de vendas. O traço forte e elegante de Raymond conquistou os leitores e conseguiu dar ao personagem uma imponência que ninguém nunca mais conseguiu.
Flash Gordon surgiu para concorrer com o grande campeão de vendas da época, Buck Ro­gers, mas com o tempo, Flash ultra­passou de longe o seu concorrente do século XXV. Praticamente junto com Flash Gordon, Raymond desenhou dois outros persona­gens nos moldes dos que já faziam sucesso na época: Jim das Selvas (baseado em Tarzan) e Agente Se­creto X-9 (para concorrer com Dick Tracy).
“Agente Secreto X-9” era de autoria do famoso escritor policial Dashiel Hammet e transmitia o clima de tensão que os gángsters impri­miam aos anos 30. Detalhe: esse trabalho de Hammet geralmente não aparece nas biografias do es­critor.
Já Jim das Selvas era, a principio, uma espécie de aventureiro, um caçador intrépido enfrentan­do todos os perigos da selva. Com o tempo, Jim começou a se envol­ver em tramas internacionais, mas nem por isso perdeu sua força.
Alex Raymond foi um dos maiores desenhistas dos quadri­nhos. O seu traço elegante in­fluenciou toda uma geração. Os seus persona­gens, entretanto, não tiveram muita sorte.
Depois da morte de Raymond, no final dos anos 40, Flash Gordon ainda passou por um bom momento no início da década seguinte nas mãos de Dan Barry (desenhos) e Harvey Kurtzman (roteiro). Mas, assim que Kurtzman saiu do roteiro a história perdeu muito do caráter onírico que tinha no início.
O grande seguidor au­têntico de Raymond a ilustrar seus personagens foi All Willianson, que desenhou três números da revista do Flash Gordon e a tira do Agente Secre­to X-9 durante 13 anos.
Além do ótimo desenho e das tramas de matinê, terminando sempre em suspense, Flash Gordon é lembrado também pelas antecipações. Foi nessa história em quadrinhos que apareceu pela primeira vez a mini-saia, o raio laser e o forno microondas. Em um de seus boletins oficiais, a NASA admitiu que os quadrinhos do personagem foram usados para solucionar problemas de aerodinâmica dos primeiros foguetes espaciais norte-americanos.
Flash Gordon também foi a grande fonte de inspiração para outra grande saga moderna: os filmes da série Star Wars. Como não conseguiu autorização para filmar o personagem, George Lucas resolveu criar a série Guerra nas Estrelas.

Decepções

Acho que foi o Chico Buarque que disse que devemos prestar atenção à poesia, não aos poetas. Quantos de nós não teve uma decepção com alguém que admirávamos? Creio que criamos uma imagem perfeita de nossos ídolos, daí ficarmos decepcionados quando eles não correspondem a isso.
Recentemente fiquei muito decepcionado com a decisão de Roberto Carlos de proibir sua biografia não-autorizada, mas eu já havia tido algumas decepções antes.
Quando ainda morava em Belém, fui entrevistar Ziraldo para um pequeno jornal alternativo. Eu era fã de carteirinha do homem e pensava até em um dia escrever uma biografia dele. Foi uma decepção. Como cheguei bem antes, pude ouvir todas as exigências que ele fazia aos dono da livraria que o levara a Belém. Depois, quando começou a coletiva, ele foi bem arrogante. Não fui vítima dessa arrogância, porque ele logo percebeu que eu entendia de quadrinhos e passou a conversar só comigo, ignorando os outros jornalistas (isso, inclusive, me colocou numa situação constrangedora junto aos meus colegas). Foi tão decepcionante que eu acabei desistindo de escrever a matéria.
Sempre gostei muito do grupo mineiro Pato Fu. Quando fui para Curitiba, a música deles O Mundo ainda não está pronto foi minha trilha sonora na cidade. Tenho todos os discos do grupo. Cheguei a escrever uma novela de ficção-científica inspirada na música Spaceballs e entrevistei a Fernanda por e-mail para um jornal local. Disse isso para uma amiga jornalista e ele me contou que estava na coletiva com o Pato Fu, quando eles vieram em Macapá. Disse que eles foram super-arrogantes com os jornalistas locais. Quando alguém perguntou sobre o fato da Fernanda Takai ser amapaense (ela nasceu na Serra do Navio), ela respondeu algo como: ¨Para mim, isso não tem relevância nenhuma¨.
É, na maioria das vezes a gente tem que prestar atenção mesmo é na poesia, e não no poeta.

Fã do Tio Patinhas constrói réplica da Caixa-Forte


Por Marcus Ramone (29/10/07)O norte-americano Mut Skull, notadamente um fã inveterado dos personagens de Walt Disney, construiu uma réplica em pequena escala da Caixa-Forte do Tio Patinhas. Leia mais

domingo, outubro 28, 2007


Ontem, olhando o Google mapas, vimos a imagem de satélite da nossa rua. Infelizmente, na nossa região não temos a possibilidade de Zoon total. Nos EUA dá para ver até os carros se movimentando nas ruas. Impressionante.

sábado, outubro 27, 2007



Fui assistir Tropa de Elite. É, com certeza, um dos melhores filmes brasileiros. É tão bom quanto Cidade de Deus (aliás, é o mesmo roteirista e o mesmo montador de Cidade de Deus). Gostei da direção não-convencional e do roteiro não-linear. A história começa no meio e recua seis meses depois para mostrar como os acontecimentos desembocaram naquilo que foi mostrado no início. É uma estrutura que exige um roteirista realmente bom.


Os bordões do Capitão Nascimento (como ¨Põe na conta do Papa¨ou ¨Pede pra sair!¨já estão na boca do povo, o que mostra a força da obra.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Meu filho vai adorar essa: um blog só com lista de 10 melhores.


Um dia quiseram ver quem era o melhor: McGyver, Jack Bauer, ou Cap. Nascimento.
==> Chegaram pro McGyver e falaram: A gente soltou um coelho nessa floresta. Encontre mais rápido que os outros e você será considerado o melhor!
McGyver pegou uma moeda de 5 centavos no chao, um graveto e uma pedra e entrou na floresta. Demorou 2 dias pra construir um detector de coelhos em floresta e voltou no 3o dia com o coelho.
==> Dai chegaram pro Jack Bauer e falaram a mesma coisa.
Ele entrou correndo na floresta e 24 horas depois apareceu com o coelho. Pediu desculpas porque teve q desarmar 5 bombas nucleares, recuperar 15 armas quimicas, escapar de um navio cargueiro que ia pra china e matar 100 terroristas pra chegar ate o coelho.
==> Dai pediram para o Cap. Nascimento ir buscar o coelho. Se ele demorasse menos de 24 horas ele seria o melhor.
No que ele respondeu:- Ta de sacanagem comigo 05? Ce ta de sacanagem comigo ? Você acha que eu tenho um dia inteiro pra perder com essa porra de brincadeira 05? Tu eh mo-le-que! MO-LE-QUE 05!!! Virou-se calmamente para a floresta e gritou: - Pede pra sair!!! Pede pra sair cambada!!! em menos de 5 segundos ja tinha saido da floresta: 300 coelhos, 20 jaguatiricas, 50 jacares, 1000 paca-tatu-cotia-nao, o Shrek e o monstro fumaça do Lost. Dai ele gritou: - 02, tem gente com medinho de sair da floresta, 02!- 07, traz a 12!Nisso o Bin laden saiu da floresta correndo!!!

Vale a pena ler de novo

Um dos meus textos mais comentados, tendo sido, inclusive, reproduzido em outros blogs e sites:

Música e história


Existem certas músicas que, mais do que qualquer tratado acadêmico, representam e analisam uma determinada época. Abaixo apresento algumas canções que marcaram gerações ou épocas.

Final dos anos 1960

Nessa época, embora se vivesse a ditadura militar, achava-se que os militares voltariam para os quartéis se houvesse pressão social nesse sentido. Era uma época de sonho, de achar que o mundo poderia ser mudado e que o povo unido venceria. Nenhuma canção marcou tanto essa época de esperança e crítica social quanto “Para não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré.




Pra não dizer que não falei das flores
Geraldo Vandré

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão

Década de 70

A história mostrou que os soldados não estavam tão perdidos assim, tanto que arranjaram um jeito de continuar no poder. Todos sabem o restante do enredo: o AI5 fechou o Congresso, cassou políticos e eliminou os direitos civis. Uma parte da esquerda que acreditava que caminhando e cantando e seguindo a canção conseguiriam mudar a sociedade chegou à conclusão de que as coisas só mudariam através das armas.
Começaram as guerrilhas urbanas e rurais, ambas rapidamente sufocadas pelo Regime Militar. Sem ter o que fazer, os carrascos voltaram sua atenção para qualquer um que discordasse do regime. A tortura chegou aos intelectuais e artistas. A morte do jornalista Herzog é sintomática desse período. Criou-se uma era de terror, em que qualquer um podia ser a próxima vítima dos militares.
No final dos anos 70, embora já houvesse indícios de a democracia voltaria (inclusive com o governo dos EUA pressionando nesse sentido), ainda havia o medo. A música Cartomante, de Ivan Lins e Victor Martins (mas que ficou famosa na voz de Elis Regina) é a melhor representação desse período.


Cartomante
Ivan Lins e Victor Martins

Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida
Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço
Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias
Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus

Anos 80

Já estava escrito. O rei ia cair. Não só um, mas todos, o rei de espadas, de ouros e o rei de paus. O início dos anos 80 trouxe consigo o início da democracia, mas também trouxe uma geração que tinha crescido sob a sombra da Ditadura (que na época era chamada de revolução) e que tinha perdido o vínculo com a geração política do passado.
As revelações sobre as atrocidades nos países comunistas, aliadas à situação de terror interna, criou uma geração que não sabia o que queria, mas sabia o que não queria, a geração Coca-cola.



Geração Coca-Cola
Legião Urbana

Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola.
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis.
Como diz a música, esses jovens se sentiam derrubando reis, os mesmos que, na música anterior, iriam cair por força do destino e das cartomantes. Era uma geração criada sob influência dos enlatados, mas que queria cuspir de volta esse lixo em cima dos que mandavam. Era também uma geração que pela primeira vez convivia com a liberdade e queria aproveitá-la. Embora não fosse uma geração comprometida com uma ideologia específica, era política num sentido de revolta contra as injustiças.
Anos 90

Veio Sarney, angariou o entusiasmo e depois a decepção do povo e, então, o Collor. E, com o Collor, uma grave crise social. Nessa época, quase todas as pessoas que eu conhecia estavam desempregadas. Muitas empresas fecharam suas portas. Na área de quadrinhos, praticamente todas as editoras encerraram suas atividades e só sobrou o mercado erótico. Até Maurício de Souza teve que rebolar para continuar no mercado (tanto que as tirinhas da Mônica celebraram a queda de Collor).




Na época, até as pessoas que tinham emprego fixo ficaram subitamente desempregadas, por conta das privatizações. A música Teatro dos Vampiros, do Legião Urbana, é o melhor símbolo desse período negro. Como dizia a música, os bandidos estavam soltos, o povo não. E todo mundo sentia como se tivesse voltado aos tempos da ditadura, retrocedendo pelo menos 10 anos no tempo.


Teatro Dos Vampiros
Legião Urbana

E nestes dias tão estranhos
Fica poeira se escondendo pelos cantos
Este é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance.
Ninguém vê onde chegamos:Os assassinos estão livres, nós não estamos
Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas

Qual seria a música de nossa época?
Quando um cidadão normal se recusa a cumprir uma lei, ele é preso. O que acontece quando um juiz se recusa a cumprir uma lei? Em Minas Gerais um juiz rejeitou todos os pedidos de medidas feitos pelo Ministério Público baseados na Lei Maria da Penha com o argumento de que "a desgraça humana começou no Éden, por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (...) O mundo é masculino! A idéia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!". Leia mais no site do Correa Neto.

Leia aqui sobre o projeto de Maurício de Souza de criar personagens infantis com os Beatles. Infelizmente, alguém do quarteto vetou e o projeto ficou na gaveta.

Um passarinho nos céus de Curitiba



Um super-herói brasileiro? A idéia pode causar um certo estranhamento porque estamos acostumados com super-heróis americanos ou inventados nos EUA. E essa idéia ainda pode parecer mais estranha para os habitantes da capital paranaense ao saber que esse super-herói é curitibano. É comum vermos superseres sobrevoando alguma cidade americana, real ou imaginária, ou balançando-se entre os prédios de Nova York e aceitamos isso normalmente. Mas para quem mora em Curitiba ler uma história com alguém usando uma roupa extravagante, voando sobre a Praça Tiradentes e enfrentando monstros no Passeio Público pode parecer um tanto esquisito. Ou será que não?
Esse super-herói é conhecido como O Gralha, numa referência a ave símbolo do Paraná e que está ameaçada de extinção, a gralha-azul. O personagem foi criado em 1997, tendo como inspiração um mítico super-herói da década de 40, o Capitão Gralha, publicado em Curitiba. Não foi criado por uma só pessoa, mas sim por um grupo de 8 pessoas. O objetivo era a edição especial da revista Metal Pesado que comemorava 15 anos da Gibiteca, aliás, iniciativa que faltou na comemoração dos 20 anos. Era uma única história desenhada por um artista diferente a cada duas páginas. E isso acabou virando uma marca registrada do personagem: não existe nenhum roteirista ou desenhista “oficial”, é sempre um trabalho de grupo, onde cada um dá sua visão. Leia mais

Moebius brasileiro


Pergunte a qualquer fã de ficção científica do planeta sobre Aldebaran e a maioria vai lembrar a trilogia Guerra nas Estrelas ou, se tiver conhecimentos de astronomia, dirá que se trata de uma estrela gigantesca, quase 40 vezes maior do que nosso Sol.
Pergunte a um leitor de quadrinhos franceses, no entanto, e ele lhe dirá que se trata da série que ficou com o primeiro lugar na lista dos 20 melhores álbuns de Bande Desineé (como chamam-se as HQs em francês) lançados em 2000. E que o autor da série chama-se Leo (na verdade Luís Eduardo de Oliveira) e é brasileiro. Leia mais

quinta-feira, outubro 25, 2007

Uma caricatura de um político do Amapá, que se espalhou pela internet, chegando a ser publicada até por blogs de outros países, vai aparecer na abertura de uma minissérie da Rede Globo. Saiba mais.
Essa eu tirei do blog do Walter Jr.:

Carta enviada de uma mãe para uma outra mãe em SP, após assistir noticiário na TV :"Hoje vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado.

Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência. Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação, contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa de direitos humanos.
Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual.
.
Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma videolocadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você estiver se abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo...
Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? Que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem"

Chega de inversão de valores!
Direitos humanos são para humanos direitos!!

Novo golpe

Existe um novo golpe sendo aplicado em Macapá. Bandidos esperam os donos da casa saírem e, quando resta só a empregada, dizem que foram chamados para verificar chiados no telefone. Se a empregada abre o portão, eles anunciam o roubo.

terça-feira, outubro 23, 2007

Casal infeliz vira amante na internet e se divorcia

BELGRADO - Um casal bósnio com problemas conjugais buscou simultaneamente amantes virtuais na internet. Acabaram encontrando um ao outro e se apaixonaram de novo na rede mundial de computadores. Quando marcaram um encontro, descobriram que eram casados e decidiram se divorciar. Leia mais

Entropia - a flecha do tempo


A entropia é um dos mais instigantes e também um dos mais controversos conceitos da cibernética.Nilson Lage define entropia como o oposto de redundância e equivalente ao conceito de informação: "O conceito de redundância relaciona-se com alta previsibilidade; o de entropia com baixa previsibilidade". Nobert Wiener, o criador da cibernética, vai no sentido oposto: "é possível interpretar a informação conduzida por uma mensagem como sendo, essencialmente, o negativo de sua entropia". A entropia é vista aqui não como informação, mas como redundância. Décio Pignatari concorda com as idéias de Wiener. Para ele, a entropia negativa é igual à informação: "Na desdiferenciação de formas e funções , teríamos a tendência caótica ou entrópica, cujo ponto extremo seria a uniformização geral, o caos, onde não haveria possibilidade de informação, nem troca possível de informação". Epstein, por sua vez, lembra que a fórmula para medir a entropia, proposta por Clausius em 1864 é idêntica à proposta por Shannon em 1948 para medir a informação de uma mensagem. Por outro lado, a entropia pode ser tratada como uma espécie de ruído (eumesmo já o fiz em minha dissertação de mestrado).
Afinal, o que é entropia? A palavra entropia foi usada pela primeira vez em 1850, pelo físico alemão Rudolf Julius Clausius (1822-1888). A origem da palavra são os radicais gregos em (dentro) e tropee (mudança, troca, alternativa). O termo foi amplamente trabalhado na física para designar a Segunda Lei daTermodinâmica.
Há várias maneiras de enunciar essa lei, mas talvez a mais completa seja:
"Todo sistema natural, quando deixado livre, evolui para um estado de máxima desordem, correspondente a uma entropia máxima".
A entropia representa a perda de energia do universo, que ocorre a todo instante, razão pela qual os cientistas dizem que o universo caminha para a morte térmica. Ela é irreversível. Por isso, essa energia perdida jamais será recuperada.
Esse sentido único da entropia fez com que os físicos a chamassem de "a flecha do tempo".
Para exemplificar, imagine duas canecas de alumínio, uma a 80, outra a 20 graus centígrados. Se encostarmos uma na outra, o que ocorrerá? A caneca quente esfriará e a fria esquentará. Chegará um ponto em que as duas estarão à temperatura uniforme de 50 graus. Essa experiência fez com que Clausius enunciasse a lei da entropia da seguinte maneira: "É impossível haver transferência espontânea de calor deum objeto frio para outro mais quente".
Outra característica da entropia é a mistura indiferenciada.
Para visualizar essa propriedade, basta imaginar dois recipientes ligados por uma comporta, um com tinta branca, outro com tinta vermelha. Ao abrirmos a comporta, as duas tintas irão se misturando aos poucos, até chegar o ponto em que não conseguiremos distinguir onde está o branco e onde está o vermelho. Ou seja, a tinta entra em estado desordenado, pois a ordem pressupõe uma compartimentação de coisas. Uma estante em que livros e CDs estejam misturados é mais caótica do que uma estante em que os livros estejam em umaprateleira e os CDs em outra.
Um detalhe interessante da mistura das tintas é que as mesmas jamais voltarão à posição inicial, mesmo que esperemos por toda a eternidade.
É a flecha do tempo, o sentido único da entropia.
A entropia tem, também, o sentido de degradação. Assim, a velhice que vai aos poucos tomando conta de nosso corpo é um exemplo da mesma vivenciado por todos nós, diariamente. Esse processo vai se acumulando até redundar na fase final: a morte. Não é por outra razão que os físicos se referem à entropiacomo a morte térmica do universo.
A palavra entropia foi também usada em administração para designar empresas que se deixam dominar pelo caos, pela degradação. Lojas em decadência são um exemplo perfeito de como a entropia podedestruir um empreendimento: a sujeira toma conta do lugar; a fachada se tornando aos poucos ilegível; as paredes desbotam; o dono não tem dinheiro o bastante para fazer as reformas necessárias; e os empregados,desestimulados, não se empenham para vender mais, diminuindo a renda da firma e acelerando sua falência.
Uma vez iniciado o processo de entropia em uma empresa, somente uma injeção maciça de dinheiro pode salvá-la. Na verdade, é mais prático e barato criar uma empresa nova do que tentar reerguer uma dominada pela entropia.
Na comunicação, a entropia está relacionada ao grau de desorganização da mensagem. Quanto mais desorganizada, mais entrópica. Nos meios acadêmicos, costuma-se brincar que o melhor exemplo de entropia seria um macaco utilizando uma máquina de escrever. O resultado dessa traquinagem: uma mensagem totalmente desprovida de código e entrópica. Portanto, incompreensível.
O código é utilizado com o objetivo de evitar que o caos tome conta da mensagem.
A entropia, no entanto, pode ter uma utilização positiva na comunicação, pois uma mensagem extremamente ordenada é também uma mensagem previsível e, portanto, redundante. A característica de imprevisibilidade da entropia pode dar à comunicação um toque mais original. É o que ocorreu, por exemplo, com o surgimento da MTV. Diante da estrutura ordenada e previsível das emissoras convencionais, a linguagem entrópica da MTV foi um sopro de criatividade.
A entropia também pode ser usada na diagramação de revistas, como demonstra a revista Trip.
Exemplos de linguagem entrópica também podem ser encontradas no cinema. O filme "Clube da Luta", por exemplo, não só usa uma linguagem caótica, como fala explicitamente do aumento da entropia no mundo atual. A cena em que o personagem principal se auto-flagela é um ótimo exemplo disso.
Vale ressaltar que, uma vez assimilada, essa linguagem entrópica vai se tornando um novo tipo de ordem.
Como diz Umberto Eco, "cada ruptura da organização banal pressupõe um novo tipo de organização, que é desordem em relação à organização anterior, mas é ordem em relação a parâmetros adotados no interior do novo discurso".
Compre livros de Umberto Eco no Submarino.

segunda-feira, outubro 22, 2007


A Alcilene Cavalcante colocou em seu blog a entrada do site promocional da Beija-flor, que homenageia o Amapá (a prefeitura de Macapá está patrocinando a escola). O curioso aí é que arranjaram uma índias de olhos verdes! O único elemento que deveria representar o Amapá é uma índia, que provavelmente é uma modelo do sul caracterizada... Custava pesquisar um pouquinho ou usar uma modelo daqui?

Deuses, apenas deuses


Estou lendo os Novos Deuses, de Jack Kirby, lançado em três edições pela Opera Graphica. No início da década de 1970, Kirby saiu da Marvel, na qual havia criado a base visual dos heróis da editora, e foi para a DC na qualidade de astro. A editora lhe deu liberdade total e Kirby resolveu criar toda uma mitologia. A história começa com a morte dos velhos deuses (como se o autor estivesse matando Thor, com o qual trabalhou durante anos para a Marvel). Novos Deuses apresenta Darkside, Orion, Nova Gênese, muitos personagens que depois seriam a base de mega-sagas na DC.

Em Novos Deuses, vemos Kirby em estado puro, sem a interferência de escritores ou editores. É uma explosão de ação e imaginação, angulações estranhas... a serviço de uma mitologia poderosa, que, embora não tenha feito muito sucesso na época, iria influenciar artistas por muitos e muitos anos.

Mas, embora tudo seja muito bom, falta algo: humanidade. Os poucos personagens humanos que aparecem são apenas escadas para os Novos Deuses, e mesmo Orion parece distante e pouco humano. O melhor personagem é justamente o menos humano de todos: Darkside.

É a falta que faz um Stan Lee. Ele equilibrava a imaginação desenfreada do Kirby, contrapondo as tramas estelares com dramas humanos. O Surfista Prateado, por exemplo, apesar de alienígena, é muito humano.

Uma curiosidade: Kirby evidentemente se identifica com o caladão e briguento Orion (sua primeira fala é: Eu ouvi a palavra, e a palavra é batalha!), mas aparece o brincalhão Lightray, que parece ter uma personalidade parecida com a de Stan Lee. Inconscientemente, Kirby estaria com saudades do seu velho amigo da Marvel?

Quem me conhece melhor, sabe que sou fã de Roberto Carlos, mas sabe também que fiquei muito decepcionado quando ele resolveu censurar o livro Roberto Carlos em detalhes. Fiquei mais decepcionado ao ler este texto, do autor do livro, no qual ele explica os verdadeiros motivos do rei (grifos meus):


ROBERTO CARLOS PRECISA DE UM TONY BLAIR
Por Paulo Cesar de Araújo


No inicio dos anos 70, Roberto Carlos gravou um de seus grandes sucessos, "Eu quero apenas", mais conhecida como "Um milhão de amigos", que em um dos versos diz: "Eu quero crer na paz do futuro/ eu quero ter um quintal sem muro". Decorridas mais de três décadas do lançamento desta música podemos dizer que este futuro já chegou. Portanto, já é possível constatar que, infelizmente, aquele ideário do artista não foi alcançado: a paz não vigora em nosso mundo como também não vivemos em quintais sem muros. Ao contrário, ao longo desses anos acentuaram-se muros e cercas em torno de propriedades privadas, até mesmo em prédios residenciais nas grandes cidades. Mas o mais irônico é que coube a Roberto Carlos reivindicar a forma mais radical que se conhece de propriedade privada; não apenas aquela sobre os meios de produção, um imóvel ou um automóvel, mas a propriedade privada de sua história - e em torno da qual ele tenta erguer um muro para protegê-la da "invasão" alheia.
Durante recente entrevista coletiva no navio Costa Furtuna, o cantor foi mais uma vez enfático ao reclamar do livro "Roberto Carlos em Detalhes". "A minha história é um patrimônio meu, quem escreveu este livro se apropriou deste meu patrimônio e usou este patrimônio em seu próprio beneficio". Em outra coletiva, no fim do ano passado, um jornalista ponderou que a sua produção musical é redimensionada no livro. "E daí?", rebateu o artista. "Você gostaria que alguém escrevesse a sua história, quando você quer escrever a sua própria história? Me responde! Você gostaria?".
Creio que este é o principal motivo que levou Roberto Carlos a abrir um processo contra mim e a Editora Planeta. Supostas ofensas à honra ou invasão de privacidade são apenas pretextos para pedir e, por enquanto, conseguir na Justiça a proibição do livro. No próprio texto do processo cível o advogado do cantor reclama por seu cliente não estar obtendo "qualquer participação nos lucros provenientes da vendagem do livro". Reclama também da perda de "lucros futuros" pelo fato de a obra tirar o ineditismo da biografia que um dia o cantor pretende escrever. Por isso, Roberto Carlos não quer simplesmente corrigir esta ou aquela passagem que considere ofensiva ou equivocada no livro; o que ele quer é proibir que alguém escreva sobre sua história - o que, além da tentativa de reivindicar reserva de mercado, é uma flagrante ameaça à liberdade de expressão.
Imagine que alguém como o presidente Lula também reivindicasse que a sua história é patrimônio exclusivo seu, e que caberia a ele escrevê-la como e quando quisesse. Nenhum historiador poderia contar a história de um dos oito filhos de dona Eurídice, o retirante nordestino que se tornou líder metalúrgico e, mais tarde, presidente da República. Pois para Roberto Carlos é um usurpador da história alheia quem escreveu a sua trajetória de menino pobre, que também saiu do interior do Brasil e, contra todas as adversidades, se consagrou como o "rei" da nossa música popular. Segundo esta lógica, são usurpadores da história alheia biógrafos como Peter Gay, que escreveu a biografia não-autorizada de Sigmund Freud; Howard Sounes que escreveu a biografia não-autorizada de Bob Dylan; Wendy Goldman Rohm que escreveu a biografia não-autorizada de Bill Gates; Michael Braun, que escreveu a biografia não-autorizada dos Beatles. E todos deveriam ser processados por roubar o que não lhes pertencia. Porém, para todos esses casos prevaleceu a idéia de que escreveram sobre figuras públicas cujas histórias pertencem à coletividade e são, portanto, de interesse geral.
A rigor, uma história de vida não existe isoladamente, mas em relação com outras histórias. E se valer para cada um o direito privado sobre sua história, ninguém poderá escrever uma autobiografia sem pedir permissão a outros. Para Roberto Carlos narrar sua história (entendida como patrimônio particular) teria que pedir permissão aos herdeiros de Carlos Imperial, no momento em que sua história cruzar com a dele; ou aos herdeiros de Tim Maia, pela mesma razão. Sim, porque a partir do momento em que saiu para o mundo, interagiu com outras pessoas, com as quais trabalhou, criou, brigou, amou, a história de Roberto Carlos faz parte de uma história coletiva. E no caso específico dele não dá nem para separar história púbica de história privada porque ambas estão entrelaçadas em sua obra musical. Ele é um artista autobiográfico, pois canta o que vive e o que sente. Como analisar, por exemplo, uma canção como "Lady Laura" sem falar da relação do artista com sua mãe (vida privada); ou uma canção como "Amigo", sem falar de sua amizade com Erasmo Carlos (também vida privada); ou as muitas canções de amor que ele também ofereceu publicamente para as esposas Nice, Myrian Rios e Maria Rita?
O contraditório é que ao entrar na Justiça para defender a "posse" de sua história, o artista relegou a segundo plano outro importante patrimônio: a sua imagem pública. Ao longo da carreira, Roberto Carlos se esforçou para construir sua imagem com bastante esmero, evitando, sempre que possível, se envolver em polêmicas musicais, políticas ou religiosas. Entretanto, a boa fama e respeitabilidade que adquiriu vêm sofrendo sério abalo justamente por sua decisão de pedir a proibição de um livro que, na opinião unânime de críticos e fãs, engrandece a sua vida e a sua arte. Nas últimas semanas, editoriais de jornais, artigos em revistas, blogs, enfim, grande parte dos formadores de opinião tem direcionado duras críticas ao cantor. O escritor Ruy Castro, por exemplo, afirmou que com sua atitude Roberto Carlos "se revelou um ser humano menor". O colunista Nirlando Beirão também escreveu que "com o gesto judicial grosseiro e rude, o que o rei fez foi de fato rasgar a sua biografia". E em editorial titulado "Quando a censura triunfa", o Jornal do Brasil enfatizou que "disso o rei não precisava".
Observadas as distintas naturezas das "monarquias", recorde-se que a rainha da Inglaterra passou por momento semelhante em setembro de 1997, logo após a morte da princesa Diana - que a família real considerava excluída de suas hostes. Como ilustra o filme "A Rainha", de Stephen Frears, a hesitação de Elizabeth II em fazer um pronunciamento público pela morte da princesa fez dela alvo de severas críticas da imprensa. Foi então que o primeiro-ministro Tony Blair ligou para a rainha, leu para ela o que diziam os jornais, mostrou-lhe o quanto a monarquia estava na contramão da opinião pública, e acabou convencendo-a do grave erro que cometia. Era a modernidade alertando a tradição. Neste momento talvez falte ao rei Roberto Carlos um Tony Blair, alguém com acesso direto a ele, de visão abrangente e moderna, que pudesse convencê-lo de que os tempos são outros, que a sociedade não tolera mais este tipo de censura.
(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 5)(Paulo César de Araújo - Historiador e jornalista, autor de "Eu Não Cachorro Não" e "Roberto Carlos em Detalhes")

Mídia espontânea


O site Totally Nerdcore produz todo ano calendários estrelados por beldades nuas, sempre com tema único e uma grande produção fotográfica.Em 2007, o assunto abordado foi uma galeria de personagens de videogame; o de 2008, já em pré-venda, é inspirado nas super-heroínas e vilãs dos quadrinhos e traz famosas "coelhinhas" da revista Playboy norte-americana. Com isso, o calendário já ganhou uma grande mídia espontânea, sendo divulgado em blogs e sites de quadrinhos. A informação é do Universo HQ.
Compre o livro Buzz: a era do marketing viral no Submarino.

domingo, outubro 21, 2007

HISTÓRIA DOS QUADRINHOS

O soldado da fortuna

Embora Dick Tracy, Buck Rogers e Tarzan sejam considerados os inciadores dos quadrinhos de aventura, eles tiveram um antecedente nobre. Trata-se de uma tira de humor, que, com o tempo, transformou-se em uma HQ de aventura: o Capitão César, de Roy Crane.
Crane nasceu em 1901, no Texas. Aos 14 anos fez um curso de desenho por correspondência com Charles Landon. Quando terminou o ginásio, foi para a Chicago Academy of Fine Arts, onde conheceu o amigo Leslie Turner. Desgostosos com a monotomia acadêmica, os dois resolveram voltar para casa, pegando carona nos trens de carga. Essa aventura depois renderia argumentos para algumas de suas histórias.

Ele trabalhou então como repórter e depois embarcou num cargueiro para a Europa. De volta à América, resolveu criar uma tira de quadrinhos cômicos chamada Washington Tubbs (depois abreviado para Wash Tubbs), mas seu humor caipira não agradava aos editores, que o aconselharam a procurar o sindicate Newspaper Enterprise Association. Por sorte, o diretor desse sindicate era justamente o dono do curso que Crane fizera na adolescência, o que lhe valeu um contrato.
A primeira tira é publicada em 21 de abril de 1924. O protagonista era um indivíduo baixinho e de óculos, lembrando vagamente o comediante Harold Lloyd. As primeira sequências são de humor rápido com Wash trabalhando em uma mercearia e namorando a filha do patrão, mas logo Crane colocou seu herói dentro de um navio em direção aos mares do sul à procura de um tesouro.
O enfoque passa a ser, então, a aventura. Em uma de suas peripécias, o personagem resgata numa masmorra um prisioneiro, capitão Easy. Ele se alia ao protagonista e os dois começam a viver grandes aventuras juntos. Crane vai abandonando aos poucos não só o tom humorístico, mas também o traço caricato. Seu desenho vai ganhando um incrível tom realista, em especial pelo uso papel craftint, que permite ao autor criar texturas que ressaltam o desenho. Ninguém jamais usou essa técnica de forma tão primorosa quanto Roy Crane.
Por fim, o autor resolve se livrar o personagem humorístico, que se casa, e a tira passa a se chamar simplesmente Capitão Easy (Capitão César, no Brasil). O grande momento do personagem é durante a II Guerra Mundial. O Capitão recebe a missão de descer de paraquedas na França ocupada e resgatar um cientista preso em um campo de concentração nazista. Há alguns aspectos irreais, como o fato do alto comando Aliado escolher alguém que não fala francês para a tarefa, mas as situações de suspense e ação compensam. César entra no campo, se faz passar por prisioneiro e, finalmente, liberta o cientista, levando-o para a Inglaterra. Mas antes disso ele corre sério risco de ser descoberto pelos alemães e só a imaginação de Crane consegue livrá-lo desse sério risco.

Por ter começado como tira de humor, Wash Tubbs não é considerada a primeira HQ americana de aventura, mas sem dúvida foi a primeira que usou corretamente o gênero e foi uma das que melhor o exploraram.
Posteriormente Roy Crane foi para a King Features Syndicate, para a qual criou Jim Gordon, um aviador durante a guerra que depois se transforma em agente secreto norte-americano no período da guerra-fria. Apesar do exagerado tom ideológico, essa tira conseguiu manter o mesmo nível de qualidade de Capitão César, com os desenhos de Crane melhorando a cada ano.
Pela qualidade da sua obra, Crane recebeu o prêmio Reuben em 1959 e, em 1974, o Yellow Kid no Salone Internazionale dei Comics em Lucca, Itália.

sábado, outubro 20, 2007


Li Y, o último homem, com roteiro de Brian K. Vaugham e arte de Pia Guerra e José Marzan Jr, lançado pela Opera Graphica. A sinopse: No verão de 2002 uma praga exterminou todos os mamíferos machos e espermas com o comossomo Y. Existem dois únicos sobreviventes: um jovem norte-americano e seu macaco de estimação. Agora a agente 355 precisa levar esse rapaz para uma cientista que pode ser a única pessoa a saber o que realmente aconteceu (e provavelmente a única que pode descobrir uma saída). Mas no caminho deles estão desde mulheres querendo vender o rapaz para um bordel até as amazonas, um grupo de mulheres que quer exterminar todos os vestígios masculinos do planeta.

Y é uma daquelas histórias que apresentam surpresas e suspense a cada página. Fez lembrar os bons tempos da década de 1980, quando a gente esperava ansiosamente por cada nova revista, para saber como a história acabava. Embora o desenho seja básico, é eficiente, e o texto de Vaughan é envolvente. Agora o que dá gosto mesmo é a linda edição que a Opera Graphica providenciou para os dois volumes lançados. Capa dura, encardernação costurada, um luxo só. Quem quiser comprar, prepare o bolso e clique aqui.
Do blog do Bonfim Salgado:

ESCRACHO GERAL
No Nepal, semana passada, as meninas alegres de lá, conhecidas aqui como prostitutas (não gosto desse nome), resolveram botar pra quebrar. Foram a público e ameaçaram os distintos políticos - com a divulgação de suas patifarias e taras sexuais, é claro. Eles não querem reconhecer nenhum direito à "categoria", que deseja fazer no Nepal, igual por aqui, um sindicato específico. E agora?Enquanto isso, na Colômbia, tramita um projeto de lei que, entre outras filigranas, estabelece pesadas nultas aos adúlteros. Vixe! Nem digam isso para o senador Renan Calheiros!

sexta-feira, outubro 19, 2007


Mais uma do livro 200 perguntas sobre nazismo:


O que era a Blitzkrieg?
Blitzkrieg é um termo alemão que significa guerra-relâmpago, também traduzida como guerra total. Era uma tática usada pelas tropas germânicas na II Guerra que conseguiu incríveis resultados, dando a entender mesmo que os nazistas eram invencíveis.
Essencialmente essa técnica consistia numa guerra rápida para que os inimigos não tivessem tempo de reorganizar a defesa.
O Blitzkrieg baseava-se em três elementos: a surpresa, a rapidez de ataque e a brutalidade. Além disso, essa técnica utilizava, pela primeira vez, a ação coordenada de aviação, infantaria e blindados. Os três avançavam, perfurando as linhas inimigas em um ponto de ruptura. O exército inimigo era então cercado e isolado, suas comunicações interrompidas (o que dificultava a tomada de decisões e a transmissão de ordens), enquanto o restante das tropas continuavam seu avanço no campo inimigo. O atrito com as tropas inimigas era evitado a todo custo.
O arquitecto desta estratégia militar foi o general Erich von Manstein, mas a estratégia foi aperfeiçoada pelo general alemão Heinz Guderian no final de década de 1930.
Foi graças a essa técnica que a Alemanha conseguiu vitórias espetaculares na primeira fase da II Guerra Mundial. Tanto na Alemanha quanto na França colunas maciças de blinddos romperam através das estáticas linha inimigas e avançaram rapidamente no coração do território inimigo, enquanto a Luftwaffe destruía as linhas de comunicação, os aviões inimigos e as indústrias-chave.

Megalopolis e informação


Em plena década de 60, o filósofo Marshall McLuhan fez uma previsão curiosa: " A cidade do futuro, de circuitos elétricos, não será esse fenomenal aglomerado de propriedade imobiliária concentrada ao redor da ferrovia. Ela adquirirá um significado inteiramente novo sob condições de movimentação extremamente rápida. Será uma megalópole de informação. O que resta da configuração das cidades 'anteriores' se parecerá muito com as feiras mundiais - lugares onde se exibem novas tecnologias, não lugares de trabalho ou moradia". Na época a maioria das pessoas não deu muita bola. Entretanto, a tendência está mostrando que o autor do conceito de Aldeia Global acertou mais uma vez. As cidades do futuro serão megalópoles de informação.

Para entender o que isso quer dizer, é necessário voltar no tempo e entender porque as cidades se formaram. Os povoados surgiam para suprir algumas necessidades. A primeira delas, a de contato humano. Aristóteles já dizia que o homem é um ser social. Não conseguimos viver sozinhos e a cidade nos permite conseguir facilmente relacionamentos com outras pessoas. Além disso, as vilas eram os locais onde você poderia encontrar tudo que necessitava. Não é por acaso que muitas surgiram ao redor de feiras, como é o caso de Feira de Santana, na Bahia. Morar próximo ao local em que as pessoas comercializam é a certeza do acesso aos produtos essenciais sem grande gasto de energia. Muitas cidades surgiam ao redor de ferrovias e portos justamente pela facilidade de acesso ao transporte e aos produtos transportados.

É interessante notar que tudo que os agrupamentos humanos ofereciam (produtos, relacionamento humano, transporte) pode ser considerado informação. Informação é tudo que é novidade, que foge do comum e a cidade era o local onde a informação estava. Pois bem. Hoje não há mais necessidade de proximidade física para o acesso à informação. Através da internet eu consigo me comunicar com amigos que moram em outros estados com mais facilidade que com pessoas que moram no mesmo bairro. Através das lojas virtuais, é possível comprar qualquer produto e recebê-lo em casa sem precisar se deslocar um único quilômetro.

Até mesmo os produtos estão se tornando virtuais. Os livros, por exemplo. Antes era necessário se deslocar até a livraria. Se a pessoa não morasse em um local que tivesse livraria, precisaria viajar, gastar com a ida e a volta. Hoje basta "entrar" em uma livraria virtual, dar o número do cartão de crédito, receber uma senha e fazer o download.. O processo, da compra ao produto, passando pela transferência de propriedade, é completamente virtual. Além disso, o próprio ambiente de trabalho está se tornando virtual. Muitas pessoas fazem seu trabalho em casa, enviam pelo computador e recebem pelo banco virtual. Um amigo meu mora no subúrbio de Belém e trabalha para os EUA. E eu mesmo colaboro com publicações nas quais nunca coloquei o pé.

Se não é mais necessário morar na cidade grande para trabalhar, comprar produtos ou ter contato com as pessoas, para que as pessoas enfrentariam engarrafamentos, poluição, violência e todas as coisas negativas das metrópoles?

A tendência, portanto, é que as pessoas comecem a se afastar dos grandes centros, procurando locais que não tenham os problemas das grandes cidades. A cidade irá se dispersar, e cada um que tiver acesso aos meios de comunicação será seu cidadão. As megalópoles serão definidas não mais por suas extensões físicas, mas por sua capacidade de transmissão de informações. De certa forma, podemos dizer que isso já começa a acontecer com os grandes portais da Internet. Em certo sentido, eles já são verdadeiras megalópoles de informação

70 anos de Huguinho, Zezinho e Luisinho



Por Marcus Ramone (17/10/07)Inteligentes, astutos, corajosos, honestos e trabalhadores. É enorme o rol de boas qualidades dos patinhos trigêmeos da Disney que estrearam nas tiras de jornal dos Estados Unidos em 17 de outubro de 1937, concebidos por Ted Osborne e Al Taliaferro. Leia mais
Já que estamos falando de publicitário, aí vai uma piada sobre eles:

Manoel e Joaquim tiveram uma grande idéia, montaram aprimeira agência de publicidade de Portugal.
Após alguns meses, aparece o primeiro cliente. Um renomado fabricante de remédios. Queria fazer umanúncio publicitário que seria exibido na TV, para o lançamento de uma nova marca de supositório.
Após muito pensarem, Manoel e Joaquim finalmenteterminam o anúncio. Ficou assim (ler com sotaque português):
- Manoel!!! Manoel!!!
- Ora pois... Fale, ó Joaquim!!!
- Manoel, me empreste 30 mil reais para eu te pagar sóno ano que vem, com juros de apenas 1 por cento???
- Ora pois Joaquim!!! E na bundinha, não vai nada???
- Vai sim ... "Supositórios Trovão" !!!

quinta-feira, outubro 18, 2007



Toda profissão tem suas piadas. O gaúcho Iotti, criador da hilária tira Radicci fez um álbum só com piadas de publicitário no livro Novíssimo Testamento: com Deus e o Diabo, a dupla de criação.


Abaixo duas tiras:


Música de hoje

Atitudes
(Getúlio Côrtes/Roberto Carlos)

Sorrindo lhe abracei e tudo aconteceu
Maior o amor se fez
E o seu corpo meu corpo aqueceu
Mas hoje estou sem jeito vendo a noite chegar
Porque na vidraça eu vi você se afastar.
Foi tudo desigual e tudo se desfez
Apenas uma vez lhe procurei
E tentei lhe falar
Mas vi que os seus desejos são iguais aos meus
Por isso aquele triste adeus não posso aceitar.
Agora, parado aqui eu sofro tanto
Se você demora calado eu saio do meu canto
Pra não ver a hora de recordar segredos e atitudes de nós dois.
E onde você for irei pra lhe dizer
Que o tempo não parou
E que eu não vivo apenas por viver
Eu não previ que o nosso sonho terminasse assim
O que não serve pra você não adianta pra mim.
Já está aparecendo gente interessada em montar o clube de leitores de quadrinhos. Quem estiver interessado, me manda um e-mail. A idéia é marcarmos primeiro uma reunião para nos conhecermos e trocarmos informações, mostrarmos parte das nossas coleções. Depois, penso que podemos fazer um evento para incentivar a leitura de quadrinhos.

Mais uma do site Desencannes. Como dizia um comercial antigo, não há remédio para o trocadilho.

Sete quadrinhos selecionados no Plano Nacional Biblioteca da Escola


Por Sidney Gusman (17/10/07)O Ministério da Educação divulgou, na semana passada, os livros selecionados para 2008 no PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola, que desde 1997 incentiva a leitura e o acesso à cultura por meio da aquisição de diversas obras publicadas Brasil afora. Sete livros de quadrinhos foram indicados, superando uma concorrência enorme. Leia mais

terça-feira, outubro 16, 2007

Do blog da Alcilene Cavalcante

Chame o Síndico

Caçambeiros fecharam hoje a principal avenida da cidade de Macapá, a FAB, em frente à prefeitura, para protestar contra os pagamentos atrasados.
Atrasados pela prefeitura, a síndica, a responsável pelo trânsito.
Em Macapá, fechar ruas é uma das práticas prediletas de parte da população, que fecha pra fazer protesto, festas, decorações, e outros que tais.

Comentário: Parece que essa moda de fechar ruas é uma questão cultural em Macapá. A moda agora é fechar ruas que não são asfaltadas. Para evitar que os carros passem por ali, levantando poeira, os moradores espalham pela rua restos de móveis, tocos de madeira e qualquer outra coisa que sirva como obstáculo. Será que sou só eu que acho isso um abuso? Independente da rua ser asfaltada ou não, o cidadão tem o direito de ir e vir...
Estou pensando em criar um clube de leitores de quadrinhos em Macapá. Há algum tempo estou totalmente afastado do meio quadrinístico local, por perceber que a maioria dos eventos tem, entre seus organizadores, pessoas de má índole e até mal-intencionadas. Como se diz, uma maçã podre apodrece o saco... Mas estou descobrindo, aos poucos, pessoas sérias, que poderiam somar e, além de divulgar os quadrinhos, ajudar a combater o preconceito. Quem se habilita? Mas atenção: pessoas sérias, ok?

domingo, outubro 14, 2007


HISTÓRIA DOS QUADRINHOS 7
Dick Tracy



Dick Tracy, de Chester Gould, deu um toque urbano à era de ouro. Apesar dos roteiros muitas vezes realistas, in­clusive com mortes, Dick Tracy repre­sentava um sentimento de fuga do Norte americano de um dos seus pro­blemas mais graves: a forte crimina­lidade, comandada pelos gangsters que assolavam os EUA.
O personagem de Chester Gould não foi o primeiro policial dos quadrinhos. Antes dele já havia algumas tentativas, como Alex the cop, mas nenhuma obteve tanto sucesso. E nenhuma ficou tão impregnada na mente dos leitores.
Chester Gould nasceu em Pawnee, no Oklahoma, a 20 de Novembro de 1900. Desde criança publicava ilustrações no jornal local, mas sua carreira como desenhista só iria deslanchar quando ele se mudou para Chigaco, em 1919, onde estudou na Universidade de Northwestern.
Antes de Dick Tracy ele chegou a desenhar uma série chamada The Girlfriends, de pouco sucesso. Ele percebeu que precisava de um novo tema para se destacar entre seus pares.
Nessa época Chicago era dominada por gangsteres. All Capone era o herói local e Gold ficou incomodado com a forma como os bandidos eram retratados. Na sua opinião, as pessoas precisavam de um outro modelo, uma pessoa decente e moralmente intocável. Ele criou, então, um detetive de queixo quadrado e chamou-o de Plainclothes Tracy. O editor gostou da idéia, mas sugeriu que o nome fosse mudado para Dick Tracy.
A história foi publicada em 04 de outubro de 1931, no Chicago Daily, mas logo estaria espalhada por muitos jornais nos EUA e no mundo.
Dick Tracy vivia num mundo em que a separação entre o bem e o mal era absoluta. Se ele representava o bom mocinho, os vilões eram o cúmulo da maldade. Aliás, segundo muitos autores, o sucesso da série se deve justamente aos ótimos vilões criados por Gould.
Tais vilões eram geralmente deformados, uma forma de mostrar, visualmente, sua moralidade distorcida (um recurso muito comum nos quadrinhos). Alguns desses vilões, mesmo aparecendo em apenas um episódio, tornaram-se queridos dos fãs. Flattop, foi um exemplo. Quarenta anos depois dele ter morrido nas tiras, os fãs ainda mandavam cartas ao autor lembrando de suas proezas.
O destino dos vilões era sempre cruel, embora raramente eles fossem mortos por Tracy. A maioria morria em situações provocadas por eles mesmos, como se sua falta de moralidade definisse seu destino. Assim, The Brow, ao tentar fugir de Tracy, pula por uma janela e acaba sendo espetado por um mastro de bandeira. Boris Arson e seus homens são dizimados por tigres que eles mesmo guardavam em seu esconderijo. 88 Key, tentando esconder-se num buraco durante uma tempestade de gela, acaba por se sufocar e morrer congelado.
Se os vilões morriam por suas próprias ações, Tracy sobrevivia a tudo.
O pesquisador de quadrinhos Herb Galewitz, analisando a obra de Gould, descobriu que o detetive havia sofrido 27 ferimentos com arma de fogo, apenas nos seus primeiros 30 anos de vida. Se não bastasse isso, ainda quebrou costelas, teve cegueira temporária e até chegou a ser internado numa clínica, precisando de aparelhos para continuar respirando. Apesar disso, ele sempre voltava para combater o crime.
Gould antecipou o telefone celular, comodamente instalado no pulso de Dick Tracy, e a importância do sistema de telecomunicações para as viagens espaciais, o que fez com que a revista National Geographic o chamasse de visionário.
A importância de Dick Tracy se deve não só pela obra em si, mas também pela forma como influenciou outros personagens e artistas. Seus vilões serviram como base para os vilões estranhos de Batman, como o Coringa ou o Charada. Além disso, seu desenho simples, estilizado, com poucos traços, influenciou toda uma geração de artistas, entre eles o brasileiro Flávio Colin.

Nobel de Medicina é sobrevivente do Holocausto


O italiano naturalizado americano Mario R. Capecchi, de 70 anos, um dos vencedores do Nobel de medicina deste ano, coroa uma vida marcada pela superação. Com apenas quatro anos, ele foi separado de sua mãe - levada pelos nazistas para o campo de concentração de Dachau. A partir daí, ele teve de viver em orfanatos ou como menino de rua, "a maior parte do tempo passando fome".A desnutrição acabou fazendo com que ele fosse parar num hospital, onde sua mãe finalmente o reencontrou quando ele tinha nove anos. Duas semanas depois, os dois partiram para os EUA, onde ele freqüentou a escola pela primeira vez. Entrou direto na terceira série, embora não soubesse inglês. Leia mais


Comentário: É de se imaginar quantas pessoas maravilhosas, que poderiam trazer grandes contribuições para a humanidade e morreram nos campos de concentração.

As 15 maiores farsas da internet

Por Steve Bass, da PC World/EUA

São Francisco - Relembre boatos e mentiras que se alastraram pela web nos últimos tempos.
As chamadas correntes de e-mail, fraudes e farsas de internet irão sempre habitar a rede, prometendo “novas formas de ficar rico” oufazendo um “pedido urgente de ajuda”.

Nesta prática, não há limites para imaginação: avisos médicos, promessas de dinheiro fácil e fotomontagens são algumas de suas formas de atuação. Porém, no fim das contas, trata-se apenas de fraudes e golpes, dos quais selecionamos os 15 mais infames já vistos na web. Leia mais

Comentário: Antes de repassar para um amigo aquele e-mail com um pedido de ajuda ou uma informação importantíssima, pense bem e pesquise um pouco.

sábado, outubro 13, 2007


Asssisti Como água para chocolate, de Alfonso Arau . O filme todo é uma belíssima metáfora sobre a comida e sobre como ela se transforma num meio de comunicação. Na história, um rapaz, Pedro, apaixona-se pela jovem e bela Tita. Mas, ao pedi-la em casamente, ele descobre que ela está reservada a cuidar da mãe e por isso não pode se casar. Ele então se casa com a irmã dela, Rosaura, apenas para ficar perto de Tita. Sem poderem conversar ou se tocar, Tita e Pedro estabelecem uma comunicação que passa pela comida, como quando ela faz codornas ao molho das rosas que este lhe dera, incendiando a libido de todos o que comem do prato. Outro momento chamativo é quando Tita, fazendo o bolo de casamento da irmã, chora sobre ele, fazendo com que todo os que provem o bolo caiam no choro, lembrando de amores não realizados. Para quem gosta de cozinhar, como eu, é um filme fantástico, mas acho que agrada a todos que gostam de uma boa história.


O Desencannes é um site especializado em propagandas que foram rejeitadas na fase de criação e nem chegaram a ser apresentadas aos clientes. Algumas são verdadeiras pérolas, como essa acima.

Onde?


Dizem que Vicente Mateus, o presidente do Corinthias, pediu para a secretária fazer uma convocação, marcando uma reunião para uma sexta-feira. A secretária perguntou:
- Sexta-feira se escreve com x ou com s?
E ele:
- Marca a reunião para a quinta.
Se fosse hoje, ele diria:
- Coloca onde.
E a frase ficaria algo como “A Diretoria do Corinthias marca uma reunião para a onde-feira”.
Parece piada, mas é exatamente o que estão fazendo com o “onde”. “Onde” é advérbio e se refere a lugar. Tem o sentido e “no lugar em que”. Mas essa palavra virou o coringa da língua portuguesa, sendo usado no lugar de qualquer palavra que a pessoa não se lembre no momento. Assim, ele tem substituído palavras tão dispares quanto “porém”, “pois”, “assim”, “e”, “em que”, “no qual”, “todavia” e muitas outras.
Assim, temos frases como:
A teoria ONDE o filósofo argumenta...
O rapaz roubou o pão ONDE estava com fome.
Eu gosto de pizza, ONDE vou comer tudo.
A Educação a distância é um processo mediado de aprendizagem ONDE professores e alunos estão separados.
Compre o produto ONDE ganhe o cupom.

Se formos levar ao pé da letra, a interpretação dessas frases seria:

A teoria NO LUGAR EM QUE o filósofo argumenta...
O rapaz roubou o pão NO LUGAR EM QUE estava com fome.
Eu gosto de pizza, NO LUGAR EM QUE vou comer tudo.
A Educação a distância é um processo mediado de aprendizagem NO LUGAR EM QUE professores e alunos estão separados.
Compre o produto NO LUGAR EM QUE ganhe o cupom.

Na verdade, o que se queria dizer era:

A teoria NA QUAL o filósofo argumenta...
O rapaz roubou o pão, POIS estava com fome.
Eu gosto de pizza, PORTANTO vou comer tudo.
A Educação a distância é um processo mediado de aprendizagem NO QUAL professores e alunos estão separados.
Compre o produto E ganhe o cupom.

Além de ser gramaticalmente incorreto, o uso indevido do ONDE dificulta a compreensão do texto, prejudicando o processo de comunicação e ocasionando equívocos. Assim, da próxima vez em que for usar a palavra ONDE, pense bem e veja se é isso mesmo que você está querendo dizer. Na dúvida, troque o “onde” por “no lugar em que”. Se não der certo, esqueça o onde.

Entropia


Entropia. A medida de desorganização do universo. A flecha do tempo, da qual nada pode escapar. Impérios em decadência, a morte de estrelas, os vermes da terra roendo os corpos dos mortos. Entropia, a tendência do universo para o caos, a deterioração, a mistura... o calor se dispersa, a energia se acaba, a informação se perde, num mar de ruídos... Nada pode impedi-la. Ninguém pode pará-la.


Eu estou aqui, com meu membro enfiando em um tubo de borracha, tendo de me concentrar para fazê-lo funcionar. É quando percebo, no meio do barulho geral, um som estranho no radar. Eu guardo meu membro flácido e flutuo até os controles. Leva pouco tempo. O espaço interno da estação é tão pequeno que até mesmo um animal criado em um zoológico se sentiria apertado.
Eu olho na tela e observo um ruído, um amontoado de sinais, que parecem entrar no sistema solar. Um cometa, talvez.
Não há nenhum cometa nesse período.
Tento mexer no computador para que amplie a imagem, mas ele trava. Quase nada funciona como deveria. Não desde que o projeto espacial foi abandonado.
Políticos decidiram que não havia mais nada para ser descoberto no espaço e cortaram as verbas dos programas espaciais.
Mas havia uma estação espacial e nós três, John, Natasha e eu. John era uma americano tolo cuja maior decepção foi quando se acabaram os chicletes. Natasha era uma russa de cabelos vermelhos, alta e de pele branca. Era alegre e bela, mas tinha um ar militar, herança de décadas de totalitarismo stalinista. Gostaria de ter transado com ela.

...

Minha mãe me abraça e chora, a entropia tomando conta de seu rosto. As rugas e estrias lembrando que o fim de tudo é a sepultura, a terra macia e os vermes. Eu a afasto um pouco e lhe dou um beijo. Depois me viro e vou para longe, para a grande nave. Passos desajeitados por causa da roupa de astronauta.
Ela fica lá, quieta, me olhando, enquanto chamas envolvem o engenho metálico e o alçam aos céus, em direção ao desconhecido e ao fim dos tempos.

...

O ruído se torna mais distinto, e percebo que são vários pontos, como milhares de cometas penetrando no sistema solar.
Coloco meu protetor de ouvido e preparo minha comida. Comida fria, para não gastar o que resta de oxigênio e de energia na estação.
A barulheira dos equipamentos é infernal. Quando foram inventados, a única preocupação era que funcionassem. Depois perceberam que o barulho poderia afetar psicologicamente os astronautas, e tentaram fazer um silenciador, mas ele fazia ainda mais barulho, e era muito caro. A única saída era fabricar equipamentos mais silenciosos, mas eles nunca foram fabricados, e jamais serão.
Mastigo minha comida sem gosto e me lembro de Natasha. Ela olhou para mim enquanto embarcava no ônibus espacial, e seu olhar revelou intenções nunca ditas. Era como se ela dissesse que havíamos perdido muito tempo. E o tempo jamais volta atrás. A entropia caminha em uma única direção e jamais retorna, a não ser que uma força externa atue sobre o sistema.
Mais um barulho se junta ao matraquear das máquinas: o sinal de uma sirene. Como uma velha chorosa, ela me acompanha, enquanto me levanto e pego o extintor. Depois flutuo pela estação até encontrar o foco do incêndio. As chamas, inimigas mortais, que consomem meu oxigênio, gritam e reclamam enquanto eu as flagelo com um banho de espuma.
Eu queria ir com Natasha, mas só havia lugar para mais dois no ônibus espacial. Tive de acompanhar sua partida da escotilha, rezando para que viessem me pegar logo. Já se passaram dois meses.
Por curiosidade, eu volto para o radar e descubro que não são cometas as formas que se aproximam da terra. É uma forma grande, vindo a velocidade constante, rodeada de pequenos pontos. Como um rei circundado por sua escolta.
Uso o computador para ampliar a imagem e ele finalmente funciona. A imagem que aparece na tela é assustadora: um grande disco de metal, rodeado de pequenas estruturas no formato de besouros.

...

A luz incandescente ilumina as formas coloridas de um foguete de Flash Gordon. Eu o seguro em minhas mãos e faço com que cruze o espaço. Intrépido e heróico, do pequeno artefato no formato de bala de rifle parecem irradiar promessas de grandes aventuras.
Eu acompanho o movimento com sons de turbinas que, saídos desarticulados de minha garganta infantil, parecem concorrer com a tosse seca de meu pai. Sentado em uma poltrona de couro marrom, ele tosse, ri e fuma, enquanto assiste seu programa de TV predileto.
Em cinco anos ele estará morto. Câncer de pulmão.

...

Acordo com meus ossos doendo. O cálcio está indo embora deles. Se eu voltar para a Terra, terei sérios problemas. Se eu voltar.
Desprendo as fitas de velcro que me prendem à cama e flutuo até o banheiro. Enfio meu membro no tubo e descarrego tudo que acumulei durante a noite. Fico preocupado quando penso que junto com a urina está indo embora muito do cálcio que preciso. Depois abro a torneira e deixo que a água escorra de meu rosto para o resto do banheiro. Eu não deveria fazer isso.
Também não deveria usar o pouco de energia que resta na nave para esquentar o café, mas o faço. Coloco com cuidado o pó capuccino no copo e o fecho rapidamente. Depois introduzo água no copo através de um tubo para depois colocar no microondas. Quando retiro, está quente e espumante. Sua bolhas de sabor estouram em minha língua, provocando uma sensação agradável. Mas o café esfria antes que eu possa terminar de tomá-lo. O copo térmico deveria mantê-lo quente, mas não faz.
Como biscoitos velhos e vou à cabine de comando verificar o radar. Levo um susto. Os sinais estão ao redor da estação. Vou até a escotilha e observo enquanto a nave mãe passa pela estação, ignorando-me solenemente. Vai direto para a Terra.

...

Em pouco tempo, a nave entra na atmosfera e a perco de vista. Fico imaginando o está acontecendo lá embaixo. Os seres que nos visitam são amigáveis? Quais são seus objetivos?
Tento entrar em contato com a terra, mas o sistema de comunicação está repleto de ruídos.
Passo o resto do dia junto à escotilha, como que hipnotizado.
De repente algo acontece. As luzes das grandes cidades começam a se apagar. Nova York, Cidade do México, Buenos Aires, São Paulo... uma a uma, as grandes metrópoles vão sendo dominadas pelas trevas.
Entropia. A escalada do universo na direção do caos. A ausência de forma. Morte térmica.
Quando a terra gira, as luzes do outro lado nem mesmo se acendem.
Então ocorre. Enormes explosões tomam conta do planeta, como deflagrações atômicas. A Terra está sendo bombardeada? Ou os governantes, num último esforço de sobrevivência, decidiram usar armas nucleares?
Segue-se um período enervante. Nada mais ocorre.
Não recebo comunicações da Terra há quanto tempo? Dois? Três dias? Estou preso aqui em cima e não sei o que está acontecendo lá embaixo. Se ainda há humanos em nosso planeta, dificilmente virão me buscar.
Penso em Natasha. No tempo perdido. Gostaria que ela ainda estivesse aqui. Teria sido menos doloroso de suportar.
Eu poderia usar o resto de energia da estação para tentar entrar na atmosfera. Mas, além dos riscos, o que eu encontraria? O que estaria esperando por mim?
Talvez tenha chegado o momento dos humanos, como chegou o dos dinossauros há milhões de anos.
Entropia... a flecha do tempo... ordem transformando-se em caos... substâncias misturando-se inexoravelmente, civilizações desaparecendo... entropia.

quarta-feira, outubro 10, 2007

A novela Renascer foi um verdadeiro marco da televisão nos anos 1990 ao mostrar não só o texto brilhante de Benedito Rui Barbosa, mas também a direção cinematográfica de Luis Fernando Carvalho. A primeira fase da novela foi certamente o que de melhor a teledramaturgia brasileira produziu no período. Para não dizerem que estou mentindo, vejam a famosa cena em que o coronel Inocêncio finca o facão no jequitibá.

O Sandro, da banda Gaia, está disponibilizando suas músicas para download gratuito. Não deixe de ouvir "Para não dizer que não falei de açaí":


Dizem que a minha música é complicada demais para ser popular.

Dizem que eu deveria ser um pouco mais regional pra ganhar festival.

E nesse meio termo eu vou compondo assim...

Músicas com significados só pra mim.

Mas se você pensa igual, então já é importante.

Qualquer outro detalhe fica insignificante.

Pois a personalidade não se muda com a pressão e a minha regionalidade nem sempre vem exposta na canção.

você pode até morar nos states e de repente curtir o cd do Osmar.

Assim como eu posso curtir Pink Floyd sem nunca ter saído aqui do Amapá.

Esses são os milagres da globalização que infelizmente ainda convivem com a discriminação

que muitas vezes vem do próprio que se diz discriminado.

Cultiva o linear sem perceber que hoje tudo está linkado.

Os nomes podem mudar de região pra região mas na verdade tem o mesmo significado.

O que hoje a nossa molecada chama de rebeldes.

Para minha geração eram chamados rebarbados.

E nessa miscigenação global de uma só língua mundial quem sabe a gente não encontre por aí.

Um índio japonês de descendência afro-greco americana debruçado num pirão de açaí.

você pode até morar nos states e de repente curtir o cd do Osmar.

Assim como eu posso curtir Pink Floyd sem nunca ter saído aqui do Amapá.

Esses são os milagres da globalização que infelizmente ainda convivem com a discriminação

que muitas vezes vem do próprio que se diz discriminado.

Cultiva o linear sem perceber que hoje tudo está linkado.

O açaí que eu tomo aqui também eu tomo no sudeste e graças a exportação tomá-lo-ei em Budapeste.

E nessa teia rizomática onde está tudo ligado, vou tomar meu açaí com adoçante importado.

Ou enviá-lo para Europa para ser beneficiado, depois transformado em pó e por eu mesmo ser comprado.

Por um preço superior, pois foi industrializado com embalagem do Japão no processo de ser enlatado.

Então...Não me venha falar em regional.

Se até o seu produto típico já é multinacional.Não me venha falar... Em regional.

Devir lança segundo volume de Supremo


Por Sérgio Codespoti (09/10/07)A Devir colocou à venda o álbum Supremo: A Era de Prata (formato 16,5 x 24 cm, 216 páginas, R$ 49,90), segundo volume com as histórias do personagem escritas por Alan Moore. Na trama, uma homenagem ao mito do Superman, desde sua criação até os dias de hoje, numa viagem no tempo pelos grandes eventos que marcaram a história dos quadrinhos. Leia mais


Comentário: Esse é da estante. Tenho vários números em inglês e o primeiro encadernado da Devir. Os primeiros números eram desenhados pelo compadre Joe Bennett, numa época em que ele tinha que seguir o estilo Image. Mesmo assim seu desenho era bem melhor que a média Image e o lado artístico da história caiu muito depois que ele saiu do título.

terça-feira, outubro 09, 2007

Os trapalhões e o mágico de Oroz


Asssisti Os Trapalhões e o mágico de Oroz, filme de 1984 dirigido por Victor Lustosa e Dedé Santana, com roteiro de Renato Aragão, Victor Lustosa e Gilvan Pereira. Baseado no Mágico de Oz (filme de 1939, de Victor Fleming), o filme ultrapassa a mera imitação ao trazer a trama para o nordeste brasileiro e fazer uma carregada crítica social e política, mostrando os coronéis que se aproveitam da seca para aumentar seu poder e criar currais eleitoriais. E sempre é bom rever as palhaçadas da turma, num humor pastelão que os caracterizou. Era uma época em que o grupo era criativo. Nada a ver com o decadente A Turma do Didi. Uma curiosidade é a participação da Xuxa antes dela ficar famosa.

A crônica é um dos gêneros mais difícieis de serem classificados e, pior, de serem escritos. O Digestivo Cultural publica um ótimo texto que fala desse gênero literário tipicamente nacional.

segunda-feira, outubro 08, 2007

O Blog Coisas a Pensar (antigo veracidade difusa) está cada vez melhor. O Carlos e o Alan, os dois colaboradores, têm a pena afinada, especialmente para as crônicas humorísticas. Está me fazendo lembrar do bom e velho Pijama Selvagem. Abaixo dois textos, um do Carlos e outro do Alan:

Gula , por Alan Lira

Chegando na pizzaria ele perguntou quanto custava o rodízio de pizzas- R$ 15,90- respondeu o garçom. O homem pensou um pouco e concordou em pagar o valor.
Comeu a primera fatia, depois outra, e outra, mais outra, afinal de contas ele estava pagando e tinha direitos. Quando estava na sexta fatia pediu uma coca-cola de dois litros, e continuou a comer. Quando acabou de comer a décima fatia, começou a passar mal, estava com ânsia de vômito e acabou vomitando no chão.
As pessoas que estavam nas mesas próximas se afastaram, o pessoal responsável pela limpeza limpou o chão e o gerente perguntou se o homem estava melhor e se ele queria pagar a conta naquele momento.
- Não- disse o homem nem um pouco envergonhado depois de ter vomitado na frente de várias pessoas- tô pagando, tenho direitos, vou continuar comendo.
O homem pediu outra coca-cola e voltou a comer. Comeu doze pedaços de pizza. Seu estômago estava cheio de comida. Levantou a camisa e deixou a barriga exposta. Estava com traquicardia, pediu para que trouxessem um lenço umidecido com álcool, para ajudar na respiração. Depois de dez minutos, respirando melhor, voltou a comer.
Comeu quinze fatias de pizza, depois disso caiu no chão, morto de tanto comer.
Ao chegar nos portões celestiais, São Pedro perguntou a causa da morte do homem.
Ele disse:
- Para falar a verdade, eu não sei ao certo. Eu estava comendo numa pizzaria, tranqüilo, havia pago, tinha todos os direitos, então de repente eu morri. Não sei qual a causa, mas acho que fui envenenado.


Desempregado desesperado., por Carlos Eduardo

Sem esperança. Essa é a palavra que escolheria se lhe perguntassem qual a melhor definição dos seus últimos dias. Isacky estava desiludido com a vida. Não bebia, não comia e nem mais transava com a esposa.
O começo de seu fim teve inicio há quatro dias quando perdeu o emprego. O motivo disso? Foi pego cheirando cocaína na mesa do trabalho. O chefe disse que não queria viciados na empresa, seria um mal exemplo para os outros. Estava tudo acabado.
Para piorar a situação, Isacky não tinha terminado o ensino fundamental, pois sempre preferiu jogar bola com os amigos ao invés de estudar. Ele achava que a escola era para burros. Que ironia, nesse exato momento ele desejava ser um daqueles burros com diploma.
– Puta que pariu, to ferrado! Tenho oito filhos e minha mulher ainda ta grávida! Se não conseguir trabalho vamos passar fome. Me ajuda Deus! – Eram coisas como essa que ele pensava.
O último emprego havia conseguido por causa de um conhecido, pura sorte. Achar outra boca de fumo que o aceitassem como empregado seria difícil.

Há algum tempo ganhei de uma amiga "Quando Nietzsche chorou", de Irvin D. Yalom. Pela amizade, tentei ler, mas parecia algo tão sem sentido. Pensei que fosse algo non-sense, mas não conseguia achar engraçado. Por mais que me esforçasse, não consegui passar da página 39. Aí minha mulher pegou o filme e tentei assistir. Não consegui passar da metade. Aparentemente é a história de como Nietzsche fez Josef Breuer, um dos pais da psicanálise, ficar doido. Percebe-se um certo propósito de resgatar a origem da psicanálise, mas isso é feito de forma canhestra se formos comparar com Freud, além da alma, por exemplo. No final, acaba sendo apenas um filme de humor camp. Se bem que, pensando bem, o humor camp até que era divertido.


HISTÓRIA DOS QUADRINHOS 6
Tarzan


Além de Buck Rogers, outro grande expoente da fase aventura foi Tarzan. O personagem foi criado por Edgar Rice Burroughs em 1912, numa revista pulp. O primeiro livro foi vendido para a editora por apenas 700 dólares. Um ano depois já tinha se tornado um dos maiores best sellers da literatura universal.
Com o tempo o rei dos macacos tornou-se o mais consagrado personagem do século XX e legou ao seu criador uma fortuna de 20 milhões de dólares.
Ao contrário da versão cinematográfica, em que Tarzan era um selvagem monossilábico, na literatura ele era um Lord inglês, que fora criado pelos macacos e, de tão inteligente, aprendera a ler sozinho. Seu nome, na linguagem dos macacos criada por Burroughs, significa pele branca (Tar – branca, zan – pele). Dizem que quando se deparou com o original de um livro de Tarzan, o editor teria dito: “É a história mais excitante que já conheci!”.
Logo cartas de fãs começaram a chegar na editora exigindo uma segunda aventura. Os livros, 26 ao todo, foram traduzidos em 31 línguas, incluindo o mandarim e o esperanto. Até os soviéticos se renderam ao carisma do rei dos macacos.
O personagem estreou no cinema em 1918, com Tarzan dos Macacos, sendo o primeiro filme da história a arrecadar mais de um milhão de dólares.
Com o dinheiro que ganhou, Burroughs montou uma fazenda em homenagem ao personagem e deu-lhe o nome de Tarzana.
No início da década de 1930 a marca Tarzan estava em tudo. Além do cinema, o personagem estrelava propagandas de cremes dentais, sorvetes e até gasolina (“Dirija com o poder de Tarzan!”). Eram vendidos a faca de tarzan, estatuetas de Tarzan e calções de Tarzan.
Com tanto sucesso, não foi surpresa quando o personagem apareceu nas tiras de quadrinhos. Mas, com medo de que seu personagem fosse mais uma vez deturpado, como foi no cinema, Burroughs exigiu que a versão fosse a mais fiel possível.
Para ilustrá-la foi chamado Harold Foster, um desenhista publicitário de talento.
Foster, antes de se tornar desenhista, fizera de tudo um pouco. Passara a infância nas florestas do Canadá, caçando, pescando. Depois trabalhara como guarda-florestal. Depois disso, vendeu jornais, foi boxeador profissional e garimpeiro. Chegou a descobrir uma mina no valor de um milhão de dólares, que lhe foi usurpada.
Em 1921 foi de bicicleta a Chicago, onde estudou desenho de noite enquanto trabalhava de dia.
Embora o tempo de execução fosse muito curto, Foster acabou aceitando desenhar as tiras diárias de Tarzan, mas se recusou a usar balões. O texto e os diálogos eram colocados abaixo dos quadros, um recurso que lhe dava a certeza de que seu desenho não sofreria perdas.
A primeira tira de Tarzan surgiu no dia 7 de janeiro de 1929 e foi um sucesso imediato. Além da popularidade do personagem, a história ganhava muito com o ótimo traço de Hall Foster, um dos mais perfeitos desenhistas de quadrinhos de todos os tempos.
Depois de 60 tiras, Foster completou a história do primeiro livro e abandonou o personagem. Fazer uma tira por dia era um sufoco grande demais. Mas, como Burroughs gostava muito de seu traço, ele foi chamado para fazer páginas dominicais, um novo formato no qual ele se tornaria mestre.
Em 1937 ele abandona Tarzan para se dedicar ao Príncipe Valente, uma criação sua, e é substituído por Burne Hogarth. Hogarth era considerado um mestre da anatomia e levou o personagem ao seu ponto alto. Depois dele vieram outros nomes igualmente importantes, como Russ Manning e Joe Kubert.
Realista somente no desenho, o Tarzan dos quadrinhos era, acima de tu­do, um aventureiro. Encontrando cida­des perdidas (parece que havia muitas naquela época), lutando com gorilas gigantes­cos, enfrentando dinossauros e salvan­do lindas princesas, o único limite para suas aventuras era a imaginação dos ro­teiristas... e esse limite era tão elástico quanto o interesse dos leitores.
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