terça-feira, novembro 28, 2006


Antigamente os blogs eram restritos a fofoquinhas de adolescentes e só tinham interesse para o grupo de amigos. Então jornalistas, professores e pessoas sérias começaram a criar seus blogs e ficou claro que essa nova ferramenta não tinha limite. Agora, vejam só, descobri um blog sobre comida, escrito por um jornalista especializado, o Comida.

Pra não dizer que não falei das flores

Por: Henrique Costa PereiraNovember 27th, 2006
Acredito que um dos maiores feitos alcançados pelos blogs nos últimos anos no mundo é a capacidade de descentralizar a informação da mídia tradicional. Mesmo que a quantidade de brasileiros conectados à internet ainda seja relativamente pequena, o poder de alcance que um bando de blogueiros conseguem juntos obter é tamanho. Talvez estejamos iniciando a época em que o blog seja mais poderoso que a caneta, porque a caneta já é mais que a espada há muito tempo. Mais vale uma palavra escrita em um blog à la WordPress e Blogspot do que um texto em um pedaço de papel. Acreditas que revoluções poderão nascer nos blogs? Leia mais

sábado, novembro 25, 2006


Ainda sobre o assunto do padrão estético que a mídia tenta nos vender e que provoca casos como o da modelo que morreu de anorexia, temos o belo exemplo da Dove. Ela se posicionou como a empresa que desenvolve produtos de beleza para mulheres de verdade. É a campanha beleza real. Nas propagandas são mostradas mulheres dos mais variados tipos, gordas, magras, com seio, sem seio, sardentas... tudo com muito charme e beleza. O resultado foi um aumento tão grande de vendas (33%) que já está sendo considerado um caso de marketing. Assista aqui um comercial da Dove que mostra como é a preparação da foto de uma modelo e diz que a nossa percepção de beleza está sendo distorcida.

Borges sensacionalista


Infâmia, segundo o dicionário: ação ou ato infame. Desonra, ignômia, torpeza.
É justamente casos de desonra, ignômia e torpreza que Jorge Luis Borges pretende coletar no livro “História Universal da Infâmia”, relançado este ano pela editora Globo.
A origem do volume remonta a 1933, quando Natalio Botana, para escândalo dos jornais sérios, lançou o periódico “Crítica”, de orientação sensacionalista. Como os concorrentes tinham seus cadernos literários, o Crítica lançou a revista Multicolor de los Sábados.
A revista, belamente ilustrada, misturava literatura com jornalismo marrom na tentativa de agradar ao paladar da massa.
Borges, convidado a colaborar, teve de adequar sua prosa a essa demanda. O resultado foi uma mistura de jornalismo com literatura, de fatos reais com imaginários, ao estilo do que fazia Edgar Allan Poe.
História universal da Infâmia reúne histórias de ladrões, piratas, assassinos e mentirosos. Mas não se engane: Borges consegue fazer dessas histórias, típicas do jornalismo marrom (que um intelectual brasileiro definiu muito bem com a frase “se espremer sai sangue”) verdadeiras obras de arte da literatura do século XX.
As histórias prendem o leitor pelo inesperado.
É o que ocorre, por exemplo, com “O Atroz Redentor Lazarus Morell”. Morell era um pilantra, líder de uma quadrilha que estendia sua atuação por vários estados dos EUA no século XVIII. Sua riqueza vinha de um estratagema simples: ele e seus comparsas convenciam os negros a fugirem das fazendas e lhes providenciavam os meios para a fuga. Quando o negro fugia, ele o pegava e vendia para outro fazendeiro. Era uma mina de ouro.
Morell era tão infame que costumava fazer pregações religiosas que entretiam toda a população de uma cidade enquanto seus comparsas roubavam os cavalos da audiência.
Outra história absolutamente inesperada e que dá o tom do volume é “O Impostor Inverossímil Tom Castro”.
Em 1854 naufragou no Atlântico o vapor Mermaid, que ia do Rio de Janeiro a Liverpool. Entre seus passageiros estava o militar inglês Roger Charles Tichborne. A mãe, recusando-se a acreditar na morte do filho, passou a publicar nos principais jornais do mundo anúncios pedindo informaçòes sobre o mesmo.
Tom Castro, um marinheiro inglês filho de açougueiro resolveu se passar por Tichborne. Não poderia existir duas pessoas mais diferentes. Enquanto Tichborne era alto, magro, tez morena, cabelo negro muito liso, e falava com sotaque francês, Tom de castro era baixo, gordo, sardento, cabelos encaracolados castanhos e não falava uma vírgula de francês.
Ainda assim, Castro conseguiu enganar a mãe do militar e grande parte da sociedade inglesa da época. O argumento é que a diferença entre os dois era tão grande que ninguém seria tão doido de se passar por outro sem nem ao menos tentar alguma alteração física. Portanto, aquela criatura completamente diferente só poderia mesmo ser Tichborne mudado pelos ares do Brasil
Histórias como essa triscam no burlesco. Outras são impressionantes, como “O Tintureiro Mascarado Hakin de Merv”. Nela, um profeta aparece com uma cabeça de boi cobrindo o rosto e argumenta que foi visitado pelo anjo Gabriel, que lhe alterou o rosto de tal forma que, quem o visse ficava cego com a beleza divina do mesmo.
Hakin arrebanha milhares de fiéis, cria para si um harém de 100 belas mulheres cegas e coloca em perigo o califado.
A cena em que ele é desmascarado está certamente entre as mais chocantes da literatura universal.
Borges acrescenta ao livro um índice de fontes bibliográficas. Mas apenas para enganar o leitor. A fonte do conto sobre o falso profeta simplesmente não existe, dando a entender que Borges inventou a história.
Essa, aliás, era a principal característica de Borges. Ele tinha intenção de fazer o leitor confudir realidade com ficção no que ficou, mais tarde conhecido como realismo fantástico.
Vale destacar nessa edição o cuidado gráfico que a editora Globo dispensou ao volume. O formato, menos largo que o normal, dá uma elegância indiscutível ao livro. Além disso, a capa traz uma ilustração de Will Eisner, um dos maiores desenhistas de histórias em quadrinhos de todos os tempos. Não há como passar despercebido na livraria. “História Universal da Infâmia”salta ao olhos e chama nossa atenção no meio dos outros livros.
Um cuidado editorial que prestigia a genialidade de Borges, considerado por muitos, inclusive o autor desta resenha, o mais importante escritor do século passado.
Para os leitores brasileiros o livro tem uma atração a mais: o conto “A História dos Dois que Sonharam” que inspirou Paulo Coelho a escrever “O Alquimista”.

SERVIÇO
História Universal da Infâmia, de Jorge Luis Borges
Editora: Globo

quarta-feira, novembro 22, 2006

Programação de cinema

CINE SHOPPING MACAPÁsala 1: JOGOS MORTAIS 3, sessões: 16:30 - 19 - 21:20H.sala 2: O BICHO VAI PEGAR às 16:20H e OS INFILTRADOS ÀS 18:30 E 21:20H.
CINE SANTANAsala 1: AS TORRES GÊMEAS às 16:30-19-21:20Hsala 2: O EFEITO BORBOLETA 2 às 16:45-19-21:10H.

terça-feira, novembro 21, 2006

Uma ótima dica de blog: Neste Instante.

A linha reta


“Mais sem graça que a top model magrela na passarela”. (Zeca baleiro)

A revista Superinteressante deste mês traz uma matéria curiosa sob o título “como se transforma uma mulher normal e capa de revista?”. No texto são desvendados os truques de photoshop (programa de manipulação de imagens) usados nas revistas eróticas e de moda. O que mais chama atenção é o Box intitulado tirando o excesso. A modelo que ilustra a matéria era magra, mas mesmo assim foram cortadas as partes do seu corpo que tinham curvas que poderiam lembrar gordura. O braço foi tornado reto, assim como as costas e a barriga.
Até mesmo o aperto da roupa é retocado: “Ao apertar a cintura e criar uma dobra acentuada, a calcinha poder dar uma falsa impressão de gordura. Isso é corrigido com um comando que borra a textura da pele e a torna mais uniforme”.
A jovem modelo, que já era magra, ficou esquelética depois do tratamento de imagem.
Folheando revistas das década de 70 e 80, encontramos mulheres com claros sinais de gordura, mas que mesmo assim agradavam, como Magda Cotofre.
O que parece acontecer hoje é uma paranóia que estabelece que toda gordura é má e anti-estética. A vítima mais recente dessa paranóia foi a modelo Ana Carolina Reston Macan, que morreu recentemente de bulimia. No final de sua vida, ela pesava 40 quilos, para um corpo de 1,74 m. O caso revelou outros, de modelos que se alimentam de apenas de apenas um copo de leite ou um xícara de chá por dia.
Uma das explicações para essa obsessão por magresa veio de um costureiro inglês. Ele disse que, na hora dos desfiles, é mais fácil diminuir a roupa do que alargá-la, de modo que uma modelo magra tem mais chance de caber na peça.
É toda uma ditadura provocada apenas por uma conveniência técnica, mas que não tem qualquer fundamento estético ou de saúde. Pior, é um padrão que não se adapta aos biotipo nacional, já que as brasileiras na maioria têm muitas curvas, as chamadas cinturas de violão. As norte-americanas magras é que são retas como uma tábua.
As brasileiras insistem em imitar um padrão que não é o seu. Um fenômeno, aliás, corroborado pela mídia e pela indústria. Novelas cada vez mais apresentam atrizes magérrimas. A boneca Barbie já foi acusada de provocar anorexia em meninas (aliás, cientistas dizem que se a boneca fosse uma mulher de verdade, ela não teria estrutura nem mesmo para ficar em pé) e dia desses estava observando desenhos animados mais recentes e percebendo como as mulheres estão cada vez mais magras (vejam a mulher maravilha da nova Liga da Justiça).
Monteiro Lobato dizia que mulher que não tem onde se lhe pegue vira coitadinha, e concordo plenamente. A ditadura da magresa está fazendo com que as mulheres percam sua graça.
Os gregos foram os mestres na anatomia e suas estatuas são exemplos de beleza. Observar suas estatátuas da deusa Afrodite (chamada de Vênus pelos romanos) é identificar como os gregos viam o máximo da beleza feminina: mulheres com ancas largas, deslumbrantes em suas curvas. Era a beleza de uma mulher saudável. Hoje é a beleza do Photoshop, que retira das mulheres todo e qualquer sinal de gordura, e transforma as curvas em insossas linhas retas.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Tem gente que acha que só será feliz se vencer sempre, especialmente se for pisando nos outros. Para eles, esta música:

O Vencedor
Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo

Olha lá quem vem do lado oposto
e vem sem gosto de viver
Olha lá os que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer
Olha lá quem acha que perder
é ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória
e perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor,
levo a vida devagar pra não faltar amor
Olha você e diz que não
vive a esconder o coração
Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
só procura abrigo
mas não deixa ninguém ver
Por que será ?Eu que já não sou assim
muito de ganhar
junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz.

King, o estranho


Há uma tendência generalizada entre os críticos mal-humorados em considerar Stephen King um escritor ruim. Essa postura fundamenta-se na idéia de que tudo que faz sucesso não tem qualidade. Os grandes escritores seriam aqueles voltados para pequenos públicos.
Basta uma olhada rápida em “Carrie, a Estranha”, romance de estréia de Stephen King para perceber o óbvio: esse pessoal não sabe se divertir. Carrie é uma leitura divertida que, no entanto, não subestima a inteligência do leitor. A narrativa não é linear. A história principal é entremeada por fatos do passado e recortes de revistas de livros. Essa é uma técnica muito usada por grandes escritores pós-modernos.
King conta que, na época em que começou a escrever a história, era professor de uma escola de ensino médio. A renda não era suficiente para sustentar a família com dois filhos. Assim, para se manter, ele vendia contos de terror para revistas mensais. Quando uma das crianças aparecia com uma otite, Tabitha, a mulher do escritor, dizia: “Rápido, Steve, pense num monstro!”.
No final do ano de 1972, King teve a idéia para um conto sobre uma menina com poderes telecinéticos. A trama era baseada em uma matéria da revista Life sobre uma casa assombrada por poltergeist. Entretanto, os pesquisadores logo descobriram que o caso não tinha nada a ver com fantasmas. O centro do fenômeno era uma menina. Quando ela estava em casa, objetos saiam voando. Quando ela saia, as coisas voltavam a ficar comportadas. A idéia do artigo era de que meninas na puberdade tinham despertado um poder telecinético capaz de mover objetos.
Claro, isso chamou a atenção de um escritor que ganhava dinheiro extra vendendo histórias para revistas de terror.
King, na época, morava em trailer com família, e o único lugar disponível para escrever era próximo da máquina de lavar roupa. Ele se sentou lá, colocou a máquina sobre o colo e começou a escrever em espaço um, sem margens, para economizar papel. Quando percebeu que a história estava se tornando maior que um conto, ele a jogou fora. Afinal, ele precisava de dinheiro imediato, e uma novela era muito trabalho. Além disso, um texto desses encontraria maior dificuldade de ser publicado.
Carrie não existira se não fosse Tabitha. Ela foi até a lixeira, limpou o papel e começou a ler. Gostou e incentivou o marido a continuar escrevendo. Ele o fez apenas para agradá-la.
De fato, foi muito difícil encontrar um editor para a história, e o único que aceitou só o fez pensando no sucesso do filme “O Exorcista”.
Para surpresa geral, “Carrie, a estranha” se tornou um best seller. Virou até filme, nas mãos de Brian de Palma, o que projetou King para o Olimpo dos escritores americanos: Hollywood.
King colocou os seus próprios fantasmas na história: duas meninas, colegas de escolas, ambas já falecidas na época.
Uma delas, Tina White, era gorducha e quieta. O fato de usar sempre a mesma roupa fazia dela a vítima potencial de todas as brincadeiras sádicas dos colegas. Era ela que sempre sobrava na dança das cadeiras, era ela que sempre carregava um cartaz dizendo “Me chute” colado ao traseiro.
A outra, Sandra Irving, era filha de uma fanática religiosa e tinha ataques epilépticos. Usava roupas pudicas e antiquadas. Tudo isso fazia dela um alvo muito bom para a chacota das crianças.
Carrie White é uma mistura das duas. Filha de uma fanática religiosa, que a sufoca e a impede de ter uma vida normal, ela é humilhada na escola por ser diferente e por usar roupas estranhas.
A cena inicial do livro é particularmente significativa. Carrie está no banheiro, tomando banho com as outras meninas após as aulas de ginástica. Ela tem 17 anos e tem sua primeira mestruação. Carrie pensa que está morrendo de hemorragia. As colegas começam a gritar com ela e a jogar absorventes.
O episódio demonstra a total ignorância da menina quanto às coisas da vida. Demonstra também a rejeição das outras garotas. Mas demonstra o que Carrie tem de diferente das colegas de King. No ápice da humilhação, um lâmpada estoura, revelando que a menina tem o poder mental chamado telecinésia.
Carrie irá usar esse poder para se vingar de todos que a maltrataram e humilharam. O leitor sabe disso desde o primeiro momento. A graça não está em adivinhar o final (que, em certo sentido, é óbvio), mas em perceber a textura dos eventos que vão se acumulando até provocar a catástrofe final.
Para isso, King se utiliza de fragmentos de livros, de revistas, jornais, de entrevistas que pessoas que conheceram Carrie White. As informações são jogadas ao longo da história, de maneira não linear. É como montar um quebra-cabeça.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Boa noite, boa sorte


Assisti ontem Boa Noite, boa sorte, filme de George Clooney sobre o jornalista televiso que teve coragem de enfrentar o senador McCharthy.
O senador foi o responsável pela caça aos comunistas que aterrorizou os EUA no início da década de 1950. Qualquer um que ousasse confrontá-lo era imediatamente taxado de comunista. Um jornalista da CBS teve essa coragem e saiu vencendo. Em uma cena do filme um dos personagens diz: "McCarthy está apostando que um senador vale mais que um jornalista". Ele perdeu a aposta. Depois das insistentes matérias de Edward R. Murrow, o congresso resolve investigar se o senador não estaria abusando de sua posição e ferindo os direitos civis das pessoas investigadas de serem comunistas. Um exemplo era de um oficial da aeronáutica que foi preso e condenado sem direito a defesa só porque seu pai lia um jornal sérvio (pais comunista na época).
Interessante que McCharthy pediu direito de resposta, mas em nenhum momento pensou em processar Murrow (provavelmente a Justiça não norte-americana não lhe daria razão, já que o programa apenas havia reproduzido as falas do senador). O direito de resposta foi usado só para acusar o jornalista de ser comunista. Na sequência do direito de resposta, o jornalista se defendeu de cada um dos pontos tocados pelo senador.
Apesar de todos os seus problemas, os EUA têm muito a nos ensinar sobre democracia. Afinal, lá um senador não vale mais que um cidadão comum e a liberdade de imprensa é direito básico. Boa noite e boa sorte.

terça-feira, novembro 14, 2006

A Alcinea Cavalcante foi a grande vencedora do prêmio Best of the Blogs, premio concedido pela Deutsche Welle, a maior empresa de comunicação da Alemanha na categoria Reporters Without Border.


Melhores momentos do cinema

A cena inicial de Laranja mecânica com o zoom out sobre o personagem Alex e a música alucinógena de fundo.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Alan Moore nos Simpsons!

Por Sérgio Codespoti (13/11/06)O escritor inglês Alan Moore participará de um episódio dos Simpsons, seriado do qual ele é fã.A proposta foi feita a Melinda Gebbie, companheira e colaboradora de Moore, durante a última Comic-Con, em São Francisco.O episódio, ainda sem data para ser exibido, se chamará Husband and Knives e mostrará uma nova comic shop em Springfield, competindo com a Android Dungeon.Moore também revelou que é fã de South Park. Fonte: Universo HQ

sábado, novembro 11, 2006

A China é aqui

O Brasil está cada vez mais parecido com a China. Não por causa do crescimento econômico, mas pelos atentados contra a liberdade de expressão.
Exemplo disso é um projeto que está tramitando no senado que exige a identificação do usuário toda vez em que ele entrar na Internet. Sempre que enviar ou receber um e-mail, criar um blog, entrar numa sala de bate-papo, o internauta terá rastreados seu CPF, RG, endereço e telefone.
Pelo projeto, quem acessar a Internet sem se identificar será punido com reclusão de dois a quatro anos. Os provedores que não informarem os dados estão sujeitos à mesma pena.
O senador Eduardo Azeredo, autor da proposta, argumenta que o objetivo é combater os crimes virtuais. Entretanto, existe uma forte suspeita de que por trás do projeto existe o lobby das empresas de certificação digital, que atestam a veracidade das informações veiculadas pela Internet. Outros interessados são bancos que querem diminuir os gastos com segurança. Além disso, mesmo organizações que combatem o crime digital discordam do projeto. "É uma tentativa extrema de resolver a criminalidade cibernética, que não surtirá efeito. O criminoso vai se conectar por meio de provedores no exterior, que não se submetem à legislação brasileira, ou usará laranjas [terceiros] e identidade falsa no Brasil", diz o presidente da ONG Safernet (Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos), Thiago Tavares.
Se a nova legislação, segundo especialistas, não resolverá a questão dos crimes cibernéticos, o que há por trás de tal proposta? A resposta é do domínio do cidadão e a repressão à liberdade de expressão.
A aprovação de tal lei poderá permitir ao poderosos rastrearem todo o movimento na net. O único outro país que adota tal procedimento é a China. Lá, os provedores locais censuram palavras como “liberdade de expressão” ou “direitos humanos”. Se um chinês pesquisar essas palavras em sites estrangeiros, o governo tem como descobrir e punir tal criminoso.
Recentemente políticos amapaenses tentaram censurar resultados de pesquisas do Google. Não conseguindo, voltaram sua tesoura para blogs e sites que divulgavam informações contrárias aos seus interesses. Sendo aprovada a lei defendida pelo senador Eduardo Azeredo, as mesmas pessoas que perseguiam blogs amapaenses podem começar a perseguir e processar até mesmo as pessoas que visitam tais páginas. Afinal, eles terão nas mãos endereço, telefone, CPF e RG. Todas as informações necessárias para um processo ou para uma perseguição política.
Qual será o próximo passo em nossa escalada de nos aproximarmos da China em termos de restrições à privacidade e à liberdade de expressão? Uma lei que permita a abertura de cartas? Ou uma lei que institua a pena de morte para quem divulgue ou consulte informações que desagrade aos poderosos? E que sabe, como na China, a conta da bala, assassina seja enviada para a família dos condenados?
Diante dos fatos, as palavras de George Orwell, no livro 1984, ecoam como profecia: “Se queres uma imagem do futuro, pensa numa bota pisando um rosto humano – para sempre”.

quarta-feira, novembro 08, 2006

O Jornal Hoje da Rede Globo veiculou uma matéria sobre o aumento do número de pessoas que estão tendo acesso ao computador e principalmente à internet. No meio da matéria, a repórter mostra uma jovem tentando conectar internet com discagem e diz que esse som não é mais ouvido pela maioria das pessoas conectadas à net. Só se for em São Paulo. Aqui no Amapá é a internet via telefone. Como os telefones são congestionados, você pode passar horas para conseguir uma conexão, de péssima qualidade. Lembro de um aluno de pós-graduação que morava em Belém que me apresentou um projeto de EAD em que um dos pré-requisitos para os alunos era acesso à internet com pelo menos 100 kb/s. Eu disse a ele: "Então ninguém aqui em Macapá vai poder fazer. Aqui o máximo que se consegue é 48 kb/s".
É, pelo jeito, para os provedores o Amapá não faz parte do Brasil...

terça-feira, novembro 07, 2006

Uma forma de protestar contra a ditadura que irá se instalar na net brasileira é mandar e-mails para o relator, Eduardo Azeredo:

E-mails para: eduardo.azeredo@senador.gov.br

A China é aqui

Projeto de lei no Senado prevê controle da Web brasileira

O Senado brasileiro discute na quarta-feira, em reunião da Comissão de Constituição e Justiça, um projeto de lei que prevê o controle do acesso à internet, a exemplo do que se pretende estabelecer na China, um dos países que mais controla o uso da rede.
Conforme o projeto, cujo relator é o senador Eduardo Azeredo, do PSDB de Minas Gerais, qualquer usuário precisaria se identificar quando acessasse a internet ou qualquer outra aplicação como o acesso a e-mail ou a criação de blogs. Leia mais

Comentário: Começou. O mundo ditatorial de 1984 e Fahrenheith 451 já começou. Inicialmente os poderosos se mostraram capazes de censurar blogs e um politico amapaense tentou censurar os resultados de pesquisas do Google, assim como é feito na China. Agora, para completar o cerco, querem controlar tudo que o usuário vê. Assim, se um blog publica algo que desagrada os poderosos, não só o blogueiro seria preso, mas também os que visitarem sua página. O próximo passo, provavelmente, será instituir a pena de morte para dissidentes políticos (e a conta da bala é mandada para as famílias).

segunda-feira, novembro 06, 2006

Jornalista critica quadrinhos como literatura e recebe respostas de peso

Por Érico Assis6/11/2006

Tony Long, um dos editores da versão online da revista Wired, causou um rebuliço entre os leitores de quadrinhos dos EUA. Ele atacou diretamente a decisão de colocar uma graphic novel, American Born Chinese, como concorrente ao National Book Award, o maior prêmio literário dos EUA.
O texto de Long pode ser lido aqui.
O editor coloca a nomeação como mais um sinal da "Era da Mediocridade". Diz que, por melhor que a graphic novel seja – ele admite que não a leu -, não deixa de ser um gibi. "E gibis não podem ser nomeados para o National Book Award, em qualquer categoria. Isto deveria estar reservado a livros que são, bem, só de palavras", tenta argumentar. Leia mais

sábado, novembro 04, 2006

Novo volume do Príncipe Valente na Fest Comix


Por Marcelo Naranjo, sobre o press release (01/11/06)
Depois de lançar 15 volumes de O Príncipe Valente, entre 1974 e 1997, a pioneira Editora Ebal de Adolfo Aizen, suspendeu sua publicação. Leia mais

Realizei alguns trabalhos para a Opera Graphica e pedi parte do pagamento em livros e álbuns. Entres eles, o guia DC de roteiro de desenho. Mas o que mais me chamou atenção foram:

Os álbums Musashi, de Júlio Shimamoto - um trabalho estupendo, com narrativa interessante e visual expressivo. Shima e Colin são os dois grandes mestres do quadrinho nacional, mas pessoalmente acho Shima mais completo. Colin geralmente trabalhava melhor com roteiro alheio (vide Lampião e Mulher diaba). Shima sabe escrever uma história envolvente. Musashi foi o maior samurai da história do Japão, um homem em eterna busca da melhoria contínua, como Shimamoto.

Os álbuns do Príncipe Valente. A republicação do primeiro álbum, com capa metalizada e colorida pelo Alexandre Jubran é um delírio para os olhos. Dá vontade de nem abrir, por medo de machucar essa obra-prima.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Madonna se supreendeu com polêmica da adoção

A cantora Madonna revelou ter ficado surpresa com a repercussão que teve sua tentativa de adotar uma criança africana e afirmou que, com a sua cobertura do caso, a imprensa está desestimulando outras pessoas a fazer o mesmo que ela.
"Eu não percebi que a adoção estava causando polêmica até que voltei (da África para a Grã-Bretanha, onde vive). (…) É chocante", disse a cantora em entrevista ao programa da apresentadora americana Oprah Winfrey.
"A mídia está fazendo um grande desserviço para todos os órfãos da África, transformando isto (a tentativa de adoção) em algo negativo." Leia mais

Comentário: Não consigo entender isso. A Madona vai à Àfrica, adota uma crianças às portas da morte e a imprensa, ao invés de estar aplaudindo, está criticando. Talvez os jornalistas tivessem achado melhor se a criança tivesse morrido. Se cada jornalista que está criticando adotasse um órfão, o mundo seria bem melhor...

quarta-feira, novembro 01, 2006

No meio da estrada

Havia algo estranho. Todos dentro do ônibus podiam sentir isso. Eles haviam saído de Belém no final da noite, em direção a São Luiz. A estrada era perigosa, todos sabiam disso. Havia perigo de acidentes, assaltos... mas não era tudo. Havia algo de sobrenatural e temeroso no ar. Como se algo estivesse para acontecer...
Uma criança começou a chorar. A mãe colocou a cabeça da menina no peito e afagou-lhe os cabelos, tentando confortá-la.
Lá na frente, perto do motorista, uma velhinha rezava, segurando um terço.
O motorista suava e, de quando em quando, levava a mão à cabeça, como se houvesse algo ali que o incomodasse.
Súbito apareceu algo no meio da estrada. Parecia um carro policial. Dois homens sinalizavam para que o ônibus parasse.
O motorista se lembrou que era comum os assaltantes se disfarçarem de policiais... isso quando não eram os próprios policiais que praticavam os assaltos.
- Não pare para eles! – gritou um homem, entre lágrimas. São ladrões!
- Vão matar todos nós. – choramingou uma mulher.
Apesar dos protestos, o motorista parou. Os dois homens entraram, armas na mão.
- Todos parados! – berrou um deles.
Havia algo de estranho nos dois... como se fizessem parte de outra realidade. Seus corpos pareciam intangíveis.
- São fantasmas, mamãe. São fantasmas! – gemeu a garotinha. Ele vieram para nos levar...
- Os homens devem se levantar e colocar as mãos para cima.- ordenou o policial.
Os homens, resignados, levantaram-se e deixaram-se revistar. Depois foi pedido que abrissem as sacolas. Os dois olharam tudo, depois saíram.
- Boa viagem! – disse um deles ao motorista, mas ele não respondeu.
Na verdade, o motorista nem mesmo pareceu prestar atenção neles. Ele simplesmente fechou a porta, sinalizou e saiu.
Os dois ficaram lá, parados no meio do mato, observando o veículo se afastar. Um deles encostou no carro e acendeu um cigarro.
- Sabe, eu não entendo porque temos de ficar aqui, no meio desta estrada esquecida por Deus revistando ônibus...
- Você não soube... do ônibus que foi assaltado?
- Não, eu estava de férias...
- Era um ônibus como este... – e apontou com o queixo o veículo que já sumia no horizonte. Eles pararam no meio do caminho para pegar um passageiro. Era um assaltante. Ele tentou parar o carro, mas o motorista se negou. Foi morto com um tiro na cabeça. O ônibus bateu, então, em um caminhão. Todo mundo morreu.
- Sabe, agora que você falou, estou me lembrando de uma coisa estranha... o cabelo daquele motorista parecia manchado de sangue...
- Você... você anotou a placa? – gaguejou o policial.
- Claro. Está aqui. É OB 1326.
O outro ficou lívido.
- Era... era o ônibus do acidente!

Programação de cinema em Macapá

CINE SHOPPING MACAPÁ

sala 1: O BICHO VAI PEGAR, sessões 16:40 e 19H. e A DÁLIA NEGRA às 21:15H

sala 2: A TORRES GÊMEAS às 16:20-19-21:25H.

CINE SANTANA

sala 1: O PEQUENINO ás 16:40-19-21:15H

sala 2: LUCAS-UM INTRUSO NO FORMIGUEIRO às 16:50 e 19H e O DIABO VESTE PRADA às 21:20H.